domingo, 20 de setembro de 2015
Ciro: 'democracia está ameaçada pelo golpismo'. 'Ciro afirmou ainda que, em caso de tentativa de golpe, estará nas ruas em defesa da legalidade'. No Brasil 247.
Ciro: 'democracia está ameaçada pelo golpismo'
domingo, 20 de setembro
de 2015
Ciro:
'democracia está ameaçada pelo golpismo'. 'Ciro afirmou ainda que, em caso de
tentativa de golpe, estará nas ruas em defesa da legalidade'. No Brasil 247.
Ciro: 'democracia está ameaçada pelo golpismo'
Sem meias palavras, Ciro Gomes, que deve disputar a presidência da
República em 2018, pelo PDT, ligou sua metralhadora giratória contra os que se
movimentam pelo impedimento de Dilma Rousseff; "Está acontecendo uma
escalada do golpe com apoio da oposição, que não aceitou o resultado das
eleições", afirmou; em relação aos tucanos Aécio Neves e FHC, ele foi
também impiedoso e os acusou de agir de má-fé; "O PSDB está fazendo isso
por pura vingança. Em 1999, quando houve a desvalorização violenta do real e a
popularidade do presidente foi ao chão, o PT começou com o Fora FHC. O
comportamento do Fernando Henrique é constrangedor"; sobrou ainda para o
vice Michel Temer; "Nunca vi um vice-presidente se mexer tanto";
confira
20 de Setembro de 2015 às 05:18
Ceará 247 – O ex-ministro Ciro Gomes, que já
concorreu duas vezes à presidência da República (1998 e 2002) e deverá voltar a
fazê-lo em 2018, pelo PDT, concedeu uma importante entrevista ao jornalista
Bernardo Mello Franco, leia abaixo, por Bernardo Mello Franco, no jornal Folha
de São Paulo.
Entrevista - Ciro
Gomes
Derrubar Dilma terá um preço muito alto
Ex-ministro diz que país viverá 'momentos tensos' e acusa
Michel Temer de atuar pelo impeachment
BERNARDO MELLO FRANCO COLUNISTA DA FOLHA
Depois de um período que batizou de "desintoxicação da
política", o ex-ministro Ciro Gomes, 57, voltou à cena atirando.
Recém-filiado ao PDT, ele acusa a oposição e o vice-presidente Michel Temer de
apoiarem uma "escalada do golpismo".
Ciro diz que o país viverá "momentos tensos" de radicalização política se a Câmara autorizar a abertura de um processo de impeachment contra Dilma Rousseff.
Na última quarta (16), ele foi lançado pré-candidato à Presidência em 2018. Já disputou o cargo em 1998 e 2002.
Ciro diz que o país viverá "momentos tensos" de radicalização política se a Câmara autorizar a abertura de um processo de impeachment contra Dilma Rousseff.
Na última quarta (16), ele foi lançado pré-candidato à Presidência em 2018. Já disputou o cargo em 1998 e 2002.

Folha - Como o sr. vê a articulação pelo impeachment da presidente
Dilma Rousseff?
Ciro Gomes - A democracia está ameaçada pelo golpismo. Está acontecendo uma escalada do golpe com apoio da oposição, que não aceitou o resultado das eleições.
Não gostar do governo não é causa para impeachment. Isso é um mecanismo raro, para usar em caso de crime de responsabilidade imputável direta e dolosamente ao presidente. Ninguém tem nada disso contra a Dilma.
Seria muito caro o preço de uma interrupção do mandato. É só olhar a Venezuela. Quem produziu aquele quadro lá foi esse tipo de antagonismo odiento. O país vai viver momentos tensos e graves, vizinhos à violência, por causa desses loucos.
Ciro Gomes - A democracia está ameaçada pelo golpismo. Está acontecendo uma escalada do golpe com apoio da oposição, que não aceitou o resultado das eleições.
Não gostar do governo não é causa para impeachment. Isso é um mecanismo raro, para usar em caso de crime de responsabilidade imputável direta e dolosamente ao presidente. Ninguém tem nada disso contra a Dilma.
Seria muito caro o preço de uma interrupção do mandato. É só olhar a Venezuela. Quem produziu aquele quadro lá foi esse tipo de antagonismo odiento. O país vai viver momentos tensos e graves, vizinhos à violência, por causa desses loucos.
Quem iria às ruas defender o mandato de Dilma?
Estarei na primeira fila. Muitos brasileiros vão se perfilar. Não é para defender a Dilma, é para defender a regra. Veja o que já aconteceu quando um mandato foi interrompido por renúncia, suicídio ou impedimento.
O impeachment pode ser a catarse de quem está zangado, mas, no dia seguinte, os problemas serão os mesmos. Só que agora o PT, a CUT e os servidores estarão em pé de guerra com um presidente sem legitimidade.
Uma parte das pessoas está nisso de boa-fé porque não sabe que quem assume é o vice-presidente Michel Temer, que é do PMDB e amigo íntimo do Eduardo Cunha. Mas tem pessoas de má-fé.
Estarei na primeira fila. Muitos brasileiros vão se perfilar. Não é para defender a Dilma, é para defender a regra. Veja o que já aconteceu quando um mandato foi interrompido por renúncia, suicídio ou impedimento.
O impeachment pode ser a catarse de quem está zangado, mas, no dia seguinte, os problemas serão os mesmos. Só que agora o PT, a CUT e os servidores estarão em pé de guerra com um presidente sem legitimidade.
Uma parte das pessoas está nisso de boa-fé porque não sabe que quem assume é o vice-presidente Michel Temer, que é do PMDB e amigo íntimo do Eduardo Cunha. Mas tem pessoas de má-fé.
A quem o sr. se refere?
A Aécio Neves e Fernando Henrique Cardoso. O PSDB está fazendo isso por pura vingança. Em 1999, quando houve a desvalorização violenta do real e a popularidade do presidente foi ao chão, o PT começou com o Fora FHC.
O comportamento do Fernando Henrique é constrangedor. Como dizia Brizola, ele está costeando o alambrado do golpe. Qual é a proposta do PSDB? Ficar contra o fator previdenciário e a CPMF, que eles criaram? Contra o ajuste fiscal, que eles introduziram como valor supremo?
A Aécio Neves e Fernando Henrique Cardoso. O PSDB está fazendo isso por pura vingança. Em 1999, quando houve a desvalorização violenta do real e a popularidade do presidente foi ao chão, o PT começou com o Fora FHC.
O comportamento do Fernando Henrique é constrangedor. Como dizia Brizola, ele está costeando o alambrado do golpe. Qual é a proposta do PSDB? Ficar contra o fator previdenciário e a CPMF, que eles criaram? Contra o ajuste fiscal, que eles introduziram como valor supremo?
Por que Dilma está tão fraca?
O maior problema do governo não é o escândalo, é a mentira. A zanga do povo não é propriamente com a corrupção, que é chocante, mas com o sentimento de ter sido enganada. A gente votou em um conjunto de valores e está recebendo o oposto.
O governo tem que se reorganizar politicamente e fazer uma gestão econômica coerente com o discurso que lhe deu a vitória. Ainda há tempo. O problema é que ela não tem projeto nem equipe.
A equipe da Dilma é de quinta, salvo exceções. Quem bota a [ex-ministra] Ideli Salvatti para tomar conta de uma situação dessa complexidade está pedindo para morrer.
Aí ela entrega a coordenação política ao vice, que distribui todos os cargos importantes ao PMDB e depois lava as mãos e sai. É uma coisa de cinema, rapaz. E os escândalos da Dilma 2.0 vão surgir dos nomeados por ele.
Nunca vi um vice-presidente se mexer tanto. O Temer foi dar palestra para um movimento que está no golpe contra a Dilma e fez uma frase que não admite dupla interpretação. Onde está escrito na Constituição que uma presidente com 7% [8%, segundo o Datafolha] de aprovação não se aguenta no cargo?
O maior problema do governo não é o escândalo, é a mentira. A zanga do povo não é propriamente com a corrupção, que é chocante, mas com o sentimento de ter sido enganada. A gente votou em um conjunto de valores e está recebendo o oposto.
O governo tem que se reorganizar politicamente e fazer uma gestão econômica coerente com o discurso que lhe deu a vitória. Ainda há tempo. O problema é que ela não tem projeto nem equipe.
A equipe da Dilma é de quinta, salvo exceções. Quem bota a [ex-ministra] Ideli Salvatti para tomar conta de uma situação dessa complexidade está pedindo para morrer.
Aí ela entrega a coordenação política ao vice, que distribui todos os cargos importantes ao PMDB e depois lava as mãos e sai. É uma coisa de cinema, rapaz. E os escândalos da Dilma 2.0 vão surgir dos nomeados por ele.
Nunca vi um vice-presidente se mexer tanto. O Temer foi dar palestra para um movimento que está no golpe contra a Dilma e fez uma frase que não admite dupla interpretação. Onde está escrito na Constituição que uma presidente com 7% [8%, segundo o Datafolha] de aprovação não se aguenta no cargo?
Ele quer a cadeira dela?
Vá ver se o José Alencar [vice de Lula], na crise do mensalão, saiu fazendo palestra e dizendo que era preciso achar alguém para unir o país. Eu costumo não ser idiota.
Vá ver se o José Alencar [vice de Lula], na crise do mensalão, saiu fazendo palestra e dizendo que era preciso achar alguém para unir o país. Eu costumo não ser idiota.
Como vê o novo pacote fiscal?
É ilusionismo, mas 70% não sai do papel. E a medida mais importante [a recriação da CPMF] não podia ter sido anunciada daquele jeito.
A receita está despencando por causa da recessão que esses malucos estão produzindo. Se o governo não atrapalhasse com a taxa de juros, o Brasil poderia achar o caminho antes do que se supõe. O governo está atrapalhando.
Hoje a inflação é provocada por câmbio e preços administrados, dois setores sobre os quais os juros não têm o menor efeito. E os maiores bancos estão tendo lucro 40% acima do ano passado. Estão ganhando com a crise.
É ilusionismo, mas 70% não sai do papel. E a medida mais importante [a recriação da CPMF] não podia ter sido anunciada daquele jeito.
A receita está despencando por causa da recessão que esses malucos estão produzindo. Se o governo não atrapalhasse com a taxa de juros, o Brasil poderia achar o caminho antes do que se supõe. O governo está atrapalhando.
Hoje a inflação é provocada por câmbio e preços administrados, dois setores sobre os quais os juros não têm o menor efeito. E os maiores bancos estão tendo lucro 40% acima do ano passado. Estão ganhando com a crise.
O sr. quer disputar o Planalto?
Acho extemporâneo falar de candidatura agora. Mas eu já fui candidato duas vezes, não posso disfarçar.
Acho extemporâneo falar de candidatura agora. Mas eu já fui candidato duas vezes, não posso disfarçar.
O PDT é seu sétimo partido. Como explica tantas mudanças?
Minha vida partidária é uma tragédia, muito ruim mesmo. Mas mudo de partido, não de convicções. Tenho 26 anos de vida pública e nunca respondi a um inquérito.
Nela, Ciro condenou duramente o processo golpista que vem sendo estimulado pela oposição liderada pelo PSDB. "A democracia está ameaçada pelo golpismo. Está acontecendo uma escalada do golpe com apoio da oposição, que não aceitou o resultado das eleições", disse ele. "Não gostar do governo não é causa para impeachment. Isso é um mecanismo raro, para usar em caso de crime de responsabilidade imputável direta e dolosamente ao presidente. Ninguém tem nada disso contra a Dilma."
Minha vida partidária é uma tragédia, muito ruim mesmo. Mas mudo de partido, não de convicções. Tenho 26 anos de vida pública e nunca respondi a um inquérito.
Nela, Ciro condenou duramente o processo golpista que vem sendo estimulado pela oposição liderada pelo PSDB. "A democracia está ameaçada pelo golpismo. Está acontecendo uma escalada do golpe com apoio da oposição, que não aceitou o resultado das eleições", disse ele. "Não gostar do governo não é causa para impeachment. Isso é um mecanismo raro, para usar em caso de crime de responsabilidade imputável direta e dolosamente ao presidente. Ninguém tem nada disso contra a Dilma."
Ciro afirmou ainda que o Brasil pagaria um preço alto, em
caso de golpe, e poderia viver uma situação de polarização comparável à da
Venezuela. "Seria muito caro o preço de uma interrupção do mandato. É só
olhar a Venezuela. Quem produziu aquele quadro lá foi esse tipo de antagonismo
odiento. O país vai viver momentos tensos e graves, vizinhos à violência, por
causa desses loucos."
Quem seriam, então, os loucos? Ciro mencionou o ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso e o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que, na sua visão,
estariam agindo "de má-fé". "O PSDB está fazendo isso por pura
vingança. Em 1999, quando houve a desvalorização violenta do real e a
popularidade do presidente foi ao chão, o PT começou com o Fora FHC", disse
Ciro. "O comportamento do Fernando Henrique é constrangedor. Como dizia
Brizola, ele está costeando o alambrado do golpe. Qual é a proposta do PSDB?
Ficar contra o fator previdenciário e a CPMF, que eles criaram? Contra o ajuste
fiscal, que eles introduziram como valor supremo?"
Nas ruas contra o golpe
Ciro afirmou ainda que, em caso de tentativa de golpe, estará nas ruas em defesa da legalidade. "Estarei na primeira fila. Muitos brasileiros vão se perfilar. Não é para defender a Dilma, é para defender a regra. Veja o que já aconteceu quando um mandato foi interrompido por renúncia, suicídio ou impedimento", afirmou. "O impeachment pode ser a catarse de quem está zangado, mas, no dia seguinte, os problemas serão os mesmos. Só que agora o PT, a CUT e os servidores estarão em pé de guerra com um presidente sem legitimidade."
Ele também condenou a postura do vice-presidente Michel Temer. "Nunca vi um vice-presidente se mexer tanto. O Temer foi dar palestra para um movimento que está no golpe contra a Dilma e fez uma frase que não admite dupla interpretação. Onde está escrito na Constituição que uma presidente com 7% de aprovação não se aguenta no cargo?", questionou. "Vá ver se o José Alencar, na crise do mensalão, saiu fazendo palestra e dizendo que era preciso achar alguém para unir o país. Eu costumo não ser idiota."
Ciro afirmou ainda que, em caso de tentativa de golpe, estará nas ruas em defesa da legalidade. "Estarei na primeira fila. Muitos brasileiros vão se perfilar. Não é para defender a Dilma, é para defender a regra. Veja o que já aconteceu quando um mandato foi interrompido por renúncia, suicídio ou impedimento", afirmou. "O impeachment pode ser a catarse de quem está zangado, mas, no dia seguinte, os problemas serão os mesmos. Só que agora o PT, a CUT e os servidores estarão em pé de guerra com um presidente sem legitimidade."
Ele também condenou a postura do vice-presidente Michel Temer. "Nunca vi um vice-presidente se mexer tanto. O Temer foi dar palestra para um movimento que está no golpe contra a Dilma e fez uma frase que não admite dupla interpretação. Onde está escrito na Constituição que uma presidente com 7% de aprovação não se aguenta no cargo?", questionou. "Vá ver se o José Alencar, na crise do mensalão, saiu fazendo palestra e dizendo que era preciso achar alguém para unir o país. Eu costumo não ser idiota."
Postado por Helio Borba no BLOG APOSENTADO INVOCADO
Nenhum comentário:
Postar um comentário