sábado, 12 de setembro de 2015

A MULA E OS VERMES. CENAS DO DESPERTAR DE UM NOVO FASCISMO ! ! !

A mula e os vermes. Cenas do despertar de um novo fascismo
Fascismo emerge, por todos os lados, como uma praga de vermes, favorecida por um mundo dominado, em sua maior parte, por um sistema baseado no egoísmo, no preconceito, na hipocrisia
porMauro Santayana, para a RBA publicado 10/09/2015 17:37, última modificação 10/09/2015 18:03
REPRODUÇÃO/YOUTUBE
Mula
Toda vez que o capitalismo se sente ameaçado ele abre a porta do canil e sai para passear com o fascismo
O reerguimento despudorado da extrema direita em todo o mundo – como reação tardia à descolonização da África e da Ásia, à vitória de regimes nacionalistas e de esquerda na América Latina, à resistência de países como a Rússia contra o cerco ocidental, e ao fortalecimento dos Brics, que estão criando um banco internacional de fomento que reúne alguns dos principais credores dos Estados Unidos e um fundo de reservas no valor de US$ 100 bilhões – tem sido pródigo em cenas dantescas e episódios emblemáticos, que poucos imaginariam possíveis, em sua sordidez e brutalidade, neste primeiro quarto do século 21.
Na Alemanha, dois neonazistas invadem uma cabine de trem e, aos gritos de “Heil Hitler!”, depois de fazer a saudação nazista, urinam sobre uma imigrante e suas duas crianças pequenas.
Na Suécia, um imigrante romeno, cigano e sem teto, é atacado com ácido no rosto, enquanto dormia em um parque de Estocolmo.
Na Ucrânia e em vários países do leste do Velho Continente, os ciganos se encontram acossados, em seus próprios bairros, que têm sido invadidos por milícias racistas e fascistas.
Na França e em outras nações, judeus de classe média, profissionais liberais, artistas e empresários, fazem fila para emigrar para Israel, assustados com o recrudescimento de um virulento antissemitismo, por parte daqueles que também sempre atacaram árabes, negros e outras minorias.
O papa Francisco, às vésperas de sua viagem aos Estados Unidos, recebe ameaças de neonazistas.
Na Hungria, uma cinegrafista, de emissora ligada ao partido de extrema direta Jobbik, dá coices, como uma mula ensandecida, em crianças de menos de dez anos e pais desesperados, carregados de bebês, que tentavam escapar das agressões da polícia na fronteira da Hungria – e recebe aplausos, na internet, dos mesmos brasileiros ("Se alguém com coragem tivesse feito isso nos paus de arara que chegavam em SPO (sic), hoje a cidade seria mais bonita e melhor pra se viver. Congratulations pra mocinha!") que defendem também a ditadura, a tortura e assassinato por agentes do Estado, como no caso da chacina de Osasco.
Essas cenas todas não são mais do que diferentes ângulos de um novo despertar: o do fascismo, que emerge, por todos os lados, como uma praga de vermes, favorecida por um mundo dominado, ainda, em sua maior parte, por um sistema baseado no egoísmo, no preconceito, na hipocrisia.
Um sistema que, no entanto, se sente cada vez mais pressionado, e que é responsável pelas consequências e contradições que ele mesmo estabeleceu, ao longo dos últimos 500 anos, ao permitir organizar-se e crescer, e continuar se expandido, com base na mais impiedosa exploração de países por outros países, de povos por outros povos, de homens por outros homens, indefinidamente.
Toda vez que o capitalismo se sente ameaçado – já lembramos isso outras vezes aqui – ele abre a porta do canil e sai para passear com o fascismo.
É preciso esmagar os vermes quando os ovos eclodem, para não ter de decepar, depois, uma a uma, as cabeças de seus exércitos de serpentes, como ocorreu na Primeira e na Segunda Grandes Guerras, ao custo de milhões de vítimas, civis e militares, nos campos de concentração e de extermínio, e também nos campos de batalha.

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