domingo, 23 de novembro de 2014

Viver menino, morrer poeta ! ! !

Alma Nua
Ó Pai
Não deixes que façam de mim
O que da pedra tu fizestes
E que a fria luz da razão
Não cale o azul da aura que me vestes
Dá-me leveza nas mãos
Faze de mim um nobre domador
Laçando acordes e versos
Dispersos no tempo
Pro templo do amor
Que se eu tiver que ficar nu
Hei de envolver-me em pura poesia
E dela farei minha casa, minha asa
Loucura de cada dia
Dá-me o silêncio da noite
Pra ouvir o sapo namorar a lua
Dá-me direito ao açoite
Ao ócio, ao cio
À vadiagem pela rua
Deixa-me perder a hora
Pra ter tempo de encontrar a rima
Ver o mundo de dentro pra fora
E a beleza que aflora de baixo pra cima
Ó meu Pai, dá-me o direito
De dizer coisas sem sentido
De não ter que ser perfeito
Pretérito, sujeito, artigo definido
De me apaixonar todo dia
De ser mais jovem que meu filho
E ir aprendendo com ele
A magia de nunca perder o brilho
Virar os dados do destino
De me contradizer, de não ter meta
Me reinventar, ser meu próprio Deus
Viver menino, morrer poeta

Vander Lee, um dos GÊNIOS do cancioneiro brasileiro


Vanderli Catarina, nasceu em 03 de Março de 1966, na maternidade Frederico Ozanan sendo o do meio dos sete filhos (Paulo José, Ivanete, Waldecy, Eu, Maria de Lourdes, Ivânia e Marcos) de Efigênia e José Delfino, sendo criado no bairro Olhos D'água, que fica situado próximo ao encontro da BR 262 com 040, em Belo Horizonte. Trabalhou como gandula de tênis, faxineiro, office-boy, entregador, auxiliar de jardinagem, almoxarife, vendedor ambulante, etc. Cursou o primário na escola da Mannesmman, ginasial na Escola Estadual Paula Frassinetti (Sion) e segundo grau (inconcluso) no colégio Padre Machado, que fica na Savassi, no turno da noite, em BH, Belô ou Belo Horizonte - fica a seu critério.

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