por Kiko Nogueira, via Diário do Centro do Mundo
Tiveram
de se coçar.
Foi necessária a pressão no cangote
da secretária de Justiça norte-americana, Loretta Lynch, para a PF tomar uma
atitude com relação à CBF. Um inquérito foi aberto no Rio. O ministro da
Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, acha que há indícios de que os crimes
apurados pelo FBI tenham sido cometidos aqui. Bidu.
Na
noite anterior, quarta-feira, dia 27/5, a PF deu uma geral em companhias do
empresário Kleber Leite, ex-presidente do Flamengo ligado a J.Hawilla, delator
do esquema da Fifa.
De
acordo com as autoridades dos EUA, a investigação remonta a 24 anos de
irregularidades. Nesse período, a CBF, que está no centro do caso, operou com
gás total.
Onde estava a PF nesse tempo todo? Onde as detenções barulhentas, as
operações com nomes criativos?
Segundo
a Folha, houve 13 sindicâncias em 15 anos contra a CBF. Nenhuma
jamais deu em nada. Uma reportagem do Lance de quatro anos
atrás oferece alguns motivos.
Em
2009, a CBF foi a principal patrocinadora do 4º Congresso Nacional da
Associação de Delegados Federais, em Fortaleza. A confederação teria
desembolsado R$300 mil. Ricardo Teixeira, presidente à época, foi convidado a
participar de um painel sobre a Copa de 2014.
O
superintendente da PF na ocasião, responsável pela investigação contra Teixeira,
era o amigo Valdir Lemos de Oliveira. Os delegados ainda disputaram um torneio
na Granja Comary, onde a seleção treina, cedida por Teixeira.
Um
ano depois, a CBF bancou uma viagem de um coral de policiais federais
aposentados para a Argentina. Uma nota oficial assegurava que o investimento
foi “pontual”: “O patrocínio da CBF ao coro de vozes, realizado em 2010 para o
evento Cantapueblo, na Argentina, foi única e exclusivamente de caráter
cultural”.
Se
isso não é conflito de interesses, o que é?
Nos
últimos meses, a Polícia Federal tornou-se objeto de devoção de debiloides
fascistas revoltados online por causa de sua suposta cruzada moralizadora.
Ninguém acha estranho, por exemplo, que todos os envolvidos no caso Helicoca,
inclusive os traficantes apanhados em flagrante, estejam livres, leves e
soltos.
Gente
como Teixeira, Marin, Del Nero, Hawilla et caterva vem dizimando o futebol
brasileiro há décadas, impunemente, enquanto se locupleta. Vamos ver se um
agente da nossa valorosa PF tem a coragem de praticar tiro ao alvo com uma foto
de Loretta Lynch, como fizeram com Dilma.
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