Se
Aécio fosse petista já estaria na Papuda
Expoentes do PT como João Vaccari
Neto ou José Dirceu, etc, estão presos porque foram alvos de delações
premiadas. Quando empreiteiros, banqueiros, doleiros ou laranjas acusam
petistas, a mídia produz
manchetes tonitruantes, os telejornais se esbaldam e a oposição, Aécio Neves à
frente, exigem prisão, tortura, decapitações etc. contra os acusados.
Eis que,
em 30 de dezembro, Aécio Neves apareceu pela segunda vez na Operação Lava Jato;
na primeira, foi citado pelo doleiro Alberto Youssef como responsável pela
montagem de um ‘mensalão’ em Furnas. Neste domingo, 10 de janeiro, surge uma
terceira menção.
Em
negociação para firmar um acordo de delação premiada, o ex-presidente do PP
(Partido Progressista) Pedro Corrêa alega ter informações capazes de
comprometer aproximadamente cem políticos, entre eles dois ministros do atual
governo: Jaques Wagner, da Casa Civil, e Aldo Rebelo, da Defesa. A relação
apresentada por Corrêa durante as tratativas, porém, inclui Aécio.
As três
menções ao ex-candidato tucano a presidente e linchador-mor de petistas citados
na Lava Jato pouco ou nada diferem das que levaram petistas à cadeia,
recentemente. É tudo questão de a Justiça decidir que acusações sem provas vai
levar a sério e para quais irá requerer “provas” que não são pedidas para acusados filiados ao partido contra o
qual a Lava Jato foi pensada.
São três
– uma, duas, três – menções a Aécio no âmbito da Lava Jato e tais menções não
tem sido suficientes para que ele ao menos tenha a decência de calar a boca e
parar de acusar outros por problemas com a Justiça que também tem.
Tomemos,
por exemplo, o caso de Jaques Wagner, ministro-chefe da Casa Civil. Delatores
ligados a uma empreitiera dão como “prova” de que
ele se corrompeu doação eleitoral de 50 mil reais dessa empresa ao ministro
quando se candidatou ao governo da Bahía. Esse valor corresponde a cerca de 1% dos gastos dele de campanha e foi
devidamente registrado na Justiça Eleitoral.
Contudo,
a celeuma que se formou em torno disso em nada lembra o tratamento da grande
mídia que vem sendo dado a Aécio, contra quem, apesar de ser o líder da
oposição, praticamente não se vê uma mísera
manchete com destaque, isso sem falar que muitos veículos nem sequer se dão ao
trabalho de registrar que o tucano foi acusado.
O
vazamento contra Jaques Wagner é escandaloso porque foi feito exatamente no
momento em que ele começava a falar de política em nome do governo de forma a
reagir aos ataques da oposição. O que soa essa acusação ridícula envolvendo um
valor ridículo é que se trata de um recado: pare de falar, do contrário vai
virar alvo da mídia.
Voltando
a Aécio, se puxarmos o caso da Lista de Furnas, por exemplo – uma denúncia
antiga contra tucanos de Minas que ganhou força ao voltar à cena via delatores
da Lava Jato -, o envolvimento de Aécio se mostra grave.
Só para
refrescar algumas memórias: dois dos principais delatores da operação Lava
Jato, o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras
Paulo Roberto Costa, mencionaram, em agosto do ano passado, que políticos do
PSDB receberam recursos desviados de empresas estatais como a Petrobras e
Furnas. Entre os beneficiados foram citados
o ex-presidente nacional partido Sérgio Guerra e o senador Aécio Neves.
O que Yousseff e Paulo Roberto Costa dizem
contra petistas tem um peso, o que dizem contra tucanos, outro.
O caso da
Lista de Furnas, que até hoje ninguém conseguiu provar que é falsa, contem
acusações contra Aécio que, se para elas fosse usado o mesmo critério usado
para acusações contra petistas, já teriam levado o tucano para a Papuda.
A essa
denúncia somam-se as outras supracitadas, mas o silêncio da mídia é sepulcral.
E com a mídia em silêncio a Justiça não anda, os “torquemadas” da Lava Jato não
se indignam, não produzem aqueles showzinhos que são suas entrevistas
coletivas.
A
Operação Lava Jato poderia ser uma benção para o país. Porém, não passa de uma farsa.
Desde que
todos nos conhecemos por gente sabemos que empreiteiras corrompem agentes do
poder público para ganharem os contratos que as tornaram mega empresas
transnacionais. As mesmas empreiteiras que têm contratos com o governo federal,
com a Petrobras, têm contratos com Estados e municípios, muitos dos quais
governados por tucanos e outros oposicionistas.
E mídia e
Justiça tentam nos fazer crer que no escândalo dos trens em São Paulo as mesmas
empreiteiras que corromperam funcionários da Petrobras e que constroem estações
ferroviárias e metroviárias para o governo tucano, só corrompem agentes do
poder público se forem de
governos petistas. É o samba do descendente de europeu doido.
Eduardo Guimarães, editor do Blog da
Cidadania.
ôXENTE, CUIDADO, pois
as palavras na cor vermelha constam
originariamente no texto, mas os destaques e ênfases são deste BLOGUEIRO.
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