Governo começará a semana mais forte
26 de abril de 2015 | 12:02 Autor: Miguel do Rosário
O governo iniciará a semana bem mais forte do que tem estado nas
últimas semanas. Dilma avançou mais um pouco para fora do cabo das tormentas
que caracterizou os primeiros meses de sua nova gestão.
A decisão do PSDB,
de insistir no impeachment, revelou-se um tiro no pé.
Impeachment é uma
coisa séria demais para você levar adiante de maneira leviana. Foi o que o PSDB
fez.
O clima no país,
porém, mudou.
As ações da Petrobrás
explodiram, após a divulgação do balanço da empresa.
A economia dá
mostras de recuperação, inclusive no mercado de trabalho, que apresentou desempenho positivo, com destaque para a indústria.
A imprensa descobriu que argumentação
do governo, sobre as pedaladas fiscais, está correta. O que o governo fez em
2014, é algo que acontece desde a era FHC, então é algo arraigado na cultura
administrativa brasileira. Com uma diferença, antigamente o governo fazia “pedalada fiscal” para poder pagar
FMI. Hoje, faz para não interromper programas sociais.
Então isso não
serve mais como argumento para impeachment.
Para piorar, o
jurista para o qual o PSDB pediu um parecer sobre o impeachment falou que não há nenhuma
justificativa para tal.
O PSDB ficou com a broxa
na mão, sem bandeira, amarrado a setores golpistas da sociedade, os quais, como
mostrou pesquisa da USP, são completamente desinformados politicamente:
acreditam que Lulinha é dono da Friboi, que o PT quer instalar ditadura
comunista, e outras insanidades.
Não vou falar que
não existe mais perigo, porque Sergio Moro está aí, mandando prender quem ele quer, quebrando
sigilos indiscriminadamente, mantendo réus em prisão provisória eterna, já que
a tática é torturar os presos para que eles delatem. Delatem o PT, é claro. Só vale delatar o PT.
Daí podem surgir
mais alguns focos de incêndio, mas a imagem de Moro já está arranhada pela
prisão totalmente ilegal da cunhada de Vaccari.
A comunidade jurídica está perplexa com o show de arbítrio e
truculência de Moro, que por sua vez parece embriagado pelo apoio que recebe da
mídia e dos setores mais radicalizados da sociedade. Os mesmos que pedem
intervenção militar, são os que apoiam Moro incondicionalmente. Ou seja, Moro tem o apoio dos setores
golpistas.
Isso tudo, porém,
enfraquece Moro, que aliás é um juiz, e portanto não poderia exercer atividade
político-partidária, que ele exerce disfarçadamente, travestido de juiz
técnico, mas que desde o início da Lava Jato, só permite “vazamentos” que prejudicavam
Dilma e o PT.
Por que não se
vazou, antes da eleição, que Youssef delatou Aécio Neves, acusando o tucano de
receber mesada de US$ 120 mil?
Enfim, parece que o
touro do impeachment e do golpe está ficando cansado. O governo, que é o
cavaleiro no lombo do touro, vai se segurando.
Falta o governo
entender que, empoderando a sociedade, ele mesmo emergirá mais forte.
Um erro fatal do
governo seria usar a estabilidade para voltar a cometer os mesmos erros que vem
cometendo até aqui, a saber, a falta de diálogo, o silêncio político, a
ausência de agenda positiva voltada para o seu próprio campo.
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