segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Dura realidade na passagem de ano ! ! !

Não tem sido fácil a vida de Alagoas nas últimas décadas. Repetidas topadas econômicas acompanhadas por deslizes administrativos têm fraturado as estruturas sociais do Estado.

As mazelas alagoanas afloram com multiplicada intensidade quando sobrevêm crises de âmbito nacional. Se a economia do País vai mal, o cenário econômico/social alagoano fica péssimo. Do bolsa-família aos repasses de verbas federais, têm vindo de fora os principais aportes para a sobrevivência do alagoano.

Despontando no horizonte, 2015 se apresenta penumbroso para as contas alagoanas. Para início de conversa, 2014 se despede com a ultrapassagem do limite determinado pela Lei de Responsabilidade Fiscal para o comprometimento com a folha salarial. Isto não é nada simples, trata-se de um problema de grande magnitude.

Romper a barreira de 49% determinada pela LRF para o pagamento da folha salarial estadual representa um rosário de obstáculos para o Estado infrator, sendo o corte dos fluxos de recursos federais uma ameaça catastrófica.

Segundo os dados apresentados pelo vice-governador eleito Luciano Barbosa, a receita corrente líquida alagoana está comprometida em 49,83% com gastos em folha de pagamento. Isto significa dizer que, desde agora, o Estado está mergulhado numa crise de proporções consideráveis e que o novo governo tomará posse fortemente engessado – travado, como se diz.

Além desse problema central, outros obstáculos portentosos estarão posicionados frente aos governantes: a insolvência da previdência estadual é outro desafio quase impossível, pois frente a uma receita de R$ 286 milhões alevanta-se, esmagadora, uma despesa de R$ 1,09 bilhão.

Provavelmente turbinado pela crise do setor sucroalcooleiro, o desemprego pulou de 9,5% para 11% apenas no último ano, enquanto o ICMS, de 2009 a 1013, caiu 59,46%. E a pobreza extrema se agudizou em mais 22,83% entre 2012 e 2013. Pelos números expostos ontem, de todos os índices sociais, apenas a mortalidade infantil registrou saldo positivo. No mais, socialmente falando, os problemas se agravaram.

Um duríssimo quadro local imerso em uma realidade nacional desfavorável. Desafios imensos colocados ao novo governo. Conscientizar e unir Alagoas passa a ser a primeira tarefa para todos que tomarão posse em 1º de janeiro de 2015.


Editorial do Jornal Gazeta de Alagoas - Maceió, 21 de dezembro de 2014 - Ano LXXX - Nº 3446

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