Por Paulo Nogueira
Valentemente,
assim que os donos determinaram, os jornalistas da Globo pararam de falar no
impeachment de Dilma.
Um
deles, Erick Bretas, tratou até de trocar a foto de perfil de seu Facebook. Ele
tinha colocado a inscrição “gave over” (fim de jogo), por ocasião de uma manifestação
anti-Dilma, para a qual conclamara seus seguidores.
Trocou-a,
com a nova orientação patronal, por uma bandeira do Brasil.
Agora,
com a mesma valentia com que recuaram instantaneamente, os editores, colunistas
e comentaristas da Globo avançam, novamente sob ordens patronais, contra
Lula.
Todas
as mídias da Globo vêm sendo usadas para investir contra Lula, por conta,
naturalmente, de 2018.
Tevê,
jornal, rádio, internet – são os Marinhos e seus porta-vozes contra Lula.
A
novidade aí parece ser a substituição da Veja pela Época na repercussão dos sábados à noite do Jornal
Nacional.
Nem para isso mais a Veja serve.
Nem
para servir de alavanca para o Jornal Nacional. É uma agonia miserável e
solitária a da revista dos Civitas.
Lula,
em seus anos no Planalto, nada fez para enfrentar a concentração de mídia da
Globo, algo que é um câncer para a sociedade pelo potencial de manipulação da
opinião pública.
E
agora paga
o preço por isso.
Verdade
que, acertadamente, ele decidiu não ficar “parado”. Pássaro parado, disse Lula,
é mais fácil de ser abatido.
E
então Lula decidiu reagir.
Pelo
site do Instituto Lula, ele tem rebatido as agressões dos Marinhos,
minuciosamente.
E
tem anunciado processos quando se sente injustiçado – um passo fundamental para
colocar alguma pressão nos caluniadores e, também, nos juízes complacentes.
Há
um tributo involuntário no movimento anti-Lula da Globo. É um reconhecimento,
oblíquo que seja, de sua força.
É
assim que o quadro deve ser entendido.
Quem
pode ser o anti-Lula em 2018? Aécio, Alckmin e Serra, os nomes do PSDB, seriam
provavelmente destruídos
ainda no primeiro turno.
Imagine Lula debatendo com cada um deles.
Fora
do PSDB, é um deserto ainda maior. De Marina a Bolsonaro, os potenciais
adversários de Lula equivalem ao Vasco da Gama no Brasileirão.
Neste
sentido, o boneco de Lula, o Lulão, surge mais como desespero da oposição do
que como uma gesto criativo dos analfabetos políticos de movimentos como o Brasil
Livre de Kim Kataguiri.
A
Globo vem dando um destaque de superstar ao Lulão, como parte de sua operação
de guerra.
E
Lula tem respondido como jamais fez. No desmentido da capa da edição do final
de semana da Época, ele citou um aporte milionário de 361 milhões de reais do
BNDES na Globo, em 2001, no governo FHC.
Ali
se revelou outra face dos sistemáticos assaltos da Globo ao dinheiro público: o caminho
do BNDES. Não são apenas os 500 milhões de reais em média, ao ano, de propaganda
federal. São, também outros canais, como o BNDES.
Não
é exagero dizer que a Globo, como a conhecemos (não como o jornaleco de
província a que se resumiu por décadas) é fruto do dinheiro público.
Como
Lula, caso volte à presidência em 2018, tratará a Globo?
É
essa pergunta que atormenta os Marinhos, já suficientemente atordoados com o
florescimento da internet em oposição à decadência da tevê.
E é isso que explica
a heróica valentia patronal dos jornalistas da Globo.
ATENÇÃO: as palavras na
cor vermelha constam originariamente no texto, mas os destaques são deste BLOGUEIRO.
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