"O É da Coisa"
https://www.youtube.com/watch?v=6aFnNOTHNag
"O É da Coisa"
https://www.youtube.com/watch?v=6aFnNOTHNag
Artigo da médica e Membro da Academia Alagoana de Letras Mirian Gusmão Canuto
O samba enredo da Escola
União da Ilha do Governador, no carnaval de 1979, cujo autor foi o procurador
federal Baeta Neves – conhecido como Didi -, parece ter sido feito para os dias
atuais: O amanhã, cuja letra diz: “O que será o amanhã? / responda quem puder /
o que irá me acontecer? / o meu destino será como DEUS quiser. Como será? Quem
ousaria responder tal pergunta?
Estamos,
há mais de um ano, diante dessa sinistra pandemia. Quem imaginaria que esse
afrontoso inimigo, muitas vezes letal, atormentaria todo o planeta? A
ansiedade, o medo e a insegurança continuam envolvendo os humanos. E o número
de óbitos se avoluma, a cada dia... A humanidade nunca foi, simultaneamente,
tão agredida. A saúde mental da população encontra-se lesada, e seus efeitos
são altamente nocivos.
As
consequências dessa calamidade atingem todos os segmentos: sociais, econômicos
e políticos. Os noticiários, os vídeos e várias mensagens são aflitivas e
chocantes, e têm deixado as pessoas exauridas: insônia, irritabilidade,
distúrbios do apetite – compulsão ou inapetência – são sintomas que têm
acometidos inúmeras criaturas. Mais do que nunca, o momento é de difundir a
serenidade e a esperança, com responsabilidade.
Muito pertinente para o momento, o artigo do pediatra e membro da nossa AAL - Academia Alagoana de Letras, nosso prezado amigo Milton Hênio Gouveia, em que ele analisa e reflete a respeito das consequências dessa catástrofe no ambiente familiar, envolvendo, sobretudo, as crianças; circunstâncias essas, que também se aplicam aos adultos. O distanciamento social deixa as pessoas aprisionadas, gerando uma atmosfera conflitante, cujas consequências vão da irritabilidade à violência.
A música, os exercícios físicos, uma boa leitura, um bom filme são aliados importantes nessa temporada conturbada. Desenvolver uma atividade artesanal também é uma terapia recomendada para preencher prazerosamente o tempo. Comunicar-se virtualmente, com amigos e pessoas nutritivas, estimula nosso bem-estar, alimenta nossa expectativa e confiança de dias melhores.
Volto a enfatizar que a esperança e a serenidade são bálsamos que nos fortalecem nas adversidades. Repito, sempre, a sabedoria de Charles de Gaulle: “O fim da esperança é o começo da morte”. A vacina é nossa maior aliada para a liberdade, porém é imprescindível continuarmos com todas as normas sanitárias.
A vida é soberana. Preocupe-se em sobreviver e estimular, positivamente, as pessoas que o cercam. Como será o nosso amanhã?
Boff lembra que em sânscrito, crise vem de kir ou kri que significa purificar e limpar, realçando que de kri vem também crítica, processo pelo qual nos damos conta do alcance e dos limites de qualquer fenômeno.
A respeito do modo de se vivenciar as crises, revisitei um pequeno grande livro: “Essa escola chamada Vida: depoimentos de Paulo Freire e Frei Betto ao repórter Ricardo Kotscho, em certa altura da rica prosa entre ambos, Betto afirma que “(...) Não existe crise pessoal. Existem maneiras pessoais de sentir as crises coletivas”.
Isto significa, entre outras coisas, que o clichê de que na pandemia “estamos todos no mesmo barco”, não é verdadeiro nem no modo de cada pessoa sentir os efeitos da pandemia, o que dirá em relação as condições materiais para o seu enfrentamento.
Nesse sentido, essa reflexão brota do meu modo pessoal de sentir a atual crise coletiva sanitária e civilizatória. Trata-se de uma reflexão de um militante de direitos humanos, branco, heterossexual, cristão, de classe média e atualmente trabalhando no serviço público.
A despeito dos privilégios inerentes a essas condições, que não são poucos, em um país racista, misógino, homofóbico, com crescente intolerância religiosa, elevadas taxa de desemprego e com fobia aos mais pobres, a minha experiência de viver tempos tão sombrios tem sido permeada por um permanente estado de apreensão, angústia e tristeza.
Custa-me acreditar que a fé cristã que comungo, em uma espécie de retorno à idade medieval, seja instrumentalizada para justificar, legitimar e/ou apoiar o regime da necropolítica instalado no país, que diariamente decide quem deve morrer.
Estupefato venho observando as blasfêmias, na acepção bíblica do termo, espalhadas aos borbotões nas redes sociais, apresentando uma imagem de Deus caricata, distante dos ensinamentos do Cristo nos evangelhos. São frases do tipo: “Deus está no controle”; “Deus é quem manda”; “Deus acima de tudo”, com querem nos fazer acreditar, e, efetivamente muitos crêem, que as mais de 300 mil mortes por Covid-19 no Brasil, os mais de 19 milhões na fome, são obra da vontade implacável de Deus.
Outro traço marcante patológico do flagelo desses tempos são os processos de alienação, alheamento e anomia ante a gravidade da crise em que vivemos. Ítalo Calvino, um dos mais notáveis escritores do século XX, com o talento peculiar inerente aos grandes literatos de fazer amor com as palavras, em uma obra inacabada, Seis Propostas para o Próximo Milênio: Lições Americanas escreveu, quem sabe antevendo o que estaria porvir no século XXI, que:
“(...) Às vezes me parece que uma epidemia pestilenta tenha atingido a humanidade inteira em sua faculdade mais característica, ou seja, no uso da palavra, consistindo essa peste da linguagem numa perda de força cognoscitiva e de imediaticidade
(...) Às vezes, o mundo inteiro me parecia transformado em pedra: mais ou menos avançada segundo as pessoas e os lugares, essa lenta petrificação não poupava nenhum aspecto da vida. Como se ninguém pudesse escapar ao olhar inexorável da Medusa”.
Com perplexidade, noto esse massivo processo de petrificação, da perda da capacidade cognitiva e de sentido imediato da urgência em relação à barbárie que avança a passos largos sobre nós. Tal estado muitas vezes só é rompido, ainda que momentaneamente, quando a força cruel e letal do vírus, irrompendo as redomas, ceifa a vida de algum dos entes queridos, fazendo-nos lembrar, na inominável dor da perda, a condição de mortal.
Nestes
tempos pestilentos, resta-me o socorro das boas leituras, na companhia de uma
boa música e o refúgio na esperança de fé nas coisas, que ainda não são, e que
por enquanto também não se vêem, mas, que em um breve futuro, poderão ser pela
ação coletiva de homens e mulheres que acreditam e constrói diuturnamente,
contra toda a desesperança, outro mundo.
Com sua candidatura, Lula corta o papo furado
"Não bastasse toda uma vida e uma longa trajetória
politica, não tivesse ele sido presidente por oito anos e permanecido ativo na
política nos últimos dez anos, Lula não faz hoje um gesto sequer para ser
considerado um Bolsonaro à esquerda", escreve o Presidente
do Instituto Vox Populi, o sociólogo Marcos Coimbra
A
formalização da candidatura de Lula a presidente em 2022 fez um grande bem à
política brasileira. Vários bens.
Um deles foi diminuir a conversa fiada, as ilusões,
fanfarronices e hipocrisias que são despejadas diariamente sobre nós. A
presença de Lula na eleição areja o ambiente e limita a mentirada.
Tome-se
o Judiciário. Até para não desesperar, muita gente quis encontrar méritos em
alguns dos indicados pelo capitão, como o substituto de Celso de Mello no
Supremo Tribunal Federal e o Procurador-Geral da República. Chegaram a
elogiá-los.
Depois
que Lula virou candidato, no entanto, viu-se que era ilusão. A primeira coisa
que Bolsonaro fez foi cobrar por suas nomeações e o comportamento recente de
ambos mostra que não passam de delegados do bolsonarismo, prontos a dar
piruetas para oferecer respaldo jurídico ao que o chefe quiser.
Até
o ano que vem, vamos nos acostumar a um Judiciário com militantes na defesa do
capitão e seus planos, o que só irá piorar com mais um ministro do STF a ser
indicado ainda em 2021. Não contente em rebaixar o nível político, intelectual
e moral do Executivo, o ocupante do Palácio do Planalto avança contra o sistema
de Justiça, agora às claras.
O
medo que Bolsonaro sente de Lula produziu, no entanto, um resultado positivo:
fez com que ele se precipitasse na exibição de um apoio nas Forças Armadas que
não tem, menor do que aquele de que se jactava. A manobra da demissão do
ministro da Defesa não foi a demonstração de força que buscava. Ao contrário, o
episódio explicitou que os militares não o abandonaram, mas sugere que não
estão dispostos a endossar um golpe de estado para entronizá-lo, venha de
dentro das Forças Armadas ou de outro lugar.
O
capitão pode insistir que o Exército é dele, mas não é o que o próprio diz e é
bom para o país constatar que essa conversa não passa de fanfarronice. Foi o
pavor de Lula que, paradoxalmente, o levou a expor sua fraqueza, o inverso da
imagem que buscava.
Outra coisa que ficou evidente depois da formalização da candidatura
do ex-presidente é a hipocrisia da tese da equivalência entre radicalismos de
sinal trocado, mas iguais.
Insistir na tecla de que Lula e Bolsonaro se equivalem no extremismo é uma das maiores mentiras de nossa história política.
Desde
que Lula reassumiu seu lugar, falou por dezenas de vezes com os principais
jornais e veículos de comunicação do mundo. Deu coletivas e esteve à disposição
da imprensa brasileira e só não conversou com quem não o quis ouvir. Em nenhuma
dessas oportunidades, revelou-se o tal radical que inventaram.
Não
bastasse toda uma vida e uma longa trajetória política, não tivesse ele sido
presidente por oito anos e permanecido ativo na política nos últimos dez anos,
Lula não faz hoje um gesto sequer para ser considerado um Bolsonaro à esquerda.
Esse, por sua vez, se afunda mais a cada dia na estupidez, autoritarismo e
truculência, mais se mostra um projeto de ditadorzinho de terceira,
incompetente e falastrão.
A hipocrisia de muita gente não tem limite. Como os editorialistas da “grande imprensa”, os comentaristas e os expoentes do “jornalismo profissional”, sem qualquer compromisso com a realidade. A ficção do Lula extremista é conversa para boi dormir e, na maior parte dos casos, serve apenas para justificar um bolsonarismo envergonhado.
Pior talvez seja a hipocrisia de algumas lideranças políticas. Essas que pretendem se apresentar como um hipotético “centro democrático”.
Não
se discute o direito de qualquer pessoa ter opiniões e acreditar em preceitos
que, mundo afora, são chamados “de centro”. O que é ridículo é gente madura,
com boa formação intelectual, inventar que o Brasil precisa evitar dois
radicalismos, quando há um só que é incompatível com a democracia e a
civilização: o ultra direitismo tosco de Bolsonaro e sua gangue.
Muito provavelmente, à medida em que o tempo passar e o Lula real voltar a ser mais familiar para o conjunto da opinião pública, fique óbvia a hipocrisia de coisas como o manifesto dos “pré-candidatos de centro” e os artigos de Fernando Henrique Cardoso. Seria muito bom que, junto com as ilusões e as fanfarronices que vão diminuindo, esses aí deixassem de ser hipócritas.
Sem máscara, Bolsonaro é
impedido por vendedora de
entrar em barraca de frango, ao ouvir um sonoro “pode não”e teve que comer do lado de fora - toma miserável - ? ! ? ! ? !
Bolsonaro voltou a desrespeitar os protocolos sanitários contra
a Covid-19 durante um passeio pela periferia de Brasília ontem. Por conta
disto, foi impedido por uma vendedora de entrar em uma tenda que vendia frango
em São Sebastião, região carente do Distrito Federal. Sem máscara,
Bolsonaro perguntou se poderia entrar no espaço cercado por fitas de
isolamento. “Pode não. Não sabe ficar do lado, por quê?”, foi a resposta.
”Depois o povo pega a
gente, nós estamos lascados”, disse a mulher em seguida. Sem alternativa,
Bolsonaro comeu em cima de uma caixa de isopor, do lado de fora da tenda.
https://www.brasil247.com/regionais/brasilia/sem-mascara-bolsonaro-e-impedido-por-vendedora-de-entrar-em-barraca-de-frango-pode-nao-video?amp=&utm_source=onesignal&utm_medium=notification&utm_campaign=push-notification
BandNews TV muda programação para exibir entrevista de Lula a Reinaldo Azevedo
Além das duas plataformas, a entrevista será exibida nas redes sociais oficiais da BandNews FM e contará com cobertura especial no site da Band.
"Eu combati o PT durante 13 anos no poder e muito antes disso. O termo 'petralha' eu criei antes. O PT estava no poder em Santo André quando eu criei o petralha, que é aquele que rouba o dinheiro para justificar um projeto de poder", disse Azevedo em 2016, no programa Os Pingos nos Is, da rádio Jovem Pan. Hoje, afirma ter se arrependido.
Nos últimos anos, Reinaldo Azevedo, tem defendido que o ex-presidente Lula sofreu uma condenação sem provas, além de criticar os métodos da Operação Lava Jato e do ex-juiz Sergio Moro.