Mais Médicos:
para 85% da população atendida a qualidade da assistência melhorou
Ministério da Saúde
apresentou dados sobre a avaliação que a população faz do Programa em convenção
internacional realizada em Havana, capital cubana. Evento contou com 900
delegados mais de 30 países
Pesquisa do Ministério da Saúde realizada com 14 mil pessoas mostra que
a qualidade da assistência à população melhorou com a chegada dos profissionais
do Programa Mais Médicos. Para os entrevistados, aumentou o número de
consultas, o acompanhamento e a resolução do seu problema de saúde após o
atendimento do médico. Os dados foram apresentados pela primeira vez na
Convenção Internacional de Saúde Pública – Cuba Salud 2015, que reuniu nas duas
últimas semanas deste mês, experiências de diferentes países para a promoção do
acesso universal à saúde.
Este ano, o Programa Mais Médicos chegará a um total de 18.247 médicos
em mais de 4 mil municípios, 72% de todas as cidades do país, ampliando a
assistência em atenção básica para 63 milhões de brasileiros. As entrevistas
para o estudo foram realizadas entre novembro e dezembro de 2014 em 699
municípios atendidos pela iniciativa por meio de parceria entre a Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG) e Ipespe.
“Antes, não tínhamos a possibilidade de garantir a cerca de 63 milhões
de brasileiros o acesso à atenção primária na saúde. Com o Mais Médicos, que
conta com a cooperação da OPAs, nós temos efetivamente garantido a cada
brasileiro o direito de uma atenção primária qualificada. Por meio do Programa,
conseguimos levar profissionais onde vivem as pessoas com maior vulnerabilidade,
nas periferias das grandes cidades brasileiras, nos quilombolas, assentamentos
rurais, aldeias indígenas, na floresta amazônica, onde os brasileiros precisam
de médicos”, disse o ministro Arthur Chioro.
MAIS ASSISTÊNCIA – Do total de entrevistados, 85% disseram que a
qualidade do atendimento médico está melhor ou muito melhor após a chegada dos
profissionais do Programa Mais Médicos. Um índice alto de usuários (87%)
apontou que a atenção do profissional durante a consulta melhorou e 82% afirmaram
que as consultas passaram a resolver melhor os seus problemas de saúde.
Nas perguntas em que o entrevistado respondeu de forma espontânea
sobre as melhorias que o Programa trouxe nos serviços de saúde, 41% dos
entrevistados citaram o aumento do número de consultas, 35% disseram que os
médicos estão mais atenciosos e 8% destacaram que o tempo das consultas é
maior. Já sobre os pontos positivos promovidos pelo Programa, 60% destacou a
presença constante do médico e o cumprimento da carga horária e 46% disseram
que o acesso às consultas melhorou. Entre os desafios do atendimento nos
municípios, 63% destacaram a falta de especialistas e 45% falaram da demora
para conseguir exames.
“A pesquisa demonstra que quanto mais tempo o médico estava nos
municípios, maior é o percentual de pessoas que estavam muito satisfeitas com o
Programa. A tendência de avaliação do Mais Médicos é de melhor”, destacou o Secretário
de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde, Hêider Pinto, que é responsável pela
iniciativa. “A pesquisa reforça o sucesso do Programa para a população, os
gestores e os próprios médicos que dele participam. Esses três grupos
estabeleceram notas médicas de 9,0, 8,7 e 9,1, respectivamente. É uma avaliação
muito positiva, que corresponde a alta adesão de municípios, mais de 70% das
cidades de todo o país hoje participam da iniciativa, e o porquê de os médicos
brasileiros agora ocuparem 90% das vagas”, completou.
O Programa Mais Médicos conta com a atuação de médicos brasileiros e
estrangeiros, que se inscreveram no edital da iniciativa, e de médicos cubanos,
cuja participação foi viabilizada por meio de cooperação com a Organização
Pan-Americana da Saúde (OPAS). São mais de 11 mil médicos que estão atuando por
meio deste acordo.
Na expansão realizada este ano por meio de novo edital, em que foram
disponibilizadas mais 4.146 vagas para médicos, 92% delas foram preenchidas por
médicos brasileiros, a maior adesão desses profissionais desde o início do
Programa.
Além do provimento emergencial de médicos, o Mais Médicos também prevê
investimento na infraestrutura e formação profissional. São R$ 5,6 bilhões para
o financiamento de construções, ampliações e reformas de 26 mil UBS e R$ 1,9
bilhão para construções e ampliações de 943 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
Em relação à expansão e reestruturação da formação médica estão previstas a
criação, até 2017, de 11,5 mil novas vagas de graduação em medicina e 12,4 mil
vagas de residência médica para formação de especialistas até 2018, com o foco
nas áreas prioritárias para o SUS.
COOPERAÇÃO INTERNACIONAL – Durante o Cuba Salud, o
ministro da Saúde, Arthur Chioro, apresentou outras cooperações realizadas pelo
governo brasileiro na área da saúde. Atualmente, o país já realizou 108
projetos de cooperação, sendo que 44 em execução e 10 em negociação. Do total
de projetos, 42% estão localizados na América do Sul. Entre as ações, além do
Mais Médicos, destacam-se projetos na área de saúde bucal, implantação de
bancos de leite, além de pesquisa e desenvolvimento.
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