quarta-feira, 13 de março de 2013

Temer é um GRANDE vice !!!

Temer dá novo perfil ao cargo Articulador hábil, o vice-presidente conduz os interesses da base aliada no Palácio

PLANALTO 
Temer dá novo perfil ao cargo
Articulador hábil, o vice-presidente conduz os interesses da base aliada no Palácio

PAULO DE TARSO LYRA



Na convenção do PMDB, Dilma disse que Michel Temer (D)

Na convenção do PMDB, Dilma disse que Michel Temer (D) "reforça a capacidade de articulação do governo"
O estilo político do vice-presidente da República, Michel Temer, alterou o perfil do cargo que ocupa. Os dois antecessores do peemedebista — José Alencar (PL e, posteriormente, PRB) e Marco Maciel (PFL, hoje DEM) tinham uma atuação bem mais discreta. Temer, apesar de evitar arroubos públicos, usa o gabinete no Palácio do Planalto para pilotar uma intensa negociação política, recebendo com frequência correligionários, líderes e presidentes de outros partidos que têm dificuldades em marcar encontros com a presidente Dilma.

Na Convenção Nacional do PMDB, que reconduziu Temer à presidência da agremiação, Dilma fez questão de ressaltar o papel exercido pelo seu vice. “(Temer) divide comigo a responsabilidade pela condução do país e reforça, com suas qualidades de político competente, sério e excepcional negociador, a capacidade de articulação do governo”, elogiou a presidente.

No início do governo, alguns petistas suspeitavam de que o vice deixava de lado o papel executivo e se preocupava mais em defender os interesses do PMDB. “Temer ocupou um espaço de articulação que estava vago. A presidente Dilma não tem esse perfil de negociação, está aprendendo agora a lidar com os aliados”, reconheceu um integrante da coalizão governista.

Mas o PMDB também foi aprendendo, aos poucos, que, apesar de ter um exímio articulador no Palácio do Planalto, quem dá a palavra final é sempre a presidente. “Dilma não pode reclamar do PMDB. Nós nunca prejudicamos o governo”, defendeu um peemedebista histórico.

Maciel e Alencar
O episódio mais clássico de embate frustrado foi quando Dilma decidiu fazer uma limpa no setor elétrico e colocou Flávio Decat na presidência de Furnas. Então líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN) ameaçou uma rebelião. “Nós não estamos consultando o PMDB. Estamos informando o PMDB”, disse o então chefe da Casa Civil, Antônio Palocci. “Se for assim, vamos entregar os nosso cargos”, bradou Henrique. “Entrega”, rebateu Palocci, com o aval da presidente.

Quase dois anos depois desse episódio, Henrique Alves virou presidente da Câmara e Temer negocia com Dilma as mudanças que vão mexer com o PMDB na Esplanada dos Ministérios. O partido tem hoje cinco ministérios. Com as mudanças apresentadas pelo vice-presidente a Dilma, na semana passada, a tendência é que mantenha as mesmas cinco pastas e ganhe um acréscimo, como a Secretaria Nacional de Aviação Civil.

Os dois vices anteriores também tinham prestígio com os respectivos presidentes. Mas exerceram papeis distintos. Marco Maciel foi importante para garantir densidade política ao PSDB de Fernando Henrique Cardoso na Região Nordeste, na qual o partido enfrenta dificuldades até hoje.

Já José Alencar foi crucial para quebrar o medo que o empresariado tinha do petista Luiz Inácio Lula da Silva. E tornou-se, ao longo dos oito anos de governo, um crítico ácido da política de juros altos para combater a inflação. Mas, no campo político, a atuação dele sempre foi discreta.

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