sábado, 2 de março de 2013

Casa de tolerância !!!



Bristol (EUA) – Os vigários viraram vigaristas. Há anos que o Vaticano vem sendo acusado de altas pilantragens financeiras, que levaram inclusive à descoberta do cadáver do poderoso Roberto Calvi, dono  do Banco Ambrosiano, cúmplice do Banco do Vaticano (conhecido como “Instituto per le Opere Religiose”), pendurado de uma ponte em Londres, em junho de 1982, com uma corda no pescoço.
Disseram que era suicídio, depois descobriram que era homicício, mas ninguém foi condenado. Roberto Calvi levou seus segredos para o outro mundo,  segredos que poderiam até estabelecer uma ligação com a Máfia.
Histórias escabrosas sobre transferências ilegais de fundos para o exterior continuam volta e meia a aparecer na imprensa internacional.
Nos últimos anos passaram a explodir, nos mais diversos países, escândalos de pedofilia e outros abusos sexuais numa entidade religiosa em que uma condição sine qua non para ser admitido é a castidade.
Agora há notícias de cafetinagem e de prostituição masculina, em que um nigeriano de dois metros de altura, integrante do coro da Reverenda Capela Musical, seria figura de (triste) destaque.
Nos Estados Unidos, Monsenhor Kevin Wallin, da paróquia de Bridgeport, em Connecticut, está preso sob a acusação de ser traficante de drogas, mais especificamente de anfetamina, substância ainda mais destrutiva do q ue o “crack”.
Há muitos anos sabia-se que ele era homossexual e travesti, promovendo orgias em sua reitoria.
Para abafar escândalos a  torto e a direito, a Igreja Católica vem sendo obrigada a gastar fortunas nos Estados Unidos e na Europa.
Na Irlanda, um convento de freitas admitiu que explorava o trabalho escravo de mulheres que eram colocadas aos seus cuidados.
É de admirar que Bento XVI tenha abdicado?
Quem o substituirá? O brasileiro Odilo Scherer?
Se for, não o invejo. Ninguém pode invejar quem  tiver sobre seus ombros a imensa carga de limpar a imagem da Igreja Católica.
Sobretudo porque a Igreja Católica, onde muitos prelados chafurdam no que a Titi Patrocínio, de “A Relíquia” (libelo sarcástico do grande Eça de Queirós), chamava de “relaxações”, é a mesma que insiste em impor a seus seguidores probições absurdas contra métodos anti-concepcionais e sexo pré-marital.
Por isto mesmo, suas exortações são cada vez mais ignoradas por seus seguidores.
Esta é a Igreja que insiste em proibir seus sacerdotes de se casarem, em nome da castidade. Que castidade?
A distância entre os “príncipes” da Igreja e a plebe rude nas cidades e campos é hoje maior do que nunca.
O novo Papa conseguirá reabilitar o Vaticano? Sua voz, seus ensinamentos, suas encíclicas, sua suposta infalibilidade terão ainda alguma relevância?
José Inácio Werneck - Bristol
É jornalista e escritor com passagem em órgãos de comunicação no Brasil, Inglaterra e Estados Unidos. Publicou "Com Esperança no Coração: Os imigrantes brasileiros nos Estados Unidos", estudo sociológico, e "Sabor de Mar", novela. É intérprete judicial do Estado de Connecticut. Trabalha na ESPN e na Gazeta Esportiva.

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