Manoel da Conceição, este SIM, um herói brasileiro
Os
militares CANALHAS da repressão MILITAR durante a Ditadura em nosso PAÍS tem
QUE PAGAR CARÍSSIMO as barbaridades COMETIDAS.
BÁRBAROS MILITARES IMUNDOS,
SACANAS, SAFADOS, ASNOS, FASCISTAS, COVARDES E CORRUPTOS
Manoel,
um relato EMOCIONANTE e TRISTE.
Um
ser HUMANO extremamente FIEL às suas raízes nordestinas.
Comissão da Verdade destaca a história de Manoel da Conceição
Baleado, preso, amputado, torturado, exilado. Sobrevivente da
ditadura militar (1964-1985). Falamos de Manoel da Conceição, 80, líder
camponês do interior do Maranhão, cuja história é contada no relatório da CNV
(Comissão Nacional da Verdade). Os abusos cometidos contra o lavrador nos
porões da ditadura chamaram tanto a atenção na década de 1970 que o papa Paulo
6º chegou a intervir a seu favor e pedir sua libertação.
De família evangélica, seguidora da Assembleia de Deus,
Conceição presidia o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pindaré-Mirim,
município situado 177 km ao sul de São Luís, quando os militares tomaram o
poder com um golpe em 1964. Formado na luta pela reforma agrária, a organização
era o primeiro sindicato rural da história do Maranhão.
De imediato, o Exército ocupou a sede da entidade e ali ficou
por 60 dias. Duzentos lavradores foram presos. Somente no mês de junho daquele
ano, Conceição foi preso cinco vezes na cadeia municipal.
Mesmo fechado pela ditadura, o sindicato tinha quatro mil filiados em 1968,
quando a polícia invadiu uma de suas sedes e baleou o dirigente na perna
direita. Após seis dias preso e sem ser medicado, teve de amputar a perna.
Nesta época, Manoel da Conceição e outros lavradores integravam
a organização de esquerda Ação Popular, que lhe ajudou a obter uma perna
mecânica. O Maranhão era governado por José Sarney, ex-presidente do país
(1985-1990) e atual senador pelo PMDB-AP.
O camponês conseguiu reorganizar o movimento de lavradores na região, mas em
janeiro de 1972, durante o governo do general Emílio Médici, auge da repressão
no Brasil, foi preso no município vizinho de Trufilândia e transferido para a
capital maranhense.
“Em 24 de fevereiro, foi sequestrado por agentes do DOI-Codi e movido para o
Rio de Janeiro. Foi entregue ao Comando do I Exército e levado para o quartel
da PE [Polícia do Exército] no bairro da Tijuca. Logo que chegou à ‘antessala
do inferno’, nome que os próprios agentes davam ao lugar, a perna mecânica foi
arrancada e, nu, foi colocado na ‘geladeira’, a solitária, onde era tratado
literalmente a pão e água, entre sessões de interrogatório e torturas”, afirma
a Comissão da Verdade.
PREGO NO PÊNIS
O documento contém um relato chocante feito por Manoel Conceição
em depoimento à comissão. As torturas que sofreu foram além do choque elétrico,
do pau de arara e do espancamento.
“Levantaram meus braços com cordas amarradas ao teto, colocaram meu pênis e os
testículos em cima da mesa e com uma sovela fina de agulhas de costurar pano
deram mais de trinta furadas. Depois bateram um prego no meu pênis e o deixaram
durante horas pregado na mesa”.
O paradeiro de Manoel da Conceição, que tinha à época dois filhos
do primeiro casamento, era desconhecido pela família. Depois de sete meses sob
tortura no Rio, foi levado para Fortaleza.
Em maio de 1975, Conceição foi condenado a três anos de reclusão pela Justiça
Militar. Como já tinha passado mais tempo do que isso na prisão, foi libertado.
De acordo com a Comissão da Verdade, o sindicalista contou com o
apoio do arcebispo de Fortaleza, dom Aloísio Lorscheider, então presidente da
CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), para viajar para São Paulo,
onde foi internado no hospital Santa Catarina graças à ajuda do cardeal dom
Paulo Evaristo Arns e do pastor presbiteriano Jaime Wright.
“Devido à tortura, o agricultor urinava através de sonda e ficou
impotente por anos. Depois de um mês de tratamento no hospital, ele foi para a
casa do padre Domingos Barbé, em Osasco. Na manhã de 28 de outubro de 1975, a
casa foi invadida por policiais, que levaram Manoel para o Deops paulista, onde
o jogaram nu numa fossa cúbica, não muito longe da sala de torturas (…). Além do
espancamento e choques elétricos, Conceição era ameaçado por policiais do
DOI-Codi, que avisavam: ‘Sua prisão não tem nada a ver com a Justiça, que foi
incapaz de julgá-lo. O problema é nosso'”, afirma o relatório.
INTERVENÇÃO DO PAPA
Tamanho abuso provocou uma mobilização que ultrapassou as fronteiras do país.
“Na ocasião, o papa Paulo 6º enviou um telegrama ao general Ernesto Geisel
[então presidente do país], pedindo por sua vida e exigindo libertação. Em 11
de dezembro de 1975, Manoel foi finalmente solto e ficou sob a proteção da
Anistia Internacional, que providenciou seu exílio em Genebra, na Suíça, para
onde partiu em março de 1976″, relata a Comissão da Verdade.
Conceição, que acabou absolvido pela Justiça Militar, foi para a Europa com a
assistente social Maria Denise Barbosa Leal, que trabalhava no presídio de
Aquiraz, na região metropolitana de Fortaleza. A filha única do casal nasceu
durante o exílio.
Com o processo de abertura política no Brasil e a aprovação da Lei da Anistia,
a família decidiu voltar ao Brasil em 1979 e se instalar no Recife. Conceição
ajudou a fundar o PT. Segundo Denise, o marido assinou a ficha de filiação de
número três quando o partido foi criado em fevereiro de 1980.
Na primeira eleição que o PT disputou, em 1982, Conceição
candidatou-se a governador de Pernambuco. Ficou em último lugar entre os quatro
candidatos, com 4.027 votos. “A campanha não tinha absolutamente nada. Ele
[Conceição] fazia discurso em cima de um caixote”, lembra Denise, 74, que se
formou em Direito e também foi filiada ao PT.
Em 1986, a família se mudou para o Maranhão e se fixou em
Imperatriz, no sul do Estado. Conceição se candidatou a deputado federal e a
senador, mas não se elegeu. Em 2010, ele e o deputado federal Domingos Dutra
(então PT-MA) fizeram greve de fome contra o apoio da direção nacional petista
à reeleição de Roseana Sarney (PMDB) para o governo do Maranhão.
Segundo Denise, Conceição debilitou-se desde então. Hoje, está
bem fisicamente, diz a companheira, mas tem problemas de memória, o que
prejudica sua comunicação. “Só volta a viver quando discute reforma agrária, a
luta pelo meio ambiente e a luta por justiça. Aí toma alma nova”, conta.
EVANGÉLICOS PERSEGUIDOS
Por sua origem na Assembleia de Deus, o caso de Manoel da
Conceição aparece no relatório da Comissão da Verdade na parte dedicada à
perseguição de religiosos protestantes, também chamados de evangélicos.
O documento lista sete evangélicos que morreram ou desapareceram
por causa das ações dos órgãos de repressão da ditadura. A relação tem os
presbiterianos Juarez Guimarães de Brito, Ivan Mota Dias e Paulo Stuart Wright;
os irmãos metodistas Daniel, Joel e Devanir de Carvalho; e a também metodista
Heleny Telles Ferreira Guariba.
“Os protestantes com engajamento social, especialmente, aqueles vinculados ao
movimento ecumênico, eram identificados pelos agentes do sistema como inimigos
da nação. Protestantes e o movimento ecumênico estiveram sob constante
investigação das agências de inteligência, com base na compreensão de que
tinham poder de disseminação de ideias contrárias à Doutrina de Segurança
Nacional”, aponta o relatório.
Fundada em 1934, a CEB (Confederação Evangélica do Brasil),
organização das principais igrejas protestantes brasileiras, foi invadida logo
após o golpe de 1964 e teve seus arquivos apreendidos. “Diversos integrantes do
movimento ecumênico protestante passaram pela experiência do enquadramento em
inquéritos policiais militares (…): foram presos, outros torturados ou tiveram
de fugir do Brasil”.
Entre anglicanos, metodistas, presbiterianos e integrantes da
Assembleia de Deus, 14 evangélicos foram expulsos ou fugiram do país durante a
ditadura.
Fonte:
http://desabafopais.blogspot.com.br/2014/12/comissao-da-verdade-destaca-historia-de.html#more
Mesmo fechado pela ditadura, o sindicato tinha quatro mil filiados em 1968, quando a polícia invadiu uma de suas sedes e baleou o dirigente na perna direita. Após seis dias preso e sem ser medicado, teve de amputar a perna.
O camponês conseguiu reorganizar o movimento de lavradores na região, mas em janeiro de 1972, durante o governo do general Emílio Médici, auge da repressão no Brasil, foi preso no município vizinho de Trufilândia e transferido para a capital maranhense.
“Em 24 de fevereiro, foi sequestrado por agentes do DOI-Codi e movido para o Rio de Janeiro. Foi entregue ao Comando do I Exército e levado para o quartel da PE [Polícia do Exército] no bairro da Tijuca. Logo que chegou à ‘antessala do inferno’, nome que os próprios agentes davam ao lugar, a perna mecânica foi arrancada e, nu, foi colocado na ‘geladeira’, a solitária, onde era tratado literalmente a pão e água, entre sessões de interrogatório e torturas”, afirma a Comissão da Verdade.
“Levantaram meus braços com cordas amarradas ao teto, colocaram meu pênis e os testículos em cima da mesa e com uma sovela fina de agulhas de costurar pano deram mais de trinta furadas. Depois bateram um prego no meu pênis e o deixaram durante horas pregado na mesa”.
Em maio de 1975, Conceição foi condenado a três anos de reclusão pela Justiça Militar. Como já tinha passado mais tempo do que isso na prisão, foi libertado.
INTERVENÇÃO DO PAPA
Tamanho abuso provocou uma mobilização que ultrapassou as fronteiras do país. “Na ocasião, o papa Paulo 6º enviou um telegrama ao general Ernesto Geisel [então presidente do país], pedindo por sua vida e exigindo libertação. Em 11 de dezembro de 1975, Manoel foi finalmente solto e ficou sob a proteção da Anistia Internacional, que providenciou seu exílio em Genebra, na Suíça, para onde partiu em março de 1976″, relata a Comissão da Verdade.
Conceição, que acabou absolvido pela Justiça Militar, foi para a Europa com a assistente social Maria Denise Barbosa Leal, que trabalhava no presídio de Aquiraz, na região metropolitana de Fortaleza. A filha única do casal nasceu durante o exílio.
Com o processo de abertura política no Brasil e a aprovação da Lei da Anistia, a família decidiu voltar ao Brasil em 1979 e se instalar no Recife. Conceição ajudou a fundar o PT. Segundo Denise, o marido assinou a ficha de filiação de número três quando o partido foi criado em fevereiro de 1980.
“Os protestantes com engajamento social, especialmente, aqueles vinculados ao movimento ecumênico, eram identificados pelos agentes do sistema como inimigos da nação. Protestantes e o movimento ecumênico estiveram sob constante investigação das agências de inteligência, com base na compreensão de que tinham poder de disseminação de ideias contrárias à Doutrina de Segurança Nacional”, aponta o relatório.
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