“Dilma fez a opção certa. Foi para um compromisso em que teria a companhia de pessoas de quem gosta – e se livrou dos enfadonhos engravatados”
Dilma e outros Presidentes sulamericanos prestigiam a posse de Evo
Com imagens do Blog Conversa Afiada, RAPADURA – O Blog do
Mingas
reproduz artigo do jornalista Paulo
Nogueira fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo - DCM
Uma das
tolices que estão sendo propagadas pelos suspeitos de sempre é que Dilma
cometeu um desatino ao optar por ir à posse de Evo na Bolívia e não a mais uma
edição do Fórum Econômico Mundial, em Davos.
As críticas derivam de duas coisas. Uma é o preconceito em relação
à Bolívia e Evo. Não há nada que se possa fazer a respeito. Augusto Nunes, o
Brad Pitt de Taquaritinga, chama Evo de “Llama de Franja”, e presume que está
sendo espirituoso.
O segundo fator é a ignorância dos críticos em relação ao Fórum
Econômico Mundial, que cobri duas vezes, já quando perdera o brilho.
O WEF, das iniciais em inglês, é agora uma espécie de Ilha de
Caras da plutocracia global.
Teve num passado distante, quando a globalização era novidade,
alguma relevância.
Nos dias de ouro, até estrelas do cinema como Angelina Jolie iam a
Davos, nos Alpes suíços.
Não mais.
Agora, os organizadores têm que se contentar com subcelebridades
como Paulo Coelho – sempre presente com tudo na faixa – para tentar promover o
encontro.
O WEF, ao contrário do que muitos pensam, é um negócio privado e
seu maior objetivo, longe de resolver os problemas do mundo, é proporcionar
holofotes a seu dono, o alemão Klaus Schwab.
Como a Ilha de Caras vivia do prestígio de quem ia a ela, o WEF
depende também dos políticos e empresários que se deslocam para Davos.
Tente encontrar Obama lá, por exemplo. Obama jamais foi ao WEF, e
nenhum dos seus críticos encrencou com isso. Nem Bush compareceu uma única vez
a Davos.
Clinton foi, em 2000. Mas estava se despedindo da presidência, e o
WEF era um excelente lugar para arrumar palestras de 150 000 dólares ao redor
do mundo.
Os líderes empresariais que vão ao WEF estão lá não por seu
notório saber e charme inexcedível, mas porque pertencem a empresas
patrocinadoras.
Você tem uma empresa e quer pontificar em Davos? Basta procurar o
tesoureiro do WEF e verificar o preço de uma cota de patrocínio.
Hoje, 2015, Davos é, sobretudo, uma boca livre. Joaquim Levy
provavelmente aproveitará os dois ou três dias lá para relaxar na paisagem
deslumbrante de Davos.
É bom que ele relaxe mesmo porque, ao voltar, terá um trabalho
duro pela frente.
Quanto a Dilma, fez a opção certa. Em vez de servir de escada para
Schwab, foi para um compromisso em que teria a companhia de pessoas de quem
gosta – e se livrou dos enfadonhos engravatados do WEC.
O resto, bem, o resto é nhenhenhém de quem não tem a menor ideia
do que seja Davos.
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