Quase final do século passado, nos idos de 1998, o país africano
de Angola enfrentava uma das fases mais sangrentas de uma guerra civil que já
durava, entre intervalos, 23 anos. Milhares de cidadãos deixavam o país e pediam
refúgio ao redor do mundo.
Uma família angolana, da capital Luanda, partiu para o Brasil e se
instalou no interior de São Paulo, na cidade de Ibiúna. Após dezesseis anos, o
filho do meio da família, Ezequiel Ngunga Nhime de 18 anos, conseguiu o que
parecia distante quando chegou ao País: com a ajuda da Agência da ONU para
Refugiados (ACNUR) no Brasil, conseguiu entrar na faculdade.
Ele é estudante de ciências da computação na Universidade
Católica de Santos, no litoral de São Paulo. A universidade, apontada pelo
próprio ACNUR como um modelo, é
pioneira na inclusão de refugiados.
Chegar a um novo país sem ter parentes ou conhecidos é um
desafio para os estrangeiros. Muitos chegam sem documento, roupa ou
conhecimento da língua local. Atualmente, o ACNUR estima que existam cerca de quatro
mil e seiscentos refugiados no Brasil, de mais de 70 países diferentes. O
número de solicitantes de refúgio, segundo o mais recente levantamento do
Comitê Nacional para Refugiados (Conare), mais do que triplicou de 2012 para
2013.
Nenhum comentário:
Postar um comentário