terça-feira, 20 de novembro de 2012

Mulheres negras, as mais discriminadas !!

Publicado em 20-Nov-2012
Elas são mais atingidas pelo desemprego...

Os números trazidos pela Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) do DIEESE/Fundação Seade relativos a população negra não surpreendem, são, de certa forma, o que já sabemos e acompanhamos na vivência do dia a dia.

Eles são ainda mais trágicos, mais tristes, no tocante às mulheres, ainda que também reflitam uma realidade que o brasileiro conhece no cotidiano. Segundo a PED, quando considerados cor da pele e o sexo, a discriminação fica ainda mais evidente. São as mulheres negras que enfrentam as mais elevadas taxas de desemprego em comparação aos demais grupos, inclusive o de mulheres não negras.

A este dado somam-se os do levantamento do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP) que aponta a existência de 2,2 milhões de mulheres negras, pardas e indígenas, entre 18 a 25 anos, que não trabalham nem estudam (leiam mais aqui).

Meninas são a maioria


Meninas são a maioria (41,5%) deste grupo de jovens sem emprego ou estudo. Metade delas teve gravidez precoce e precisou abandonar os estudos. E o que dizer da violência contra os negros, sobretudo os jovens?

Já demos esses dados aqui, vocês se lembram. Segundo o DataSUS do Ministério da Saúde e o Mapa da Violência (divulgado em 2011), em 2010, do total de vítimas de homicídios em todo o país, 70,6% eram negras. Os jovens assassinados representaram 53,5% das mortes naquele ano e dentre estes, 74,6% deles eram negros.

Daí a importância – e a urgência – de programas como o Juventude Viva e das ações afirmativas do governo federal, como as cotas nas universidades destinadas aos estudantes negros e pardos. Ações, aliás, muito bem lembradas pelo professor e pesquisador Edson Lopes, atual assessor especial da Secretaria de Promoção de Políticas de Igualdade Racial da Presidência da República (SEPPIR-PR).

Cotas e ações do governo


“Apagamos a escravidão da história”, considerou o pesquisador ao destacar a importância da Lei 3.708 (2001) que instituiu o sistema de cotas nas universidades, primeiro de forma voluntária e diferenciados critérios de ingresso. Este ano, a lei de cotas se tornou obrigatória para todas as instituições de ensino superior. Elas terão de reservar 50% de suas vagas para alunos egressos de escolas públicas e destas, metade para negros, índios e outros, de acordo, também, com a renda familiar.

“As pessoas vão se surpreender daqui a alguns anos quando forem atendidas por um médico índio, um engenheiro negro. E isso vai acontecer. A sociedade e o governo têm que garantir que esse seja o caminho”.

Edson Lopes lembrou, também, que apesar de termos uma rica diversidade racial no país, precisamos aprender a lidar com ela. “O que fazemos com essa vantagem? Uma sociedade diversificada tem um desafio, que é assegurar o pluralismo. É compromisso da democracia, combater o racismo e o sexismo”, disse. (Leia o  destaque do dia).
 Fonte: zé dirceu - um espaço para discussão no brasil

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