segunda-feira, 10 de outubro de 2011

As bolsas e as Instituições Financeiras


Os números vermelhos seguem espreitando as bolsas e instituições financeiras europeias, ao mesmo tempo em que a inquietude cresce diante dos sinais cada vez mais evidentes de que uma nova fase recessiva pode envolver os países da União Europeia. O ponto fraco volta a ser a crise da dívida desencadeada pela Grécia e um banco já salvo da falência em 2008 pelo aporte de fundos públicos. Trata-se do banco franco-belga "Dexia", uma entidade exposta a uma acumulação alarmante de ativos gregos e créditos podres que chegam a 133 bilhões de euros.

Em 2008, França, Bélgica e Luxemburgo injetaram 9 bilhões de dólares para resgatar o "Dexia" da bancarrota. Agora, a situação do banco piorou e o governo belga decidiu criar o que se conhecem com uma « bad bank », ou seja, uma estrutura na qual se colocam os ativos tóxicos para serem liquidados.

A fórmula já foi empregada nos anos 1980 com a dívida mexicana e nos anos 2000, nos EUA, com os créditos hipotecários. Ninguém esconde agora que se trata de um desmantelamento progressivo deste banco que se converte assim no primeiro banco europeu a desaparecer vítima da crise da dívida. Pascal Cardineaud, representante sindical francês no Dexia, comentou que « esse é o fim do caminho. Ninguém sabe a esta altura quais serão os impactos sociais ».
Ainda que a crise grega seja uma das causas de hecatombe, uma análise mais detalhada da situação mostra que o "Dexia" paga o tributo dos piores vícios do liberalismo e de sua falta de regulação. O banco belga participou das piores operações financeiras com de créditos de alto risco outorgados a muitas comunidades francesas, norteamericanas, gregas, italianas e portuguesas.

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