foto ascom da Prefeitura de Arapiraca
A
atividade de engraxate surgiu no início do século XIX, provavelmente em 1806,
na cidade Italiana de Nápoles, quando um operário poliu as botas de um general
francês, em forma de respeito. Por este ato, ele foi recompensado com uma moeda
de ouro.
Durante
a ocupação das forças aliadas na Itália, na Segunda Guerra Mundial, surgiram os
“sciusciàs”, garotos que lustravam as botas dos militares para ganhar algum
trocado, relembrando a origem da atividade. O
fato acabou inspirando outros a seguir o exemplo. Onde houvesse botas, haveria
alguém para lustrá-las. O operário não foi registrado pela história, mas o
ofício atravessou as fronteiras da Itália e se espalhou pelo mundo.
O engraxate itinerante levava uma
caixa sobre o ombro com verniz, escovas e espanadores; sobre a caixa uma
armação de madeira para apoiar os pés alternadamente do freguês. Os que
trabalhavam em local fixo tinham poltronas grandes, que lembravam os tronos,
com cromado dourado e tapeçarias de veludo vermelho.
Com
a chegada da imigração italiana no Brasil apareceram, por volta de 1877 em São
Paulo, na capital, os primeiros engraxates. Tinham a faixa etária entre 10 e 14
anos, todos italianos e percorriam as ruas paulistanas, do nascer ao por do
sol, com uma pequena caixa de madeira com suas latas de graxa, escovas e alguns
outros utensílios para o ofício. As estações ferroviárias eram seus principais
pontos devido à circulação de pessoas, como nas esquinas próximas aos cafés.
Anos mais tarde, só foi permitida a entrada nos principais edifícios da cidade, como o Edifício Martinelli de 1929, na Avenida São João, centro, com trajes sociais e sapatos engraxados.
O dia exato em que aquele
operário poliu as botas daquele general ninguém sabe, mas no nosso calendário o
dia 27 de abril foi escolhido como o Dia do Engraxate.
As
cadeiras de engraxate foram inventadas por Morris N. Kohn em 1890. O engraxate
hoje em dia é uma profissão em via de extinção
O perfil dos fregueses é muito variado, de médicos a advogados, de aposentados a boêmios, de professores a intelectuais, etc.
Na praça, um
engraxate é como um psicólogo e a cadeira é um divã, ele ouve de tudo e quase
nada fala.
Na última quarta-feira,
30, dia da emancipação política de Arapiraca, interior alagoano, a prefeita
Célia Rocha (PTB) fez entrega de seis “kites” para engraxates na Praça Deputado
José Marques da Silva, centro.
Muito interessante
esta atitude da prefeita em reviver nossas tradições e poder contribuir com um
visual de melhor qualidade com os engraxates, devidamente uniformizados, pessoas
vulneráveis ao mundo empregatício tão concorrido atual.
PARABÉNS, QUERIDA
PREFEITA!
Um comentário:
Essa é o tipo da reportagem que "poucos" conseguem vê-la. Apreciá-la é outra virtude. Inclusive, de poucos. Parabéns "rapadureiro" Miguel. Você é craque. Estás indo no rumo certo, pois lhe acompanho há dois anos e continuo sendo seu fã.
Silvia Selva
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