segunda-feira, 20 de agosto de 2012

A reação de Correa no caso Assange: "Com quem a Inglaterra pensa que está falando?"

 
Um reforço, e mais que isto, tranquilizador, a decisão do Brasil de se solidarizar com o Equador, neste momento em que o país vizinho de continente (e não de fronteira) está no centro do turbilhão da política internacional por ter concedido asilo político a Julian Assange. O fundador do site Wikileaks é odiado e perseguido pelos Estados Unidos por ter divulgado documentos secretos de sua diplomacia (do Departamento de Estado).

Nosso chanceler, Antônio Patriota,anunciou a solidariedade brasileira ao Equador e a seu presidente, Rafael Correa, considerando que não há como ignorar a “inviolabilidade das instalações das representações diplomáticas no exterior”.

A ameaça de invasão da embaixada do Equador em Londres - onde Assange se encontra refugiado - é a mais assustadora ameaça nesse xadrez internacional, desde a 4ª feira pp. quando circularam as primeiras informações de que o Reino Unido começou a cogitar adotar a medida.

Invasão de embaixada, uma ameaça perigosa


Patriota lembrou que já há, inclusive a declaração do Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas que ratifica o apoio de todos os seus membros (inclusive do Reino Unido) ao princípio de inviolabilidade de representações diplomáticas registrado na Convenção de Viena. Para tanto, o chanceler lembrou o episódio de 2011, quando o Conselho de Segurança condenou os ataques de cidadãos iranianos aos escritórios britânicos em Teerã.

Não há como não subscrever, também, a posição externada no fim de semana pelo presidente Rafael Correa quando ao comportamento britânico: "Eles ainda não compreenderam que na América Latina não permitimos mais quaisquer tipos de colonialismos. Com quem pensam estar falando? Não se dão conta de que há um governo soberano, dígno representante de um povo que não se ajoelha diante de ninguém?".

Como vocês vêem, altaneira, corajosa, patriótica a reação do presidnte do Equador frente as ameaças do governo de sua majestade Elisabeth II da Grã-Bretanha. Com esse comportamento adotado no episódio, a Inglaterra deixa claro que ainda não caiu na real e ainda sonha com os dias áureos de seu império onde o sol nunca se punha, mas que hoje está decadente e, pior que isto, cogita atitudae criminosas como esta de estudar a invasão de uma representação diplomática inviolável.

Rafael Correa: "Com quem pensam estar falando?"

É digno de todo apoio, portanto, a pronta reação do presidente Correa em defesa da dignidade e soberania do Equador. Este é um belo momento para que a unidade sulamericana deixe a retórica de lado e se torne realidade. Felizmente o continente reagiu prontamente e mantém-se ao lado do povo equatoriano, na defesa de sua soberania política.

Não há outro caminho a seguir, diante da aberta ameaça do governo de Londres, de invadir a Embaixada do Equador e retirar à força um cidadão que recebeu asilo legal do governo de Quito. A tensão e o aumento da temperatura nesse conflito internacional só demonstra, insisto, que os ingleses, em parceria ou cedendo às pressões dos Estados Unidos, ainda se consideram senhores do mundo.

O "crime" do criador do WikiLeaks, que o  tornou odiado, perseguido, e agora ameaçado de ser entregue ao governo norte-americano, foi apenas o de tornar transparentes os documentos que revelam as intrigas e crimes da diplomacia americana e das demais potências mundiais.

Leia também (clicando aqui) a nota divulgada pelo Comitê da Internacional Socialista para a América Latina e o Caribe em solidariedade ao Equador.
(foto: Antonio Cruz/ABr)
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