A economia mundial, após a crise de
2008, está se estruturando em função de microrregiões altamente integradas, o
que exige maior unidade entre os países interessados em zelar pelos interesses
comuns da América Latina, a fim de avançar rumo a um desenvolvimento
sustentável e inclusivo na região, afirmou nesta segunda-feira (24) o ministro das Relações Internacionais do Chile, Heraldo
Muñoz.
Para Heraldo Muñoz, a integração entre
o Mercosul e a Aliança do Pacífico não é uma opção, mas uma necessidade. Foto:
Ministério das Relações Exteriores do Chile.
Por isso, acrescentou ele, é preciso
aprofundar o comércio intrarregional entre a América Latina e o Caribe e
aumentar a ainda escassa presença desses países nas cadeias globais de valor.
As afirmações do ministro foram feitas durante o encontro entre representantes
do Mercosul e
da Aliança
Pacífico, noCentro Cultural Gabriela Mistral
(GAM), em Santiago, no Chile.
O país sedia o seminário “Diálogo sobre Integração
Regional: Aliança do Pacífico e Mercosul”, que dá sequência à
reunião entre chanceleres dos Estados-parte dos dois blocos, realizada em 1º de
novembro, em Cartagena das Índias, na Colômbia.
O chanceler chileno acrescentou que,
neste momento, é preciso preservar o diálogo econômico em um contexto em que a
economia mundial não consegue recuperar o dinamismo dos anos anteriores à crise
de 2008. “Vemos
um estancamento na Zona do Euro, uma recessão no Japão e, ao mesmo tempo, uma
recuperação insuficiente dos Estados Unidos”,
destacou. Para ele, a integração entre os dois blocos não é uma opção, mas uma
necessidade e, para que ocorra, é imperativo construir pontes entre as
diferentes iniciativas de integração regional, como o Mercosul e a Aliança do
Pacífico.
O ministro das Relações Exteriores do
Brasil , Luiz Alberto Figueiredo, participou do primeiro painel do seminário ao
lado dos chanceleres de outros países. O encontro ministerial também contou com
a presença de representantes de diversos organismos internacionais, do
empresariado e da sociedade civil das nações envolvidas neste processo. Na
ocasião, Figueiredo destacou a importância da convergência entre os dois
blocos, acima das diferenças econômicas e comerciais.
Segundo o Itamaraty, o fluxo comercial
entre os países do Mercosul e da Aliança do Pacífico alcançou US$ 52 bilhões em
2012. Os investimentos entre os países dos blocos são expressivos. Em 2013, o
Brasil investiu US$ 14,1 bilhões junto aos países da Aliança do Pacífico, ao
passo que o conjunto dos países da Aliança investiu US$ 3,5 bilhões no Brasil.
O Mercosul busca a integração aduaneira
de serviços e fatores produtivos entre Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e
Venezuela. Já a Aliança do Pacífico propõe uma estratégia de integração
conformada por Chile, Colômbia, México e o Peru, com perspectivas de uma saída
pelo Oceano Pacífico rumo também a mercados asiáticos.
Bachelet
diz que momento é “histórico”
Para a presidenta do Chile, Michelle Bachelet, que abriu o encontro, esse é um “momento histórico em que dois processos de integração se sentam para dialogar e encontrar convergências em temas que interessam a toda a região”.
Para a presidenta do Chile, Michelle Bachelet, que abriu o encontro, esse é um “momento histórico em que dois processos de integração se sentam para dialogar e encontrar convergências em temas que interessam a toda a região”.
“Somos
uma região diversa e sabemos que isso também é uma riqueza, com caminhos
distintos rumo ao desenvolvimento. Trabalhamos com políticas econômicas
diferentes, temos enfrentado de diversos modos nossos desafios democráticos. É
justamente essa multiplicidade de olhares que pode dar solidez a nossa missão
compartilhada com o mundo”, acrescentou
Bachelet.
O encontro em Santiago teve ainda a
contribuição de associações de classe, sindicais, empresários, acadêmicos e
representantes de organismos como a Comissão
Econômica para América Latina e o Caribe (Cepal), a Associação Latino-Americana de Integração (Aladi) e
a Organização dos Estados Americanos
(OEA).
Fonte: com informações do Itamaraty e do Ministério de Relações Exteriores do Chile.
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