GLOBO, 50
ÂNUS
Por: Lelê Teles
A Globo faz 50 ânus, é
muita, mas muita merda pra comemorar
Não importa se você assiste em um
Pequeno 14′ ou numa TV de 70 polegadas, se está sintonizado na Globo o seu
aparelho de TV se converte, automaticamente, em um aparelho excretor.
São 50 anos de excrementos despejados
sobre a cabeça dos brasileiros. Talvez por isso mesmo, em um grande ato contra
as Organizações Globo, manifestantes atiraram fezes na fachada da emissora dos
Marinho, acusada de sonegar impostos.
De tanto fazer merda, a Globo
conseguiu estragar o carnaval e o futebol, dois símbolos da brasilidade,
transformando-os em espetáculos artificiais e seus protagonistas viraram meras
marionetes globais.
A Globo fez isso, abraçada aos
gangsteres que comandam clubes e agremiações; bicheiros, sonegadores e afins.
Tudo pelo dinheiro.
Joaquim Barbosa, que conseguiu uma
boquinha para o filho nos bastidores da platinada, tuitou dia destes que foi
pela Globo que ele conheceu os sotaques regionais brasileiros.
Um patético tuíte de bajulação e
fuleiragem. A Globo criou um sotaque artificial e uniforme, deformando o falar
característico do vasto território brasileiro, liberando apenas o carioquês
arrastado de Leilane Neubarth.
Nas novelas, chegaram à bizarrice de
inventar um sotaque uniforme nordestino. Não importa se o folhetim retrate os
singulares estados do Ceará ou da Bahia, os personagens vão usar sempre o mesmo
sotaque, o mesmo léxico, os mesmos trejeitos e a mesma entonação.
É o velho simulacro, a tentativa de
fazer da região nordeste um lugar homogêneo, exótico, caricato e atrasado.
A Globo colocou uma loira seminua
para agitar as manhãs da criançada, erotizando a infância e transformando os
pequenos em grandes consumidores vorazes e automatizados.
Cloaca da direita, a Globo avançou impiedosamente
contra o governo trabalhista, manipulando debates, destruindo reputações,
mancheteando mentiras, falsificando biografias, dando voz aos insensatos e
calando adversários.
Ubíqua, a Globo está no jornal
impresso, na internet, no rádio, na TV fechada e aberta, está por toda parte.
Seus colunistas se revezam por todos
estes meios, confundindo os cidadãos que, ouvindo várias vozes, pensam estar
ouvindo vozes variadas, mas ouvem somente uma pequena variação do mesmo
discurso.
Quanto ao discurso, todos sabemos, o
lugar de fala da Globo é a Casa Grande. Por isso mesmo, uma negra só é destaque
na emissora durante o carnaval: nua, erotizada, cheia de tremeliques e
sorridente.
A Globeleza é a glamourização da
mucama.
Nas novelas, os pretos quase sempre
são pobres, domésticos indomesticáveis e servos insolentes ou bajuladores. Se
mulher, é objeto sexual.
Moradores da periferia só aparecem
nas editorias de polícia, sendo presos ou sendo assassinados, mas sempre
culpados. Ou chorando por estarem desabrigados após um incêndio ou uma
enchente, uma gente que só serve para exibir tragédia e violência.
Essa lavagem cerebral criou uma
enorme alcateia de midiotas. Midiotizados, estes bonecos de ventríloquo
papagueiam tudo o que sai pela culatra global, acham os nordestinos um bando de
vagabundos preguiçosos, acreditam que os negros se fazem de vítima, que toda
mulher gosta de apanhar e ganhar menos que os homens, que todo favelado a
partir dos dez anos de idade é um criminoso em potencial, que a polícia só mata
traficantes e quem troca tiros com ela, que o filho do Lula comprou uma
pirâmide no Egito e que não existe racismo no Brasil.
Acreditam, inclusive, que homens de
bens são, sempre, homens de bem.
Não é de se estranhar que os midiotas
apoiam uma intervenção militar, tal qual a platinada fez quando tudo começou.
A midiotia é a grande contribuição
destes 50 anos em que a Globo trabalhou, diuturnamente pela imbecilização do
povo brasileiro.
A Globo faz 50 ânus, é muita, mas
muita merda pra comemorar.
Palavra da salvação.
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