Um safado, preguiçoso que explora os que vivem no mato – que
ódio, meu !
Da pág. 16 da edição nacional do Globo (daquela empresa que não paga à Receita), artigo do Farol de Alexandria – aquele que iluminava a Antiguidade e se desfez num terremoto chamado “Lula” – tem o título “Cartas na Mesa” (originalíssimo !, aliás).
Naquele estilo besuntado de colesterol, que levou o New York Times a dispensá-lo, ele se propõe a dar um “basta à corrupção” e “a falsas manias de grandeza”.
O Tartufo esquece que governou o Brasil – “um mato” … – durante oito sombrios anos, e que presidiu a Privataria.
Depois de avisar que “saí do Brasil”- ele esteve sempre fora do Brasil, agora, na Avenue Foche – diz que Lula, “líder supremo” do “lulo-petismo”, “como Macunaima aconselhou a presidenta a fazer oposição a si mesma”.
Agora Imortal, da Academia das Letras (porque, se fosse dos Números, lá não entrava) ele se deu a recorrer à literatura.
Deu-se mal.
Porque expressou um ódio insuperável ao Lula, que o superou, e ao Brasil, que o ignora.
Perceba, amigo navegante, o despeito e o menosprezo com que ele se refere à liderança do Lula e seus liderados (os habitantes do mato …).
Sobre
Macunaíma:
“Preguiçoso,
egoísta, safado, inteligente, capaz de exercer influência sobre todos à sua
volta.”
Assim é
Macunaíma, o Imperador do Mato
Macunaíma
O Herói sem Nenhum Caráter Mario de Andrade, 1928 Capitulo 1
No
fundo do mato virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto
e filho do medo da noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão grande
escutando o murmurejo do Uraricoera, que a índia, tapanhumas pariu uma criança
feia. Essa criança é que chamaram de Macunaíma. Já na meninice fez coisas de
sarapantar. De primeiro: passou mais de seis anos não falando. Si o incitavam a
falar exclamava: If. Ai! que preguiça!. . . e não dizia mais nada.” Ficava no
canto da ma loca, trepado no jirau de paxiúba, espiando o trabalho dos outros e
principalmente os dois manos que tinha, Maanape já velhinho e Jiguê na força de
homem. O divertimento dele era decepar cabeça de saúva. Vivia deitado mas si
punha os olhos em dinheiro, Macunaíma dandava pra ganhar vintém. E também
espertava quando a família ia tomar banho no rio, todos juntos e nus. Passava o
tempo do banho dando mergulho, e as mulheres soltavam gritos gozados por causa
dos guaimuns diz que habitando a água doce por lá. No mucambo si alguma cunhatã
se aproximava dele pra fazer festinha, Macunaíma punha a mão nas graças dela,
cunhatã se afastava. Nos machos guspia na cara. (…) Quando era pra dormir
trepava no macuru pequeninho sempre se esquecendo de mijar. Como a rede da mãe estava
por debaixo do berço, o herói mijava quente na velha, espantando os mosquitos
bem. Então adormecia sonhando palavras feias, imoralidades estrambólicas e dava
patadas no ar. Nas conversas das mulheres no pino do dia o assunto eram sempre
as peraltagens do herói. As mulheres se riam muito simpatizadas, falando que
“espinho que pinica, de pequeno já traz ponta”, e numa pagelança Rei Nagô fez
um discurso e avisou que o herói era inteligente.
Nem bem
teve seis anos deram água num chocalho pra ele e Macunaíma principiou falando
como todos. (…)
Paulo Henrique Amorim (com Mario de Andrade, que seria fã do Farol…)
Fonte: Blog Conversa
Afiada do jornalista Paulo Henrique Amorim http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2013/08/04/fhc-expoe-o-odio-a-lula-e-ao-brasil/
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