quarta-feira, 27 de março de 2013

Senado convoca "gurgel" !!!

Senado aprova convite para Gurgel explicar compra de tablets

GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA

A Comissão de Meio Ambiente e Fiscalização do Senado vai convidar o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, a explicar aos senadores a compra de tablets para a Procuradoria. A suspeita, levantada pelo senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), é que a compra ocorreu com falhas de licitação.
O convite aprovado pela comissão é do próprio Collor, crítico de Gurgel, que acusa o procurador de ter direcionado a licitação da compra para beneficiar a empresa vencedora.

                                                                                                                                      divulgação
Gurgel usa um tablet para ler a denúncia do mensalão durante julgamento do caso no Supremo no ano passado
Gurgel usa um tablet para ler a denúncia do mensalão durante julgamento do caso no Supremo no ano passado
Por se tratar de convite, Gurgel não é obrigado a comparecer à comissão. O convite foi aprovado de forma simbólica, sem o voto nominal de cada parlamentar.
O líder do PSDB, senador Aloysio Nunes Ferreira (SP), tentou adiar a votação por discordar do convite a Gurgel ---mas por insistência de Collor, o requerimento foi analisado pela comissão.
O convite ao procurador faz parte de uma série de ações de Collor contra Gurgel. A pedido do ex-presidente da República, o plenário do Senado já aprovou pedido para o TCU (Tribunal de Contas da União) investigar a compra.
O valor da compra dos 1.226 tablets foi de R$ 3 milhões, ocorrida no dia 31 de dezembro de 2012. Collor disse que a Procuradoria fez a compra no "apagar das luzes", com a clara disposição de fraudar a licitação.
Em discurso, Collor classificou a compra de "absolutamente irresponsável". "Imagine o que o Ministério Público faria se o fato tivesse ocorrido no âmbito do Executivo, do Legislativo ou de uma prefeitura?", questionou.
IMPEACHMENT
O senador defende publicamente o impeachment do procurador-geral por considerar que ele atuou com "inércia" na Operação Vegas, que investigou em 2009 o grupo do empresário Carlinhos Cachoeira e flagrou conversas do ex-senador Demóstenes Torres.
Foto de André Borges
Fernando Collor (PTB-AL) em sessão da CPI do Cachoeira
Fernando Collor (PTB-AL) em sessão da CPI do Cachoeira
O senador já entrou com representação contra Gurgel no CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público). Collor faz discursos quase semanais, no plenário do Senado, para criticar Gurgel.
Nos bastidores, Collor tem o apoio de parte dos parlamentares do PT e do PMDB --que não admitem publicamente o movimento contra o procurador.
Parte dos petistas quer retaliar Gurgel pelas acusações no processo do mensalão, enquanto os peemedebistas criticam o fato de ele ter oferecido denúncia contra Renan Calheiros (PMDB-AL) ao STF (Supremo Tribunal Federal) às vésperas da eleição que o escolheu como presidente do Senado.
Em nota, a Procuradoria negou irregularidades na compra dos tablets. O órgão informa que optou pelo tablet iPad 3, da Apple, pois a Lei de Licitações permite a indicação de uma marca em casos como esses. Segundo a procuradoria, o processo teve aval da área técnica.
"Durante todo o processo licitatório não foi registrado qualquer pedido de esclarecimento ou impugnação. O certame teve ampla competitividade, contando com mais de 20 participantes", diz a nota.

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