Judiciário gasta quase R$ 4 bi com a farra das mordomias
Foto: Nelson Jr./SCO/STF
O caro leitor teria conhecimento de alguém em sua família que já
recebeu auxílio funeral? Não? Então, certamente, não tem nenhum parente
magistrado, desses que são chamados de meritíssimos.
Pois esta é apenas uma das várias mordomias dos ilustres
togados, em benefícios que vão muito além do respeitável teto constitucional de
R$ 33,7 mil de salário mensal, estabelecido para o funcionalismo público dos
três poderes.
Auxílio educação, auxílio funeral, auxílio transporte, auxílio
moradia, verbas para passagens e diárias, entre outras despesas extras pagas
com dinheiro público, virou uma farra. O custo destes chamados
"penduricalhos" é de R$
3,8 bilhões por ano, elevando os gastos anuais do Poder Judiciário para um total de
R$ 61,2 bilhões.
Para se ter uma ideia de grandeza, este valor corresponde a duas vezes o deficit
fiscal (R$ 30,5 bilhões) apresentado pelo governo na proposta orçamentária para
2016, que levou o governo a anunciar um novo pacote econômico na semana
passada.
Entre outras medidas, o pacote prevê um corte das emendas
parlamentares igual ao valor das mordomias dos magistrados, segundo dados do
relatório "Justiça em Números", divulgado pelo Conselho Nacional de
Justiça e revelado nesta segunda-feira pelos repórteres Italo Nogueira e Marco
Antônio Martins.
Em tempos de ajuste fiscal e intermináveis discussões sobre o
corte de despesas no orçamento federal, curiosamente o Judiciário, e também o Legislativo,
não param de aumentar seus gastos, como se fossem poderes
de um outro país que nada em dinheiro.
Ainda esta semana, o Congresso vai votar os vetos da presidente
Dilma Rousseff a projetos que aumentam os gastos públicos _ entre eles, o que
concede um reajuste médio de 59,9% aos servidores do Judiciário, nos próximos
quatro anos, o que representa mais R$ 25,7 bilhões.
É claro que os nobres parlamentares, magistrados e respectivos
servidores precisam de recursos para bem exercer suas funções, mas cabe uma
singela pergunta: será que precisam
mesmo de tanto, não dá para cortar um pouco em vez de aumentar os gastos?
Se o Executivo não para de anunciar que está cortando na própria
carne para poder aprovar o pacote fiscal com criação e aumento de impostos, por
que os outros poderes, sustentados com os mesmos recursos do Tesouro Nacional,
não podem também
contribuir com a sua parte? E ninguém fala nisso.
ôXENTE, CUIDADO, pois as palavras na cor vermelha constam originariamente no texto, mas os destaques são deste
BLOGUEIRO.
Nenhum comentário:
Postar um comentário