Lemes desmonta ‘câncer do pâncreas’ em Lula: ‘Mentira e desrespeito’
por Conceição Lemes*
No primeiro domingo deste mês,
dia 4, o jornalista Leandro Mazzini publicou em sua Coluna Esplanada, noUOL: Lula fez tratamento sigiloso e
controlou novo câncer.
Na
reportagem, ele diz que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva:
“combateu de um ano para cá um novo câncer e o controlou”;
“foi acometido de um câncer no pâncreas, que teria sido descoberto
no início de 2014”;
“passou a visitar esporadicamente o Hospital Sírio Libanês em São
Paulo durante a madrugada, entrando de carro pela garagem privativa do corpo
clínico para evitar boataria. E tomou um forte medicamento para evitar a
quimioterapia”.
“estaria tomando diariamente um medicamento importado dos Estados
Unidos, que custa cerca de R$ 30 mil por mês (ainda não comercializado no Brasil).
Seria sob o princípio do Bevacizumab, com uma versão mais recente e potente do
popular Avastin, que ameniza o quadro clínico e a dor, e evita a
quimioterapia”.
“Isso é mentira e um desrespeito com o ex-presidente”, rebate, indignado, José Chrispiniano, assessor de imprensa do Instituto Lula, em conversa com o Viomundo.
“Lula sempre tratou dos seus problemas de saúde com total transparência”, reforça. “Quando ele teve diagnosticado o câncer na laringe, a imprensa soube no mesmo dia. O próprio ex-presidente fez questão de que tudo fosse divulgado.”
O
diagnóstico foi tornado público em 29 de outubro de 2011. Durante cinco meses,
Lula submeteu-se a quimioterapia e radioterapia. Em 28 de março de 2012, os
exames revelaram que o tumor havia desaparecido por completo.
Desde então, como todo paciente que teve câncer, Lula faz avaliações oncológicas de rotina no Hospital Sírio-Libanês, onde ele se tratou.
A última foi em 15 de novembro de 2014. Portanto, há 50 dias. Na ocasião, o Sírio-Libanês divulgou uma nota. E republicou-a no último domingo, 4 de janeiro de 2015, quando a reportagem de Mazzini foi veiculada.
Diante
dessa nota que informa que não se detectou nada de errado com a saúde de
Lula, eu pergunto:
1) Por que, apesar de há mais de um mês a assessoria de imprensa do Instituto Lula ter negado veementemente o novo câncer e de a nota do Sírio-Libanês dizer que estava tudo normal com Lula, Mazzini publicou a matéria? Lembrem-se de que ele disse que o “tumor de pâncreas teria sido descoberto no início de 2014”.
2) Ao
observar que o “tumor de pâncreas teria sido descoberto no início de 2014” e
que a nova doença não consta da nota do Sírio-Libanês, o jornalista deixa
subentendido que a equipe médica que cuida do ex-presidente e a
assessoria de imprensa do Instituto Lula estão mentindo. Não caberia aí um
processo?
3) Por
que as supostas “fontes” do jornalista (“um médico do Sírio, que não compõe a
equipe que cuida de Lula; um diretor do PT; um assessor especial do Palácio do
Planalto; e um parlamentar amigo de Lula”) “escolheram” justamente um dos tipos
de câncer mais agressivos e letais? De antemão, aviso: no PT, não há a figura
do diretor.
4) Quem
merece mais crédito: os oito médicos envolvidos na avaliação oncológica de
Lula, cujos nomes aparecem na nota do Sírio-Libanês, ou um suposto médico
anônimo, que prefere não se identificar? Lembro ao doutor hipotético que ele,
de cara, está infringindo o Código de Ética Médica.
5) Que mão ou mãos estão por trás dessa falsa, cruel e malévola notícia?
*Conceição Lemes é a mais premiada repórter de Saúde do Brasil.
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