quinta-feira, 23 de agosto de 2012

SUPERSAFRA 2012, RETRATO DO NOVO BRASIL !

por Delúbio Soares (*)

 
A grande força de nossa economia vai reafirmar sua condição: em 2012 a agricultura brasileira nos oferece mais uma supersafra. Nossa balança comercial, as exportações, o abastecimento do mercado interno, enfim, todos se beneficiam dos excelentes resultados de nosso agronegócio. São milhões de brasileiros envolvidos nas atividades que oferecem ao Brasil e ao mundo
Em Goiás, meu querido Estado natal, a safra de milho na região de Jataí, por exemplo, chega a 160 sacas por hectare apenas na segunda colheita anual, a “safrinha”. É um recorde alcançado através do trabalho apurado e incessante dos agricultores locais, que tem contribuído sobremaneira para que lá se estabeleça um padrão mundial de agricultura sustentável. O milho e a soja são os principais responsáveis pelo aumento de quase 4 milhões de toneladas da safra goiana de grãos. Na safra de 2011, Goiás alcançou 15,2 milhões de toneladas. E em 2012 a colheita está pela ordem dos 19 milhões de toneladas, perfazendo, portanto, um impressionante incremento de mais de 23% na produção.
As áreas de plantio em Goiás se ampliaram em quase 12% e a produtividade acompanhou o ritmo, registrando recordes e apresentando um incremento de 11,8%. Para a safra nacional, o levantamento do competente IBGE prevê produção que chega aos 163,3 milhões de toneladas neste ano, 2% superior à alcançada na safra passada (160,1 milhões de toneladas). A área de colheita em 2012, de 49,4 milhões de hectares, apresenta acréscimo de 1,5% se comparada à área colhida na safra anterior.
Na região Centro-Oeste, registrou-se produção de 69,8 milhões de toneladas de grãos. No Sul, 56,7 milhões de toneladas; Sudeste, 19,1 milhões de toneladas; Nordeste, 13,2 milhões de toneladas e, por fim, no Norte, chegamos aos 4,5 milhões de toneladas. Comparativamente à safra do ano passado, há incrementos nas regiões Norte (2,2%), Sudeste (11,3%) e Centro-Oeste (24,4%) e decréscimos no Sul (16,4%) e Nordeste (9,4%). Esse retrocesso em duas importantes regiões se deve, em grande parte, às condições climáticas com prolongadas estiagens que castigaram o campo e os agricultores. Não fora isso, seguramente os excelentes números alcançados ainda seriam mais expressivos.
Em São Paulo, com sua forte agricultura, a colheita da laranja atinge novo recorde com 365,25 milhões de caixas de 40,8 kg na safra 2011/12. A estimativa é de que sejam processados 247 milhões de caixas, além de o consumo “in natura” atingir 34 milhões de caixas. Há, inclusive, a expressiva sobra de 83 milhões de caixas da fruta, por conta das seguidas supersafras, a crise global e os altos estoques nas indústrias de suco. Existe um esforço dos produtores no sentido de que o governo federal os auxilie em possíveis perdas, que poderiam ser compensadas com a destinação desse excedente à merenda escolar, por exemplo.
No Rio Grande do Sul a indústria viticultora colhe e processa a sua segunda maior safra histórica, com mais de 300 milhões de litros até o final do ano. Estão sendo colhidos 696,1 milhões de quilos de uvas no Rio Grande do Sul, berço de 90% da elaboração brasileira de vinhos e de 55% da produção de uvas. Em Minas Gerais, em mais de 500 Municípios (na região sul e no Alto Paranaíba, especialmente), a safra de café será maior 7,5% que a anterior, com a colheita de mais de 25 milhões de sacas. A alta qualidade do grão o credencia a disputar o valioso mercado internacional com cafés tidos como “nobres”, como o colombiano e o da Costa Rica.
O mundo vive uma de suas mais graves crises econômicas de todos os tempos, mas nem isso impediu que os agricultores brasileiros que produzem a soja se intimidassem. A produção em 2012 chegará aos 83 milhões de toneladas, com um acréscimo de 25% sobre a safra passada. Se até ontem era o minério de ferro o principal item de nossa balança de exportações, com 12,7% dela, agora é a soja, com imponentes 13,6%. A pujança do setor é tamanha que os produtores brasileiros já venderam mais de 35% da soja que ainda nem foi plantada!
Essa é a fronteira do amanhã, com o Brasil abastecendo o mundo com uma agroindústria fortíssima, com responsabilidade social e compromissos claros com o desenvolvimento nacional. Desde 2003, com o início do governo do presidente Lula, a vocação agrícola do Brasil foi ressaltada, com o apoio decidido de organismos de alto nível como a Embrapa e a Emater, com o apoio decidido do Banco do Brasil e do BNDES, com a formulação e com o implemento de políticas de apoio e incentivo aos que cultivam a terra e nos garantem safras que se superam, alimentando o Brasil e o mundo.
A supersafra de 2012 é o retrato de um Brasil que estamos construindo, mas que se voltou para seus filhos, seus valores e capacidade de trabalho desde um ciclo virtuoso iniciado com a chegada do governo popular, democrático e desenvolvimentista de Lula, Dilma, PT e partidos da base aliada.

 
(*) Delúbio Soares é professor

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