Desigualdade caiu 1,89% com FHC e 9,22% com Lula
A
divulgação na última segunda-feira do Índice de Desenvolvimento Humano dos
Municípios (IDHM) gerou um previsível proselitismo político da grande mídia em
relação a uma pequena diferença no desempenho dos indicadores do estudo em
favor do decênio em que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso governou em
maior parte.
A Folha
de São Paulo, por exemplo, destaca que o IDHM subiu 24,14% (de 0,493 para
0,612) entre 1991 e 2000 (década em que FHC governou por 6 anos), enquanto que
subiu 18,79% (de 0,612 para 0,727) de 2000 a 2010 (década em que FHC governou
por 2 anos e Lula, por 8 anos).
Abaixo,
um quadro que mostra em que áreas de estudo do IDHM o governo FHC teve melhor
desempenho. O gráfico deixa claro que a política de “universalização da
educação” no governo FHC foi responsável pela melhora um pouco maior na década
retrasada nesse índice específico da ONU. Àquela época, houve um grande esforço
para “colocar todas as crianças e adolescentes na escola”
O intuito
da Folha, é óbvio, foi o de desmontar a teoria de que a era Lula foi superior à
era FHC no “social”.
Infelizmente,
o IDHM é um índice apurado a cada 10 anos e, assim, não existe disponibilidade
ano a ano de sua evolução. Se existisse, ficaria claro que a década “de Lula”
foi prejudicada pelos 3 anos finais do governo FHC (2000, 2001 e 2002), quando
o país mergulhou em uma gravíssima crise econômica que teve início em 1998 e
que piorou todos os indicadores até o primeiro ano do governo Lula (2003), a
partir do qual o Brasil começou a melhorar socialmente.
Assim
como o desemprego e a inflação dispararam entre 1999 e 2002 (o segundo mandato
de FHC), pode-se supor que os dados apurados pelo PNUD, pelo IBGE e pelo IPEA
para compor o IDHM também devem ter sofrido com a situação vigente naqueles
quatro anos.
Seja como
for, para esclarecer melhor essa pequena diferença em favor do período FHC no
âmbito do IDHM, o Blog da Cidadania, mais uma vez, recorreu ao doutor Marcio
Pochmann, que foi presidente do IPEA entre 2007 e 2012 e que, semana passada,
concedeu-lhe uma entrevista.
Abaixo, a
visão de Pochmann sobre o resultado do estudo recém-divulgado e, em seguida, um
dado impressionante que o Blog apurou sobre a distribuição de renda no Brasil
nos governos Lula e FHC.
“O
índice de desenvolvimento Humano das Nações Unidas foi criado em uma época em
que a dominação neoliberal era bastante grande no mundo. Hoje estamos vivendo
um quadro de questionamento do que foi o neoliberalismo e os resultados sociais
e econômicos que deixou.
O IDHM é
simplista e se fundamenta em três informações: renda per capita, expectativa de
vida e escolaridade. Esses três indicadores, de maneira geral, têm quase uma
progressão natural porque é difícil um país não abrir escolas, não crescer
minimamente a sua economia e é difícil não haver ganhos na saúde, que resulta
em mais expectativa de vida.
No meu
entender, esse índice deveria ser melhor aprofundado, com dados tão importantes
quanto expectativa de vida, educação e escolaridade. Haveria que incluir
indicadores de maior qualidade. Da forma que é feito, não permite uma visão
mais complexa e aprofundada dos países.
Da forma
como é feito esse estudo, é como medir a temperatura de dois braços, estando um
no congelador e o outro no forno. Somam-se as temperaturas de ambos os grupos
(mais pobres e mais ricos) e se tira a média, o que produz um resultado
distorcido”.
Com base
na explicação do doutor Pochmann, o Blog foi verificar outro indicador que
explica melhor o que aconteceu no Brasil durante os governos Lula e FHC em
termos, por exemplo, de distribuição de renda e o resultado foi impressionante.
O gráfico
abaixo foi extraído da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) 2011.
Ilustra os níveis de concentração de renda no Brasil de 1995 a 2002 (governo
FHC) e de 2003 a 2011 (governo Lula), apurados pelo Índice de Gini.
O que se
nota, através do gráfico acima, é que, enquanto entre 1995 e 2002 (8 anos) a
concentração de renda no Brasil caiu 1,89%, de 2003 a 2011 (9 anos) a queda foi
de 9,22%. Ou seja: o gráfico mostra uma queda da desigualdade durante a era FHC
que foi quase que inercial, enquanto que durante a era Lula-Dilma foi uma
política de Estado.
Se o IDH
juntasse a concentração de renda e a redução da pobreza aos três dados
“simplistas”, por certo haveria como comparar os governos Lula e FHC no que
tange ao social. Usar para esse fim somente três indicadores que são afetados
pelo transcurso do tempo e pelo desenvolvimento que experimenta qualquer país,
é vigarice.
Fonte: 

Comentário do leitor H.Pires
O Final do “belo” governo de ex- FHC“O pior resultado que o risco-país já atingiu (recorde de alta) foi a pontuação de 2.436 pontos(HOJE 230 PONTOS), no dia 27 de setembro de 2002, pouco antes da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva para presidente. Essa pontuação foi registrada logo depois de o Fundo Monetário Internacional (FMI) ter liberado um empréstimo de US$ 30 bilhões(TRINTA BILHÕES DE DÓLARES) para socorrer a economia brasileira…”.
O Brasil estava quebrado, após ter VENDIDO GRANDE PARTE DO PATRIMONIO PÚBLICO, A PREÇO DE “TOMATE”, PARA ABSOLUTAMENTE NADA.
Cotação do dolar setembro 2002 = R$ 3,750 (HOJE R$ 2,27)
Desemprego em 2003 = 12,4% (era isso? quanto era?). (HOJE 6%)
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