STF tem emoção de Copa decidida nos pênaltis
Nesta quinta, a arquibancada acompanhou o segundo tempo como se assistisse a um desenho animado. Nos desenhos, o chão às vezes acaba. E os personagens caminham sobre o vazio. Só despencam quando se dão conta de que pisam o nada. A sessão foi interrompida com o placar de 5 a 5. As 11 togas atravessam o abismo. E a galera torce para que ninguém olhe para baixo.
O placar está definido. Será de 6 a 5. O último pênalti vai ser cobrado por Celso de Mello, o mais experiente do time. Antes do apito final, Joaquim Barbosa avisou que o voto do colega está pronto. Mas, por falta de tempo, só será lido na próxima quarta. Resta saber que papel Celso de Mello escolheu para si: Romário ou Baggio?
Até aqui, Celso de Mello teve comportamento de artilheiro. É temido pelos malfeitores. Marcar um pênalti, no seu caso, seria uma obrigação. Sabendo-se que não há ninguém sob a trave, a responsabilidade aumenta. Um goleador que perde um gol feito é um fiasco. O que perde um pênalti sem goleiro é visto como traidor. Arrisca-se a ouvir ofensas na rua.
A bola está na marca. Celso de Mello pode colocá-la abaixo do travessão ou dar um bico, isolando-a. Por mal dos pecados, o espaço acima da trave é muito maior. Para complicar, o decano do time, a toga mais experiente da grande área, nutre pelos infringentes um respeito inaudito. Não é negligenciável a hipótese de Celso de Melloempurrar a partida para um insondável e interminável terceiro tempo.
O provável prolongamento de um jogo que todos imaginavam jogado terá efeitos devastadores sobre o ânimo das arquibancadas. Embora Celso de Mello já tenha sinalizado a vitória dos infringentes, a coreografia só termina na semana que vem. O time do STF caminhará sobre o vazio nos próximos seis dias. Na quarta, Celso de Mello deve olhar para baixo. Vem aí o abismo dos infringentes.
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