Presidente
do STF receberá 11 diárias, no valor total de R$ 14.142,60, pagas pela Corte
As
férias do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, têm
gerado discussões entre os magistrados do país. Após entrar em recesso sem assinar
o mandado de prisão do deputado João Paulo Cunha (PT-SP) e deixar indefinida a
data de encarceramento do condenado, Joaquim Barbosa agora volta a ser centro
das críticas. O ministro vai à Europa e receberá do STF 11 diárias, no valor
total de R$ 14.142,60, para realizar duas palestras, em
Paris e Londres. De acordo com dados do tribunal, Barbosa receberá diárias para
viajar no período entre 20 e 30 de janeiro.
Para
o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB) e ex-presidente da instituição, Wadih Damous, a medida deve ser
considerada condenável, mas, por se tratar do ministro
Joaquim Barbosa, se torna aceitável. Para Wadih, o ministro foi endeusado pela
imprensa e pela sociedade, o que torna ações como essa admissíveis aos olhos da
opinião
pública. O magistrado ainda traça um paralelo, ilustrando como o pagamento de
diárias seria encarado se o beneficiado fosse o senador Renan
Calheiros.
"Vou
fazer um paralelo para você: vamos imaginar que esse caso estivesse acontecendo
com o senador Renan Calheiros. Seria manchete de todos
os jornais,
de todos os editoriais, seria um escândalo
nacional. Como se trata do ministro Joaquim Barbosa, tudo é permitido. Quase não sai uma
nota de rodapé, os colunistas evitam tratar desse assunto. É tão grave
quanto o Renan Calheiros cortar cabelo com dinheiro público", exemplifica
Damous.
O
jurista também condena a criação de "verdades
absolutas"
sobre autoridades como Joaquim Barbosa, que ganhou notoriedade e admiração
exacerbadas após ser relator do mensalão. "Está se criando no Brasil, sobretudo
por conta do processo do mensalão, verdades absolutas, em que algumas pessoas e
autoridades são blindadas e praticam as mesmas mazelas que dizem perseguir,
que dizem estar ali para punir. O Joaquim Barbosa é uma delas, tornou-se uma
delas. A qualquer ato dele, é tratado como 'homem do povo'", reclama Wadih
Damous, que ainda ironiza o destino da viagem de Barbosa para países de
primeiro mundo.
"Em
relação a essa viagem para a Europa - aliás, o ministro nunca vai palestrar em Botswana,
é sempre Inglaterra, França - é tratada como algo natural, algo absolutamente
dentro dos padrões da administração pública brasileira. São esses paradoxos que
vivemos hoje na política brasileira. Estou julgando o Joaquim Barbosa como ele
julga aqueles que ele considera pessoas que não se conduzem dentro de um padrão
ético e moral que ele diz defender".
ATENÇÃO: As palavras do texto em destaques são deste Blogueiro.
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