Charge do Bessinha publicada no Blog Conversa Afiada
A cópia de todos os
passaportes do ex-ministro entre 2006 e 2013 foi
apresentada à Justiça em
janeiro. Os documentos anexados ao inquérito
demonstram que José Dirceu
fez cerca de 120 viagens ao exterior
a trabalho, visitando
28 países.
O jornal O Estado de S. Paulo
publicou ontem (16) reportagem informando que a Polícia Federal decidiu, em 15
de maio, rastrear as viagens de José Dirceu ao exterior para prestar
consultoria. A notícia, no entanto, não traz novidade alguma porque, como o
próprio jornal reconhece, a defesa de Dirceu já havia apresentado, em janeiro,
a cópia de todos os passaportes do ex-ministro entre 2006 e 2013.
Os documentos anexados ao
inquérito em janeiro demonstram que José Dirceu fez cerca de 120 viagens ao exterior
a trabalho, visitando 28 países. Clique aqui para ver o histórico da consultoria do
ex-ministro.
Apesar da redundância do
pedido, a defesa do ex-ministro vê com bons olhos a determinação da Polícia
Federal. “Embora já tenhamos apresentado toda a documentação, a Polícia Federal
irá constatar, por conta própria, que José Dirceu viajou mais de uma centena de
vezes ao exterior representando o interesse de seus clientes”, afirma o advogado
Roberto Podval. “O histórico de viagens não deixa qualquer dúvida que o
ex-ministro viajou a Portugal na época do contrato com a Camargo Corrêa e foi
por dezenas de vezes a países da América Latina para trabalhar em nome da
Engevix, Galvão Engenharia, UTC e outras empresas, sejam elas investigadas pela
Lava Jato ou não.”
A reportagem diz ainda que o
ex-ministro é investigado por suposta lavagem de dinheiro na compra de imóvel
de R$ 1,6 milhão, em 2012, onde funcionava a JD Assessoria. A suspeita não tem
qualquer fundamento. Como a quebra do sigilo fiscal mostra, a casa foi comprada
mediante entrada e financiamento com o Banco do Brasil em 161 prestações
mensais, conforme consta nas declarações de renda do ex-ministro. Os antigos
proprietários, intimados pela Justiça a falar sobre a venda, confirmaram a
legalidade da negociação e o recebimento integral do valor.
Na semana passada, o foco em
José Dirceu recaía sobre seus sigilos fiscal e bancário. A mídia deu ampla
repercussão à decisão da CPI da Petrobras de requerer a quebra dos sigilos do
ex-ministro. Como este blog publicou (clique aqui para ler), o
pedido era inócuo porque os dados bancários e fiscais da consultoria e de José
Dirceu já haviam sido quebrados pela Justiça do Paraná em janeiro e tornados
públicos em março por decisão do juiz Sérgio Moro. Qualquer advogado, mesmo sem
procuração nos autos, pode entrar no site da Justiça Federal
do Paraná e pedir acesso a todas as informações.
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