quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Valeu ZÉ !!!

           Em Porto Alegre, uma justa homenagem a Brizola                                                 

Parabéns ao Rio Grande do Sul e ao PDT gaúcho, que neste ano em que se completa meio século do golpe que impôs a ditadura militar no Brasil (1964-1985), inauguraram ontem, em Porto Alegre, uma estátua em homenagem ao ex-governador Leonel Brizola. Ele foi prefeito de Porto Alegre (1956-1958) e em toda história do Brasil o único político eleito pelo povo para governar dois Estados, o Rio Grande do Sul (1959-1963) e duas vezes o Rio de Janeiro (1983-1986 e 1991-1994).
Lançado na vida pública pelo presidente Getúlio Vargas, Brizola, o engenheiro, como muitos o chamavam – era engenheiro civil -, foi um dos principais responsáveis por retardar em três anos o golpe militar de 1964. Em agosto de 1961, com a renúncia do presidente Jânio Quadros e o veto das Forças Armadas à posse do vice João Goulart, o Jango (que elas acusavam de comunista), Brizola formou a histórica Rede da Legalidade (de rádio), que funcionava a partir dos porões do Palácio Piratini, comandou a resistência, sublevou o Sul, e ameaçou levantar o país.
Os militares se amedrontaram, recuaram e em conluio com as forças conservadoras permitiram a posse de Jango, mas no sistema parlamentarista que lhe retirava os poderes, restituídos pouco depois pelo povo num plebiscito nacional. A conspiração conservadora prosseguiu no entanto, a 1º de abril de 1964 veio o golpe militar, Jango foi deposto  e o restante da história daí para cá todos sabem.
Ditadura impôs dois exílios a Brizola
Como outros milhares de brasileiros, Brizola partiu para o exílio, mas a ditadura brasileira continuou a persegui-lo. Primeiro exigiu da ditadura uruguaia seu confinamento num balneário naquele país, Atlântida, e depois, que ele fosse obrigado a seguir para outro exílio. Inicialmente nos Estados Unidos, mas como este país não tem a figura jurídica do exílio, Brizola e família seguiram para a Europa, onde ele se fixou em Lisboa até a vinda da anistia, em 1979.
Anistiado, na volta ao Brasil e com o fim do bipartidarismo da ditadura (ARENA e MDB), tentou refundar o PTB, onde fizera toda a sua carreira política. Mas o regime militar, numa manobra política que contou com a colaboração da justiça eleitoral, deu a legenda à deputada Ivete Vargas (SP). Brizola fundou, então, o PDT. Personalidade complexa, difícil e amável ao mesmo tempo, o ex-governador Brizola foi um político hábil e extremamente leal.
Sua atuação e influência política no país duraram mais de 50 anos, até sua morte em 2004. Por duas vezes foi candidato a presidente da República pelo PDT e em 1998, numa coligação PT-PDT, ele foi o companheiro de chapa do presidente Lula, candidato a vice-presidente da República.
Justa homenagem
O monumento a Leonel Brizola inaugurado ontem em Porto Alegre foi financiado pela Fundação Caminho da Soberania, ligada ao PDT, e confeccionado pelo artista carioca Otto Dumovich. A homenagem é pelos 92 anos que ele completaria no último dia 21. A obra em tamanho natural está instalada instalada entre o Palácio Piratini e a Catedral Metropolitana de Porto Alegre. Mostra o ex-governador de dedo em riste e empunhando uma bandeira brasileira na mão esquerda.
Uma justa homenagem. Em São Paulo, uma das poucas homenagens a Brizola é o seu nome dado ao trevo no cruzamento do km 14 do Rodoanel Mário Covas com o km 20 da Rodovia Castelo Branco, em Barueri.
(Foto: Carlos Lupi, site PDT)

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