sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Ministros dizem no Congresso que governo não tem plano B ! ! !

Em sessão fechada do Congresso, Levy e Barbosa falam sobre pacote. (Foto: Alexandro Martello/G1)

O governo está aberto a negociar as medidas do pacote de ajuste fiscal anunciado nesta semana, mas não tem plano B caso não sejam aprovadas no Congresso. A afirmação foi feita ontem pelos ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, na Comissão Mista de Orçamento (CMO), presidida pela senadora Rose de Freitas (PMDB-ES). — O governo só tem o plano A e estamos empenhados em aprová-lo — disse Barbosa.

O encontro, que foi restrito aos parlamentares e durou cerca de cinco horas, serviu para que os ministros detalhassem o pacote. As medidas preveem corte de R$ 26 bilhões nas despesas do próximo ano e crescimento de R$ 40,2 bilhões na arrecadação, via impostos. O objetivo é reverter o déficit previsto de R$ 30,5 bilhões no Orçamento de 2016, garantir o cumprimento da meta de superávit primário, fixada em R$ 34,4 bilhões, e ainda ter uma folga de R$ 1,3 bilhão nas contas. A maior parte das medidas precisa ser aprovada pelo Congresso para entrar em vigor, como a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

Duas das propostas afetam as emendas parlamentares ao Orçamento. O governo quer usá-las para compensar cortes na saúde e no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Joaquim Levy disse que não há intenção de alterar as propostas antes da análise pelo Congresso. — O que o governo está apresentando é uma combinação de políticas para trazer o Brasil para a retomada do crescimento — declarou.

O ministro defendeu que a CPMF seja recriada e que vigore por quatro anos. Ele entende que o tributo tem menor impacto no setor produtivo e no processo inflacionário.

O líder do governo na CMO, deputado Paulo Pimenta (PTRS), disse que o pacote é o norteador do debate, mas nada impede que o Congresso faça modificações.

Deputados e senadores da oposição criticaram as explicações dos ministros. — Não teve nenhuma novidade — afirmou o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO).

Para o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), “o ajuste é imprevidente e improvisado”. — É o resumo da política econômica do governo Dilma. O relator-geral do Orçamento, deputado Ricardo Barros (PP-PR), elogiou a vinda dos ministros ao Congresso para explicar as medidas. — O encontro auxilia os parlamentares da base do governo na sua argumentação, porque compreendem melhor o conjunto das medidas — disse. Por sua vez, o deputado Jaime Martins (PSD-MG), primeiro-vice-presidente da CMO, destacou que a reunião “ajudou a reduzir a tensão” entre o Congresso e o governo e evidenciou as dificuldades que o Executivo terá para aprovar a CPMF.

Agência Câmara 

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