sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Engraxate !!!

                                                                                            foto ascom da Prefeitura de Arapiraca

A atividade de engraxate surgiu no início do século XIX, provavelmente em 1806, na cidade Italiana de Nápoles, quando um operário poliu as botas de um general francês, em forma de respeito. Por este ato, ele foi recompensado com uma moeda de ouro.

Durante a ocupação das forças aliadas na Itália, na Segunda Guerra Mundial, surgiram os “sciusciàs”, garotos que lustravam as botas dos militares para ganhar algum trocado, relembrando a origem da atividade. O fato acabou inspirando outros a seguir o exemplo. Onde houvesse botas, haveria alguém para lustrá-las. O operário não foi registrado pela história, mas o ofício atravessou as fronteiras da Itália e se espalhou pelo mundo.
O engraxate itinerante levava uma caixa sobre o ombro com verniz, escovas e espanadores; sobre a caixa uma armação de madeira para apoiar os pés alternadamente do freguês. Os que trabalhavam em local fixo tinham poltronas grandes, que lembravam os tronos, com cromado dourado e tapeçarias de veludo vermelho.
Com a chegada da imigração italiana no Brasil apareceram, por volta de 1877 em São Paulo, na capital, os primeiros engraxates. Tinham a faixa etária entre 10 e 14 anos, todos italianos e percorriam as ruas paulistanas, do nascer ao por do sol, com uma pequena caixa de madeira com suas latas de graxa, escovas e alguns outros utensílios para o ofício. As estações ferroviárias eram seus principais pontos devido à circulação de pessoas, como nas esquinas próximas aos cafés.

Anos mais tarde, só foi permitida a entrada nos principais edifícios da cidade, como o Edifício Martinelli de 1929, na Avenida São João, centro, com trajes sociais e sapatos engraxados.
O dia exato em que aquele operário poliu as botas daquele general ninguém sabe, mas no nosso calendário o dia 27 de abril foi escolhido como o Dia do Engraxate.
As cadeiras de engraxate foram inventadas por Morris N. Kohn em 1890. O engraxate hoje em dia é uma profissão em via de extinção
O perfil dos fregueses é muito variado, de médicos a advogados, de aposentados a boêmios, de professores a intelectuais, etc.   

Na praça, um engraxate é como um psicólogo e a cadeira é um divã, ele ouve de tudo e quase nada fala.

Na última quarta-feira, 30, dia da emancipação política de Arapiraca, interior alagoano, a prefeita Célia Rocha (PTB) fez entrega de seis “kites” para engraxates na Praça Deputado José Marques da Silva, centro.
Muito interessante esta atitude da prefeita em reviver nossas tradições e poder contribuir com um visual de melhor qualidade com os engraxates, devidamente uniformizados, pessoas vulneráveis ao mundo empregatício tão concorrido atual.


PARABÉNS, QUERIDA PREFEITA!

Um comentário:

Anônimo disse...

Essa é o tipo da reportagem que "poucos" conseguem vê-la. Apreciá-la é outra virtude. Inclusive, de poucos. Parabéns "rapadureiro" Miguel. Você é craque. Estás indo no rumo certo, pois lhe acompanho há dois anos e continuo sendo seu fã.

Silvia Selva