Claudete Costa, coletora de material reciclável e ex menina de rua no Rio de Janeiro faz DECLARAÇÃO emocionante para o Presidente LULA ! ! !
Claudete Costa, coletora de material reciclável e ex menina de rua no Rio de Janeiro faz DECLARAÇÃO emocionante para o Presidente LULA ! ! !
Presidente LULA com boné do ativista político BORIC
eleito presidente do Chile no dia de ontem
clique no linque abaixo para ouvir a música
(Yo pisaré las calles nuevamente)
Pablo Milanés
Eu pisarei nas ruas novamente
Do que era Santiago sangrenta
E em uma linda praça livre
Eu vou parar de chorar pelos ausentes
Eu virei do deserto escaldante
E deixarei os bosques e lagos
E vou evocar em uma
colina de Santiago
Meus irmãos que morreram antes
Juntei-me muito e fez pouco
A quem quer a pátria libertada
Atirarei as primeiras balas
Mais cedo do que tarde, sem descanso
Vai devolver os livros, canções
Que queimaram as mãos assassinas.
Renascerá meu povo de sua ruína
E pagarão sua culpa os traidores
Uma criança brincará em uma alameda
E cantará com seus novos amigos
E essa canção é a canção da terra
Para uma vida encurtada em uma moeda
Eu ando pelas ruas de novo
Do que era Santiago sangrenta
E em uma linda praça livre
Eu vou parar de chorar pelos ausentes”
O jornalista Moisés Mendes denuncia o falso moralismo da Lava Jato, cujos representantes, Moro e Dallagnol, são crias do bolsonarismo
A cena de Deltan Dallagnol com aquele cartaz nas mãos, no dia da filiação ao Podemos, para avisar que “com 300 deputados nós mudamos o país”, é mais do que simplória.
É quase infantil, porque ofende e subestima a
capacidade de discernimento do eleitor. Para Dallagnol, o brasileiro médio só
entende o que o lavajatismo tem a dizer se tiver acesso a um power point ou a
um cartaz.
O cartaz, a pose ao lado de Sergio Moro, as caras
de satisfeitos do par de vasos, o conjunto todo acaba sendo o retrato da
extrema direita que emerge da estrutura do sistema de Justiça para tentar se
apropriar do que condenava.
Em 2003, Lula falava dos 300 picaretas do
Congresso, e Dallagnol teve agora a infelicidade de usar o mesmo número, que
não funciona nem como caricatura boba dos 300 de Esparta.
Dallagnol é na verdade parte dos 30 de Curitiba,
que formavam a força-tarefa montada para caçar empreiteiros que poderiam levar
a Lula.
É a face de uma extrema direita que sai direto de
um plano justiceiro e moralista do serviço público para desfrutar das
imunidades e das mumunhas legalizadas da política, como o salário partidário de
R$ 22 mil de Sergio Moro.
Dallagnol circula com aparente desenvoltura, depois
de ter renunciado ao MP, mesmo que esteja na alça de mira do bolsonarismo,
porque conseguiu driblar todas as acusações do tempo em que atuou como
subordinado de Moro no Ministério Público.
Mas não vai escapar, durante a campanha, das
perguntas que não se esgotaram sobre a fundação de R$ 2,5 bilhões, que quase
foi criada com dinheiro da Petrobras.
Há na postura de Moro e de Dallagnol a certeza de
que o eleitor deles não exige explicações, porque tudo estaria explicado pelos
sinais gráficos rasos emitidos por eles.
Pode funcionar para Dallagnol, que disputará uma
eleição proporcional e atuará na faixa própria do lavajatismo. Mas não funciona
direito para Sergio Moro, em disputa majoritária em que o combate à corrupção
pouco ou nada significa para quem come osso.
Ele mesmo sabe que pode atingir uma rejeição
recorde de quase 65%. Justamente porque poucos ainda acreditam na conversa de
que nóis-não-tem-corrupto-de-estimação.
Moro é chutado para os lados pelas esquerdas e pela
facção da extrema direita de Bolsonaro, que atua na mesma frequência. Fica
claro que não há povo suficiente para abraçar o projeto de Moro.
Passa batido, em meio a tantos números, uma
revelação da pesquisa Quaest: 13% das pessoas não sabem quem é Sergio Moro. E
no entorno desse contingente, dos que sabem mais ou menos, Moro é para muitos
apenas um cara com voz em falsete.
A classe média sabe quem é Sergio Moro, mas essa
classe média assalariada ou autônoma ou empreendedora, há muito sem referências
e sem rumo, não orienta mais os votos de ninguém.
O que se anuncia como possibilidade é que, logo
mais adiante, Moro tire aproveito da exposição acumulada como pré-candidato a
presidente e salte fora. E vá ser candidato a senador ou a deputado ao lado de
Dallagnol.
Moro não ganha nada saindo agora da briga pela vaga
a presidente, porque precisa ficar na vitrine e enganar Merval Pereira por mais
um tempo. Se não encostar em Bolsonaro, até o limite do prazo para decidir,
desce na próxima parada.
E aí pode acontecer, porque tudo pode no Podemos,
de Eduardo Leite ser o cara do partido em 2022. A voz insegura de Moro daria
lugar à voz aveludada de locutor de rádio das madrugadas do tucano gaúcho.
Fica quase tudo na mesma. Leite é tão simplório
quanto Moro e Dallagnol, com suas frases de senso comum que não chegam nem a
serem platitudes.
O candidato na reserva, à espera da contusão de
Moro, é Eduardo Leite, que não conseguirá se livrar da tatuagem bolsonarista de
2018 e da acusação, admitida por ele mesmo, de que tentou (por ordem dos
generais) tirar a CoronaVac de João Doria para entregá-la a Bolsonaro.
Este pode ter sido o pacto entre Moro e Leite,
firmado quando da visita do ex-juiz suspeito a Porto Alegre no dia 4 de dezembro.
Moro vai em frente num Chevette velho com pneu careca, até onde for possível.
Eduardo Leite fica de prontidão. Toda a terceira via é, um pouco mais ou um pouco menos, cria do bolsonarismo. Muda o pneu, mas não muda o Chevette.
“ESTOU VACINADA com 3 doses e não,
não sei o que tem dentro nem nessa vacina, nem nas que eu tomei quando era
criança, nem no Big Mac ou na salsicha do cachorro quente.
Eu também não sei o que tem no Ibuprofeno ou outros medicamentos, só sei que curam minhas dores.
Não conheço cada ingrediente que tem no meu sabonete, shampoo ou no filtro solar...
Desconheço o efeito a longo prazo do uso celular e do micro-ondas mas continuo usando...
Isso para não falar dos agrotóxicos e sobre comer ou não a casca da maçã.
Resumindo, tem muita coisa que eu não sei e nunca saberei.
Mas uma coisa eu sei: a vida é curta, muito curta e eu ainda quero fazer algo além de simplesmente estar 'trancado'.
Ainda quero abraçar pessoas sem medo.
Quando criança e adulto, fui vacinado contra a paralisia infantil, tuberculose, difteria e contra muitas outras doenças. Acredito que minha família confiou na ciência e nunca tivemos que sofrer ou transmitir nenhuma das doenças
contra as quais fui vacinado.
Estou vacinado:
* Para não morrer de Covid-19.
* Para poder abraçar meus amores.
* Para não ter que fazer testes PCR
ou de antígeno para ir a um restaurante, férias e muitas outras coisas que virão.
* Para viver minha vida.
* Para ter esperanças.
*E, sobretudo, para cumprir com a
minha RESPONSABILIDADE COM O RESTO DA HUMANIDADE, independente de raças,
países, política e credos.
E que venham todas as doses que forem necessárias.”
Autor/a desconhecido.
desembargador do TJ de Alagoas
No programa “A PONTE”
acesse no linque abaixo
https://www.youtube.com/watch?v=y-itW1PwbsU
acesse o linque abaixo
juiz fez ativimos judicial
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=3249743545305428&id=100008094420885&sfnsn=wiwpwa
clique no linque abaixo para assistir o depoimento e a música que o cantor Agnaldo Timóteo prestou homenagem ao Presidente Luiz Inácio LULA da Silva
https://www.youtube.com/watch?v=KpAKd4i691I&t=355s
Como já havia anunciado, comunico em definitivo o meu pedido de
desfiliação do partido Rede Sustentabilidade. Agradeço imensamente pelo
companheirismo e respeito que tive durante o período no qual pude representar o
partido no Senado Federal, numa jornada em defesa de um país mais justo e
igualitário e que defenda seu povo e preseve seus recursos naturais.
Após ter recebido e analisado convites de legendas do campo
progressista, comunico minha decisão de filiação ao Partido dos Trabalhadores
(PT), que será efetivada em momento oportuno. Com a militância social e as
lideranças do PT, pretendo somar esforços para que o país retome sua
trilha de desenvolvimento, pleno emprego, defesa dos direitos humanos, proteção
e oportunidade aos mais pobres, apoio do Estado às maiorias minorizadas,
combate a todo tipo de desigualdade, investimento em saúde e educação.
Os governos liderados pelo PT devolveram ao país credibilidade
internacional, permitiram aos pobres cursar universidade, expandiram a
estrutura de ensino no país, abriram os porões da ditadura com a Comissão
Nacional da Verdade, democratizaram a participação da sociedade nas decisões de
governo, geraram crescimento econômico alinhado com políticas sociais exitosas,
devolveram aos brasileiros o orgulho nacional. Seus erros foram investigados e
devidamente punidos pela Justiça. Defendo que a lei vale para todos e tem de
ser cumprida doa a quem doer. Seguimos junto aos brasileiros e brasileiras
para, com esperança e força, vencer as trevas da ignorância que vitimam o
Brasil. A Constituição Cidadã de 1988 é nossa bússola.
Fabiano Contarato
“pensei
que fosse o céu”
“românticos
são lindos”
“estou
podando o meu jardim”
“o
azul do mar me chamou e pulei de roupa, chapéu e tudo”
acesse o linque baixo
https://www.youtube.com/watch?v=fiuqT73WRo4
“Como avô, eu NÃO vou entregar o futuro do meu país que os/as meus netos/as vão herdar”
“Meu nome é Marina dos Santos, tenho 48 anos, sou filha de
camponeses do Paraná. Meus pais são de Barbacena, Minas Gerais. A família do
meu pai é muito grande, são 14 irmãos. Meu avô tinha uma terrinha, mas, como
eram muitos filhos, meu pai e minha mãe saíram de Barbacena e foram morar no
oeste do Paraná. Nasci em Cascavel e fui criada em Guarani-Açu. Somos em sete
irmãos”
EM depoimento a Anahi Martinho
Colaboração para Universa
Trabalhando
na colheita do café, meu pai conseguiu comprar uma terrinha em Guarani-Açu. Mas
não durou muito tempo. No início dos anos 1980, quando eu tinha entre 7 e 8
anos, meu pai perdeu a terra por conta de um empréstimo no banco e fomos morar
num bairro de periferia.
Um dia, em 1989, o frei me chamou para auxiliá-lo numa missa no acampamento sem-terra. Eu nunca tinha ouvido falar de sem-terra, de ocupação, de invasão. O acampamento era recente e enorme, tinha 300 famílias, quase 2 mil pessoas. Antes da missa, participei de uma reunião da juventude. Eram muitos jovens e um clima de alegria. Eles tocavam violão, cantavam. Eu senti a mística daquilo. Na reunião, eles discutiram como iriam pressionar a prefeitura para conseguir um ônibus escolar e queriam construir uma escola para eles, usando a sede abandonada da fazenda ocupada.
Depois daquela reunião, fizemos a
missa. Foi uma missa campal, aquela multidão de gente. Toda a simbologia da
missa era a simbologia da luta do campo. Na hora do ofertório, eles ofertaram a
terra, os instrumentos de trabalho, a lona preta, que é a casa deles. A
eucaristia foi feita com pães enormes assados no forno. O frei benzia os pães,
depois pegava um pedaço de pão e oferecia a cada um. Aquilo foi muito bonito,
me emociono até hoje de lembrar.
Na hora de ir embora, falei para o
frei: "Frei, o que eu quero lá no convento tá aqui. Eu vou ficar". E
fiquei até hoje. Assim foi a minha entrada no movimento, há 32 anos, por causa
de uma missa. Hoje sou dirigente nacional do MST no setor de frente de massas.
Passei dois anos mentindo lá em casa e só depois criei coragem para
contar que estava morando no acampamento sem-terra. Depois que contei, minha
família me apoiou muito.
Tenho uma irmã que ficou no convento e está lá até
hoje. E eles ainda fazem as celebrações no campo. A igreja sempre teve um papel
fundamental nos acampamentos e assentamentos, principalmente através das
pastorais sociais, a CNBB e a Comissão Pastoral da Terra. São essas entidades
que trazem para a sociedade os debates a respeito do latifúndio, da
concentração de terra, das desgraças que o latifúndio traz para a vida das
pessoas e para a questão social e econômica do país.
Eu sempre usava nos
trabalhos de base das ocupações aquele texto bíblico do Paraíso, da "terra
onde vai jorrar leite e mel". Esse é o projeto da luta camponesa,
distribuir a terra, desenvolver o campo, produzir fartura, produzir comida.
Ainda sou católica, mas nas últimas décadas a
igreja havia dado uma guinada para a direita. Agora, nos últimos anos, com o
Papa Francisco, a gente sente algumas transformações. Ele elogiou e agradeceu o
MST pelo combate à fome. Fizemos um encontro em Santa Cruz de La Sierra, na
Bolívia, com o Papa. Eu participei de todo o processo organizativo. Aquilo é a
minha igreja, a minha fé.
Em 1996, deixei o Paraná e fui para Campos dos
Goytacazes (RJ). Quando cheguei às fazendas de cana, vi pela primeira vez o que
era um trabalhador em situação análoga à escravidão. Eu tinha 21 anos. Fiquei
muito chocada com aquilo. Eu me perguntava: "Meu Deus, isso é o Brasil
mesmo?".
Entre 2006 e 2011, fiquei em Brasília coordenando o
escritório nacional do MST. Foi um período de muito aprendizado. De 2014 a
2017, fui para a coordenação internacional na Via Campesina. Aí minha vida
tomou outra dimensão, outra escala. Viajei o mundo inteiro, fui para a América
Latina, para a África. O contato direto com outra realidade é muito
enriquecedor.
Em 2003, o MST decidiu que todos os núcleos de base
teriam que ser coordenados por um homem e uma mulher. Isso gerou muitas
transformações, trouxe uma qualidade muito grande para o movimento e gerou uma
transformação da cultura machista. As mulheres são muito inteligentes, temos
mais dinamismo na vida. As mulheres trouxeram ordem, disciplina, planejamento,
seriedade no cumprimento das tarefas e também a leveza, a mística, a poesia, a
cantoria, ter as crianças fazendo parte.
Eu tinha 14 anos quando fiquei no acampamento. Imagina uma menina que
não podia fazer o ginásio para ter que trabalhar de boia-fria para sobreviver e
hoje conheceu o mundo, estudou e concluiu seu mestrado esse ano.
Fiquei tão feliz de ter concluído meu mestrado.
Estudei a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Camponeses, que
foi uma conquista dos movimentos populares, aprovada pela ONU em 2018.
O Brasil é um dos países que mais concentra terras
no mundo. Segundo o censo agropecuário do IBGE de 2017, 1% dos proprietários
têm 46% das terras para agricultura. Muitas dessas terras são improdutivas ou
não cumprem as legislações ambientais e trabalhistas.
Essas terras automaticamente deveriam ser
destinadas à reforma agrária. Se o estado brasileiro pegasse os grandes
latifúndios que não cumprem sua função social e transformasse em assentamentos,
teríamos uma outra realidade no campo.
O agronegócio tinha que ser um pouco mais
responsável, pelo menos, com as questões do alto uso de agrotóxicos, o
desmatamento, o fogo na Amazônia e a exploração da força de trabalho. Não dá
para querer transformar tudo em lucro à base de tanta destruição. Não dá para
defender isso. Claro que existem interesses econômicos, mas essa coisa que eles
falam do "agro é pop" tem que ter o mínimo de responsabilidade.
Não dá para mentir
assim descaradamente. Temos 19 milhões de brasileiros passando fome. Cadê esse
agro pop? O povo precisa comer.
Apesar do momento político atual, vejo os
movimentos populares em sua melhor fase. Estou esperançosa. Mas não vai cair do
céu. A esquerda tem que se olhar para se fortalecer. Temos que ter clareza de
tudo o que foi feito, de todos os direitos que foram tirados da classe
trabalhadora.
Há um ano, perdi um irmão para a covid. Tivemos 600
mil vidas perdidas pela forma irresponsável como o governo tratou, mas na
política estamos vivos. Vamos ter que dedicar esforços para derrotar o
bolsonarismo e somar forças para voltar a debater um projeto popular para o
Brasil."
Marina dos Santos, 48 anos, é dirigente nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) no setor de frente de massas.
Prefeito Aldo Lira
Nesta segunda-feira, a simpática cidade de Estrela de Alagoas, distante 117 quilômetros da capital alagoana, Maceió; vinte e quatro Km de Palmeira dos Índios; e 55 Km de Arapiraca, GANHOU mais uma médica em seus quadros funcionais para um melhor atendimento de saúde aos seus munícipes.Os/as estrelenses agradecem ao Prefeito Aldo Lira e ao secretário de saúde, o sempre gentil e competente Adriano Vilela Canuto.
Estrela teve sua emancipação política em cinco de outubro de 1992, tendo como seu primeiro prefeito o Senhor Adalberon Alves Duarte, tomado posse no dia 01 de janeiro de 1993.
Situado na Mesorregião do Agreste Alagoano e na Microrregião de Palmeira dos Índios, o município é limitado ao norte pelo município de Bom Conselho (PE); ao sul pelo município de Igaci; a leste pelo município de Palmeira dos Índios; a oeste pelos municípios de Minador do Negrão e Cacimbinhas.
Emoção e autenticidade no discurso do Presidente Lula no Parlamento Europeu no dia de ontem
"Eu quero começar falando não da América Latina, nem da União Europeia, nem de algum país, continente ou bloco econômico em particular, e sim do vasto mundo em que vivemos todos nós – latino-americanos, europeus, africanos, asiáticos, seres humanos das mais diferentes origens.
Vivemos em um planeta que tenta a
todo momento nos alertar de que precisamos de novas atitudes e de uns dos
outros para sobreviver. Que sozinhos estamos vulneráveis às tragédias
ambientais, sanitárias e econômicas. Mas que juntos somos capazes de construir
um mundo melhor para todos nós.
No entanto, ignoramos esses alertas.
Insistimos em não aprender com os erros do passado.
O resultado da nossa falta de
compreensão está à vista de todos: pandemia, desigualdade, fome, emergências
climáticas que no futuro próximo poderão comprometer a sobrevivência da espécie
humana na Terra.
Apesar de tudo isso, quero reiterar
aqui minha crença inabalável na humanidade.
Não nasci otimista – aprendi a ser.
Porque vi em vários momentos da minha vida o quanto um ser humano é capaz de
realizar, e o quanto um povo é capaz de construir, quando existe força de
vontade e geração de oportunidades.
Quem vive hoje no Brasil, ou
acompanha o noticiário sobre o país, tem todos os motivos para estar
pessimista. Mas aonde quer que eu vá, faço questão de dizer: o Brasil tem jeito
– apesar do projeto de destruição colocado em prática por um bando de
extremistas de direita sem a menor noção do que seja cuidar de um país e de seu
povo.
O Brasil tem jeito, apesar dos 19
milhões de brasileiros que passam fome. Apesar dos 19 milhões de desempregados
e desalentados, que já desistiram de procurar um novo emprego. Apesar dos
ataques constantes contra a população negra e indígena. Apesar do avanço da
destruição do meio ambiente, inclusive na Amazônia.
E apesar, sobretudo, das mortes de
mais de 610 mil brasileiros, muitas delas evitáveis – caso houvesse por parte
do atual governo o interesse em combater com seriedade o coronavírus.
Apesar de tudo, digo com total
convicção: o Brasil tem jeito. Sei disso porque num passado muito recente nós
fomos capazes de reconstruir e transformar o país, e temos plena capacidade de
reconstrui-lo outra vez.
Da mesma forma que acredito que o
Brasil tem jeito, acredito também que o mundo tem jeito. Apesar dos 750 milhões
de pessoas que passam fome, apesar dos 5 milhões de mortos pela Covid-19,
apesar da desigualdade que não para de crescer, apesar dos conflitos étnicos,
religiosos e geopolíticos que não raro alimentam as guerras.
Como disse no início desta fala, meu
otimismo não nasce do acaso, mas da experiência. Acredito que a humanidade tem
jeito porque estou aqui hoje, neste Parlamento Europeu, reunido com
representantes de países que em meados do século 20 eram inimigos ferozes no
campo de batalha, numa das maiores carnificinas da história.
60 milhões de pessoas morreram na
Segunda Guerra Mundial. É bem provável que os antepassados de vocês tenham
lutado em lados opostos. Que tenham matado, morrido e sofrido na pele as
atrocidades da guerra.
Vocês e seus países teriam, portanto,
razões para se odiarem uns aos outros. No entanto, são protagonistas de uma das
mais extraordinárias experiências da história moderna, que foi a construção da
União Europeia.
Vocês estão hoje aqui, neste
Parlamento Europeu, em clima de paz, buscando juntos soluções para a construção
de uma Europa melhor.
Conhecemos o imenso poder de destruir
que o ser humano tem em suas mãos, e que ele tantas vezes não hesitou em usar.
Mas não podemos jamais esquecer que a humanidade tem também uma extraordinária
capacidade de construir e reconstruir.
A União Europeia, o Parlamento
Europeu e vocês, senhoras e senhores eurodeputados, são portanto exemplos dessa
virtude humana. A União Europeia não é perfeita, como nada é, mas é um
patrimônio da humanidade, como exemplo de cooperação e construção da paz entre
os povos.
Senhores deputados e senhoras
deputadas
Somos 7 bilhões e seiscentos milhões
de seres humanos habitando este planeta. Homens, mulheres, crianças e velhos,
ricos e pobres, pretos, brancos, gente de todas as cores.
Cada um de nós carrega dentro de si o
seu universo particular. Somos diferentes uns dos outros, cada qual com sua
individualidade, mas unidos todos por uma certeza ancestral: o ser humano não
nasceu para ser sozinho.
O que me faz lembrar do pequeno
trecho de uma das grandes obras primas da Bossa Nova, esse gênero musical
brasileiro que conquistou o mundo. Um verso que diz o seguinte: “É impossível
ser feliz sozinho.”
A verdade é que não é possível sermos
felizes enquanto milhões de crianças ao redor do mundo vão dormir esta noite
com fome, e acordarão amanhã sem saber se terão o que comer.
Não é possível sermos felizes em meio
a tamanha desigualdade, que cresceu de forma inaceitável em plena pandemia. Os
ricos ficaram muito mais ricos e os pobres, ainda mais pobres.
A desigualdade entre ricos e pobres
manifesta-se até mesmo nos esforços para a redução das mudanças climáticas.
O 1 por cento mais rico da população do planeta vai ultrapassar em 30
vezes o limite necessário para evitar que um aumento da temperatura global
ultrapasse a meta de 1,5 grau centígrado até 2030.
O 1 por cento mais rico, que
corresponde a uma população menor que a da Alemanha, está a caminho de emitir
70 toneladas de gás carbônico per capita por ano.
Enquanto isso, os 50 por cento mais
pobres do mundo emitirão, em média, apenas uma tonelada per capta por ano,
segundo estudo produzido pela ONG Oxfam e apresentado recentemente na COP 26.
A luta pela preservação do meio
ambiente para mim é indissociável da luta contra a pobreza e por um mundo menos
desigual e mais justo.
É preciso deixar bem claro que o
otimismo, a esperança e a fé não podem ser jamais sinônimos de resignação. Por
conta disso, eu me considero um otimista indignado.
Em 2009, os países ricos se
comprometeram em aumentar para 100 bilhões de dólares ao ano, a partir de 2020,
a contrapartida para os países em desenvolvimento preservarem a natureza e
enfrentarem as mudanças climáticas. Esse compromisso não foi cumprido, e agora
está sendo postergado para mais dois anos, ou seja, a partir de 2023, a transferência
de 100 bilhões ao ano para enfrentar a emergência climática.
Iniciativa louvável, que merece ser
celebrada. Mas não podemos esquecer que na crise de 2008, os Estados
Unidos destinaram 700 bilhões de dólares para salvar da falência bancos que de
forma irresponsável investiram em títulos imobiliários podres.
Na mesma época, o G-20 destinou mais
1,1 trilhão de dólares aos países emergentes e ao comércio mundial, para
combater os efeitos da crise.
É preciso lembrar também que os
Estados Unidosgastaram8 trilhões de dólares nas guerras pós-11 de setembro.
Quantia suficiente para eliminar a fome no mundo e preparar o planeta para
lidar melhor com as mudanças climáticas. E que no entanto foi usada para causar
a morte direta de mais de 900 mil pessoas em países como Iraque, Afeganistão,
Síria, Iêmen e Paquistão. Sem contar as mortes provocadas pela perda de água,
esgoto e infraestrutura relacionadas com a guerra.
Ou seja, não faltam recursos para
salvar bancos e para causar a morte ou o deslocamento forçado de milhões de
seres humanos. Mas na hora de salvar vidas humanas ou o próprio planeta em que
vivemos, a solidariedade dos países ricos é dezenas de vezes menor.
Uma das maiores alegrias que tive
quando presidente do Brasil, e mesmo depois de deixar a Presidência, foi
percorrer o mundo, a convite dos mais diferentes países, para falar dos nossos
extraordinários avanços econômicos e sociais.
Tive a honra de conduzir o Brasil ao
posto de 6ª maior economia mundial. E de fazer do país um exemplo para o mundo
de como é possível superar a extrema pobreza e a fome, com total respeito à
democracia, em um curto espaço de tempo.
Vocês podem, portanto, imaginar o
quanto dói participar de grandes eventos internacionais como este e ter que
declarar o quanto o Brasil andou para trás desde o golpe de 2016 contra a
presidenta Dilma Rousseff e a chegada da extrema direita ao poder.
O Brasil vive hoje uma tragédia
social, econômica, ambiental e sanitária sem precedentes. Temos 2,7 por cento
da população mundial. No entanto respondemos por 12 por cento das mortes por
Covid registradas no mundo.
Choramos a morte de mais de 610 mil
brasileiros. Não chegamos a essa trágica estatística por alguma fatalidade, e
sim pela atitude criminosa do atual governo.
O atual presidente ironizou a
gravidade da doença. Zombou dos mortos. Atrasou o quanto pôde a compra das
vacinas. Fez propaganda enganosa e distribuiu medicamentos comprovadamente
ineficazes contra o vírus.
Deixou faltar oxigênio em hospitais.
Incentivou e promoveu aglomerações. Induziu a população à desconfiança quanto à
eficácia das máscaras. Ajudou a espalhar fake news contra as vacinas, chegando
a dizer que elas podem levar as pessoas com HIV a desenvolverem AIDS.
Experiências com medicamentos
ineficazes, usando seres humanos como cobaias involuntárias, chegaram a ser
realizados no Brasil, reeditando os horrores do nazismo.
Além disso, cerca de 116 milhões de
brasileiros, metade da nossa população, vive hoje em situação de insegurança
alimentar, de moderada a muito grave. Desses, cerca de 19 milhões, quase duas
vezes a população da Bélgica, chegam a passar um dia& inteiro sem ter o que
comer.
Isso está acontecendo no Brasil, que
é o terceiro maior produtor mundial de alimentos.
E está acontecendo porque o Brasil,
que em 2014 saiu do Mapa da Fome da ONU pela primeira vez na história, hoje
copia o que o neoliberalismo trouxe de pior ao mundo: alta concentração de
renda, baixa geração de empregos, destruição de direitos trabalhistas, desmonte
das políticas sociais, ausência do Estado, abandono dos mais pobres à própria
sorte.
O resultado dessa trágica equação não
poderia ser outro: miséria, fome, desesperança.
Mas eu estou aqui para dizer outra
vez a vocês e ao mundo: o Brasil tem jeito. Porque ele é muito maior do que
qualquer um que tente destruí-lo.
O Brasil é o país que num passado
muito recente encantou o mundo com as suas políticas inovadoras, que retiraram
da extrema pobreza 36 milhões de pessoas – o equivalente à soma das populações
inteiras de Portugal, Suécia, Dinamarca e Irlanda.
O Brasil é o país que assumiu
voluntariamente diante do mundo o compromisso de reduzir em 75 por cento o
desmatamento na Amazônia, como forma de conter a emissão de gases poluentes.
E cumprimos antecipadamente nossa
promessa – entre 2004 e 2012, nós, de fato, reduzimos em 80 por cento o
desmatamento da Amazônia, contribuindo para minimizar o avanço das mudanças
climáticas.
Infelizmente, os países ricos,
justamente os principais responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa,
não cumpriram a sua parte. Talvez porque os ricos acreditem que tenham como se
proteger, e as mudanças climáticas afetarão com maior intensidade os mais
pobres, o que é a triste realidade.
Mas o que eles esqueceram é que todos
nós – ricos e pobres – precisamos do mesmo oxigênio para respirar, precisamos
de água limpa para sobreviver, precisamos de um planeta saudável, onde nossos
filhos possam viver com saúde e paz.
Felizmente, essa era de trevas que se
abateu sobre o planeta, por conta da ascensão de governos de extrema direita
pelo mundo afora, emite claros sinais de que está chegando ao fim.
Partidos e candidatos progressistas
vêm conquistando importantes vitórias. Isso está acontecendo em vários países,
e estou certo de que vai acontecer também no Brasil, a partir da eleição
presidencial do ano que vem.
O Brasil voltará a ser uma força
positiva no mundo. Voltaremos a ser criadores de políticas públicas capazes de
mudar para melhor o nosso planeta.
Acreditamos num mundo multipolar.
Voltaremos a ter uma política externa altiva e ativa. Vamos fortalecer o
Mercosul, reconstruir a União de Nações Sul-Americanas, a Unasul, e ampliar
nossas parcerias com a União Europeia.
Vamos aperfeiçoar os termos do acordo
Mercosul-União Europeia.Não queremos uma América Latina voltada exclusivamente
para o agronegócio e a mineração. Temos total capacidade de sermos também
países industrializados, tecnologicamente avançados.
O acordo hoje se encontra paralisado,
por conta da desconfiança de países europeus quanto ao cumprimento dos
compromissos ambientais assumidos pelo governo brasileiro.
Temos imensas extensões de terras
agricultáveis, temos tecnologia, pesquisas agropecuárias avançadas. Nossa
produção de alimentos não precisa desmatar a Amazônia para exportar soja ou
criar gado. As atividades criminosas dos que destroem o meio ambiente devem ser
punidas, e não podem prejudicar toda a economia brasileira.
Temos uma biodiversidade
extraordinária, e os nossos biomas haverão de se regenerar após a extinção do
atual governo, que estimula o desmatamento e as queimadas, o avanço do garimpo
em áreas de proteção ambiental, os ataques aos povos indígenas.
O povo brasileiro não quer que essa
destruição continue. Os brasileiros querem a Amazônia viva e de pé. E para
isso, é necessário construir alternativas sociais e de desenvolvimento, com
ciência, tecnologia e o protagonismo e respeito aos povos que vivem na
floresta, seus saberes e sua cultura.
Meus amigos e minhas amigas,
Acreditamos num mundo cada vez mais
plural, unido em torno de valores como solidariedade, cooperação, humanismo e
justiça social. Acreditamos numa nova governança mundial, começando pela
ampliação do Conselho de Segurança da ONU, e vamos continuar lutando por
ela.
Acreditamos que somos capazes de
construir no mundo uma economia justa, movida a energia limpa, sem a destruição
do meio ambiente e livre da exploração desumana da força de trabalho.
Acreditamos que outro Brasil é
possível, outra Europa é possível e outro mundo é possível – porque, num
passado muito recente, fomos capazes de construí-lo.
Podemos ser felizes juntos. E
seremos.
Muito obrigado a todos."