Vinte de novembro, dia da Consciência Negra no Brasil
terça-feira, 22 de novembro de 2022
domingo, 20 de novembro de 2022
Minha homenagem a ZUMBI através deste BRILHANTE depoimento do negro Renato Freitas ! ! !
“A verdade está ao lado dos oprimidos”
“Impossível” também é a palavra que repele dos espaços de poder muitas pessoas como Renato Brasil adentro: negro, pobre e da periferia. Como ele mesmo diz um neguinho sem pai e sem herança, do fundão da periferia, filho da imigrante nordestina, que todo mundo achou que ia virar ladrão e morrer antes dos 20.”
BALAIO DO KOTSCHO ! ! !
POR
Questão de classe: desta vez, cerco
da mídia a Lula começou antes da posse.
De quem é este avião? Quanto custou?
Quem está pagando?
Em todas as campanhas anteriores de
Lula, esta era a primeira pergunta que os repórteres me faziam quando a gente
chegava no aeroporto num avião executivo.
Na primeira, em 1989, ainda viajando
em avião de carreira, um passageiro ficou indignado ao ver Lula a bordo:
"Olha aí, o Lula, o
metalúrgico... Agora só quer saber de viajar de avião..."
Fui perguntar ao elemento se ele
queria que Lula fizesse a campanha para presidente de ônibus ou montado num
cavalo.
A esta altura, Fernando Collor, o
candidato empresário, já cruzava os céus do país só viajando em aviões
particulares e ninguém queria saber quem pagava o voo.
Nessa época, Lula não podia jantar
num bom restaurante, mesmo que fosse a convite de alguém (ele nunca foi de
botar a mão no bolso), que logo começavam os comentários nas mesas ao lado.
"Olha aí, o Lula, o metalúrgico,
agora só quer saber de comer camarão..."
A pedido do próprio, parei de querer
tirar satisfações quando ouvia essas coisas, mas aquilo me incomodava
profundamente.
Uma vez presidente, eleito e
reeleito, esse preconceito de classe nunca deixou de existir, mesmo depois dele
ser recepcionado com tapete vermelho nos mais elegantes palácios do mundo.
Durante o governo de transição de FHC
para Lula, em 2002, certa vez os assessores dele estavam jantando num
restaurante na Academia de Tênis, às margens do Lago Paranoá.
Os repórteres que nos seguiam vieram
me perguntar o que a gente estava comendo, que vinho era aquele, quanto
custava, quem estava pagando.
Ali eu vi que esse preconceito se
estendia também à equipe do presidente eleito.
Na verdade, era dirigido não às
pessoas físicas, mas ao PT, o Partido dos Trabalhadores, que ousou chegar ao
poder neste país de uma elite ainda fortemente escravocrata, dividido entre
quem manda e quem obedece, como bem sabe o general Pazuello.
Na campanha deste ano, as coisas
mudaram um pouco.
Notei que, à medida em que a eleição
se aproximava, Lula contou com uma cobertura mais simpática de setores
importantes da imprensa, até porque, a terceira via não deu certo e o único
adversário que sobrou era simplesmente indefensável.
Vimos nas redes sociais, certamente
publicado por bolsonaristas, um vídeo mostrando como a redação da Globo vibrou
com a vitória de Lula na noite de 30 de outubro.
A imprensa em geral, principalmente
no exterior, recebeu o resultado com um misto de alívio e satisfação por ter
evitado o pior.
Mas essa lua de mel durou muito
pouco, não chegou nem até a posse.
Como se tivesse um comando unificado,
a mídia brasileira inteira caiu matando num discurso que Lula fez na semana
passada, ao priorizar a responsabilidade social sobre a responsabilidade
fiscal, para atender às emergências da miséria e da fome, um drama que ele
conhece bem de perto, e o fez chorar.
Não havia nada de novo no
discurso.
Desde a sua primeira campanha, o
presidente eleito sempre disse que o mais importante era garantir três
refeições por dia a todos os brasileiros, algo que foi alcançado nos seus dois
mandatos. Vinte anos depois da primeira posse e às vésperas da terceira, o
Brasil tinha voltado ao Mapa da Fome.
A questão nem é ideológica, política,
econômica.
Esta relação neurótica da mídia com
Lula, entre o amor e o ódio, vem desde que ele deixou de ser mero líder do novo
sindicalismo para criar um partido político de baixo para cima, e se tornar a
maior liderança popular do país em todos os tempos.
O dólar subiu, a Bolsa caiu, foi um
fuzuê danado no "mercado" nervoso, que simplesmente não se conforma
com o relevo que Lula conquistou na cena política mundial, como estamos vendo
agora mesmo na sua viagem ao Egito para participar da COP-27.
É uma questão de classe social. Será
que esse tal de Lula não se enxerga? Quem ele pensa que é?
Nunca será do nosso clube.
Como é que um pau-de-arara,
sobrevivente dos sertões nordestinos, e ainda por cima operário, que perdeu um
dedo trabalhando no torno de uma metalúrgica, sem ter diploma universitário e
sem saber falar inglês, se atreveu a furar a fila dos nobres brasileiros do
andar de cima, militares e civis, que ocuparam a Presidência desde a
Proclamação da República, festejada neste 15 de novembro?
Dois dias depois de recepcionar a
Janja, mulher de Lula, numa entrevista amistosa no Fantástico, o braço impresso
do império global fez um editorial criticando a proeminência que ela assumiu na
campanha do marido.
A mídia invocou até com a blusa que
Janja usou na entrevista, que custou mais de R$ 2 mil, vejam só, que absurdo!,
logo a mulher de Lula, o ex-metalúrgico.
Para completar, Lula viajou ao Egito
de carona no avião particular de um empresário amigo enrolado com a Justiça, um
assunto que ganhou mais espaço no noticiário do que as propostas do presidente
eleito para trazer o país de volta ao protagonismo na discussão do clima.
Queriam que ele viajasse num avião de
carreira, para ser hostilizado pelos fanáticos bolsonaristas em transe
patriótico após a derrota, que atacaram os ministros do Supremo Tribunal
Federal em plena Nova York?
Assim voltamos ao início dessa história:
de quem é o avião, quem pagou?
Pois é, se Lula tivesse um jatinho
particular como João Doria e tantos outros políticos, não haveria esse
problema.
No Brasil, só tem avião executivo
quem manda, quem tem pedigree e muita grana, não quem obedece. Por nunca
obedecer, não nomear quem o mercado quer e não manter o teto de gastos que nem
existe mais, Lula vai continuar apanhando sempre, estando certo ou errado.
Quem manda ninguém do PT ter um
jatinho para oferecer a Lula?
Eles não roubaram tanto, a maior
corrupção mundial, segundo o probo juiz Sergio Moro, e suas viúvas na grande
imprensa?
Vida que segue.
Reinaldo Azevedo analisa BRILHANTE discurso do Presidente LULA na COP 27 ! ! !
"O É da Coisa"
https://www.youtube.com/watch?v=jh8rgqYC8iA
sábado, 12 de novembro de 2022
sexta-feira, 11 de novembro de 2022
Tipoia Festival de ARTES em Tracunhaém ! ! !
Tipoia Festival 2022
Levantando a Poeira de 07 a 13 de Novembro
Lula supera TUDO ! ! !
por Gustavo Conde
"Eu não queria dizer isso. Pode ferir sensibilidades, desmanchar castelos de areia, coisa e tal. Mas, que se dane. O fato, nu e cru, é que Lula vai sendo canonizado, imortalizado e santificado no altar máximo da glorificação histórica.
Nem Che Guevara, nem Fidel Castro, nem
Nelson Mandela chegaram perto dessa dimensão.
E essa consagração é insuspeita: não há
maior prêmio nem maior insígnia do que ser perseguido e caçado com este nível
de violência pelo aparelhamento judicial e financeiro em uníssono, com o
auxílio de toda a imprensa e dos serviços de "inteligência" nacionais
e estrangeiros. É o maior reconhecimento de uma vida que teve um sentido maior,
léguas de distância do que a maioria de nós poderia sonhar.
Nem todos os títulos honoris causa do
mundo juntos equivalem a essa deferência: ser perseguido por gente do sistema,
por representantes máximos do capital, da normatização social e da covardia
intelectual, gente que pertence ao lado fascista da história.
Não há Prêmio Nobel que possa simbolizar
a atuação democrática de Lula no mundo, nem todos os prêmios que Lula de fato
ganhou ou recusou (a lista é imensa, uma das maiores do mundo). Porque a
honraria mesmo que se desenha é esta em curso: ser o alvo máximo do ódio de
classe e o alvo máximo do pânico democrático que tem fobia a voto.
Habitar 24 horas por dia a mente
desértica dos inimigos da democracia e povoar quase a totalidade do noticiário
político de um país durante 40 anos, dando significado a toda e qualquer
movimentação social na direção de mais direitos e mais soberania, acreditem,
não é pouco. Talvez, não haja prêmio maior no mundo porque Lula é, ele mesmo, o
prêmio. É ele que todos querem, para o bem ou para o mal. É o líder-fetiche, a
rocha que ninguém quebra, o troféu, a origem, a voz inaugural, rouca, que
carrega as marcas da história no timbre e na gramática.
Há de se agradecer essa grande homenagem
histórica que o Brasil vem fazendo com extremo esmero a este cidadão do mundo.
Ele poderia ter sido esquecido, como FHC. Mas, não. Caminha para a eternidade,
para o Olimpo, não dos mártires, mas dos homens que lutaram e fizeram valer uma
vida em toda a sua dimensão espiritual e humana."