
A primeira vez que a ideia sobre a
formação do PT foi discutida aconteceu na conferência dos Petroleiros na Bahia,
apresentada por Lula. Posteriormente, em dezembro de 1978, a ideia do PT foi
discutida em reunião com 12 importantes líderes sindicais, dentre os quais
apenas quatro, devido a uma cisão interna forte existente no movimento
sindical, apoiavam: Lula, Paulo Skromov, José Cicote e Jacob Bittar. Em janeiro
do ano seguinte a proposta do Partido é lançada formalmente durante o IX
Congresso dos Metalúrgicos, mecânicos e eletricitários do Estado de São Paulo
realizado em Lins.
Esse congresso fez com que a cisão
dentro do movimento sindical quanto à forma do partido fosse ainda maior e
essas divergências foram traduzidas num documento chamado Carta de Princípios,
que foi elaborado por um comitê composto por alguns sindicalistas como Jacob
Bittar, Henos Amorina e Wagner Benevides. Esse comitê lançou no dia 1º de maio
de 1979 nas maiores cidades brasileiras esse documento, no sentido de comemorar
o dia do trabalhador, mas sem uma discussão prévia com as lideranças sindicais.
Fato que fez com que o comitê fosse intitulado de vanguardista por terem
lançado previamente o documento e também por serem seus membros pertencentes ou
próximos de organizações de tendência trotskista.
Segundo Paulo Roberto Leal, a Carta de
Princípios começa então a delimitar as ideias centrais sobre organização interna,
com um forte sentimento anti-elitista que marcaria o discurso petista ao longo
de anos. Em oposição aos comunistas defensores de conceitos leninistas e
stalinistas baseados na centralização e na burocratização da maquina
partidária, o PT insistia na necessidade de associar a luta socialista à
democracia.. Na Carta de Princípios apresenta um discurso sobre a necessidade
de se formar um partido da classe trabalhadora e a dificuldade histórica da
concretização dessa ideia. Abordam a dinâmica da sociedade contemporânea
baseada na desigualdade entre as classes e na exploração, onde os oprimidos
possuem a necessidade de se organizarem de forma independente para vencer a
força opressora. Focando o Brasil, a Carta narra as greves pelas quais o país
havia passado no ano de 1978 e a dificuldade dos trabalhadores ao verem suas
lutas e reivindicações mais importantes esbarrarem em obstáculos cada vez
maiores, e assim, surgindo a necessidade de se construírem organizações cada
vez mais bem articulada.
O documento salientava a necessidade da
classe trabalhadora assumir o papel de direcionar o país, não havendo “donos”
do partido, mas sim construindo o mesmo entre lideranças e bases dos
sindicatos. Considerando que o povo brasileiro nunca teve acesso às decisões
sobre os rumos do país, afirmavam que o povo só veria a democracia quando a
classe trabalhadora assumisse seu papel e se organizasse, visto que são as
verdadeiras classes produtoras do país. Nós, dirigentes sindicais, não
pretendemos ser donos do PT, mesmo porque acreditamos sinceramente existir,
entre os trabalhadores, militantes de base mais capacitados e devotados, a quem
caberá a tarefa de construir e liderar nosso partido. Estamos apenas procurando
usar nossa autoridade moral e política para tentar abrir um caminho próprio
para o conjunto dos trabalhadores. Temos a consciência de que, nesse papel,
neste momento, somos insubstituíveis, e somente em vista disso é que nós
reivindicamos o papel de lançadores do PT. É por isso que não acreditamos que
partidos e governos criados e dirigidos pelos patrões e pelas elites políticas,
ainda que ostentem fachadas democráticas, possam propiciar o acesso às
conquistas da civilização e à plena participação política para o nosso povo. A
carta faz uma análise da conjuntura política brasileira no final da década de
1970, apresentando que o processo denominado Abertura Política foi promovido
pelos mesmos grupos que sustentaram e defenderam o regime militar. E avaliavam
que o governo militar queria manter o mesmo controle do Estado para evitar alterações
no desenvolvimento econômico, o que manteria, ao ver dos autores da carta, a
exploração da classe trabalhadora.

Nesta Carta, o Partido dos Trabalhadores
mostra que compreende a emancipação dos trabalhadores como obra dos próprios
trabalhadores, que entendem que a democracia é participação organizada e
consciente e que jamais deverá esperar da atuação das elites privilegiadas a
solução dos seus problemas, e o PT se coloca como alternativa a essa
emancipação da classe trabalhadora. O PT não surge para dividir o movimento
sindical, muito ao contrário, surge exatamente para oferecer aos trabalhadores
uma expressão política unitária e independente na sociedade. E é nessa medida
que o PT tornar-se- á, inevitavelmente, um instrumento decisivo para os
trabalhadores na luta efetiva pela liberdade sindical.
O Partido dos Trabalhadores define-se
nessa Carta de Princípios como um partido para lutar e para acabar com a
exploração do homem pelo homem, bem como um partido das massas populares capaz
de unir todos os operários e outros segmentos de trabalhadores que compõe essa
chamada massa explorada, como bancários, professores, funcionários públicos,
estudantes e profissionais liberais. “O PT afirma seu compromisso com a
democracia plena, exercida diretamente pelas massas, pois não há socialismo sem
democracia e nem democracia sem socialismo”. Um partido que almeja uma
sociedade socialista e democrática tem que ser ele próprio, democrático nas
relações que se estabelecem em seu interior. Assim, o PT se constituirá
respeitando o direito das minorias de expressarem seus pontos de vista.
Respeitará o direito à fração e às tendências, ressalvando apenas que as
inscrições serão individuais. Como organização política que visa elevar o grau
de mobilização, organização e consciência de massas; que busca o fortalecimento
e a independência política e ideológica dos setores populares, em especial dos
trabalhadores, o PT irá promover amplo debate de suas teses e propostas de
forma a que se integrem nas discussões: lideranças populares, mesmo que não
pertençam ao Partido; e todos os militantes, trazendo, inclusive, para o
interior do debate partidário proposições de quaisquer setores organizados da
sociedade, e que se considerem relevantes com base nos objetivos do PT. O PT
declara-se comprometido e empenhado com a tarefa de colocar os interesses
populares na cena política e de superar a atomização e dispersão das correntes
classistas e dos movimentos sociais. Para esse fim, o Partido dos Trabalhadores
pretende implantar seus núcleos de militantes em todos os locais de trabalho,
em sindicatos, bairros, municípios e regiões.
O Brasil ainda vivia sob a ditadura militar quando o Partido dos Trabalhadores (PT) foi fundado. Em 10 de fevereiro de 1980, no Colégio Sion (SP), o PT surgiu com a necessidade de promover mudanças na vida de trabalhadores da cidade e do campo, militantes de esquerda, intelectuais e artistas. Assim, encontraram-se reunidas, de mãos dadas, em aliança, lideranças sindicais autênticas, revolucionários marxistas-leninistas e militantes cristãos radicais. Um encontro inusitado. No fogo das lutas sociais, entre assembleias, movimentos e greves, tinham sido vencidos os questionamentos dos que desejavam manter a frente política em que se transformara o Movimento Democrático Brasileiro/MDB, argumentando que a frente deveria ser mantida até o último suspiro da ditadura militar, cujas legislações, o chamado entulho autoritário, apesar da revogação do Ato Institucional n° 5/AI-5 e dos demais Atos de exceção, ainda obstruíam os caminhos da democracia brasileira.
MANIFESTO DO PT
O Partido dos Trabalhadores surge da
necessidade sentida por milhões de brasileiros de intervir na vida social e
política do País para transformá-la. A mais importante lição que o trabalhador
brasileiro aprendeu em suas lutas é a de que a democracia é uma conquista que,
finalmente, ou se constrói pelas suas mãos ou não virá. A grande maioria de
nossa população trabalhadora, das cidades e dos campos, tem sido sempre
relegada à condição de brasileiros de segunda classe. Agora, as vozes do povo
começam a se fazer ouvir através de suas lutas. As grandes maiorias que
constroem a riqueza da nação querem falar por si próprias. Não esperam mais que
a conquista de seus interesses econômicos, sociais e políticos venha das elites
dominantes. Organizam-se elas mesmas, para que a situação social e política
seja a ferramenta da construção de uma sociedade que responda aos interesses
dos trabalhadores e dos demais setores explorados pelo capitalismo.
Foi em um
contexto político, econômico e social marcado por intensas mobilizações que o
líder sindical, e principal fundador do PT, Luiz Inácio Lula da Silva tornou-se
um dos protagonistas da história de luta contra as injustiças existentes no
País. E a primeira conquista veio com o reconhecimento oficial do Tribunal
Superior de Justiça Eleitoral do PT como um partido político brasileiro, em 11
de fevereiro de 1982.
Na primeira eleição
que o PT participou, elegeu oito deputados federais: Airton Soares, Bete
Mendes, Djalma Bom, Eduardo Suplicy, Irma Passoni, José Eudes e José Genoino
todos de São Paulo; e Luiz Dulci de Minas Gerais. Eudes, Airton e Bete foram
expulsos em 1984 por participarem da eleição direta para Presidente da República,
contra orientação do Partido.
Com mais de um
milhão e setecentos mil filiados em todo o País, o PT está organizado em mais
de cinco mil municípios brasileiros. É o único partido no Brasil que realiza
eleições diretas para todos os cargos da direção partidária, em todos os níveis
– municipal, estadual e federal – através do Processo de Eleições Diretas
(PED), que ocorre a cada quatro anos.
Desde então, o
Partido vem disputando eleições e busca legitimar e consolidar a sua
representatividade no Poder Executivo e nos parlamentos. Resultado desse
empenho é a vitória nos pleitos para Presidente da República de 2002, 2006 e
2010. Eleitos democraticamente, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff
criaram políticas públicas para combater a miséria e oferecer oportunidades
para o povo brasileiro. Hoje, mais de 22 milhões de cidadãos superaram a
extrema pobreza.
Muitos estudiosos de Gramsci no Brasil são filiados e/ou simpática ao Partido dos Trabalhadores,
colocando-se como intelectuais orgânicos de ideologia proletária) e muitos
deles foram, inclusive, nomes importantes na criação do partido. Há, contudo,
uma maior diversidade ideológica entre os intelectuais petistas.
Judson Cabral, Roseane Beltrão, Lula, Paulão e
Joaquim Brito
Em Alagoas, o Partido dos Trabalhadores
tem dois prefeitos, José Cícero Vieira de Inhapi e João Pereira da
Silva de Santa Luzia do Norte; dois deputados estaduais e um deputado federal, o PAULÃO do PT.
“O QUE ENVERGONHA UM PAÍS NÃO É APURAR, INVESTIGAR E
MOSTRAR. O QUE PODE ENVERGONHAR UM PAÍS É NÃO COMBATER A CORRUPÇÃO, É VARRER
TUDO PARA BAIXO DO TAPETE. O BRASIL JÁ PASSOU POR ISSO NO PASSADO E OS
BRASILEIROS NÃO ACEITAM MAIS A HIPOCRISIA, A COVARDIA OU A CONIVÊNCIA”. DILMA VANA
ROUSSEFF, PRESIDENTA DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, é filiada ao Partido
dos Trabalhadores – PT.
COMISSÃO EXECUTIVA
NACIONAL
Rui Goethe da Costa
Falcão PRESIDENTE
Afonso Bandeira Florence
LÍDER DO PT NA CÂMARA
Humberto Sérgio Costa
Lima LÍDER DO PT NO SENADO
Alberto Lopes Cantalice
VICE-PRESIDENTE E SECRETÁRIO DE COMUNICAÇÃO
Clarissa Lopes Vieira
Alves da Cunha VICE-PRESIDENTE
Gleide Andrade de
Oliveira VICE-PRESIDENTE
Jorge Luiz Cabral
Coelho VICE-PRESIDENTE
José Nobre Guimarães
VICE-PRESIDENTE
Romênio Pereira
SECRETÁRIO GERAL
Florisvaldo Raimundo de
Souza SECRETÁRIO DE ORGANIZAÇÃO
Marcio Costa Macedo
SECRETÁRIO DE FINANÇAS E PLANEJAMENTO
Carlos Henrique Goulart
Árabe SECRETÁRIO DE FORMAÇÃO
Mônica Valente
SECRETÁRIA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Bruno de Oliveira Elias
SECRETÁRIO DE MOVIMENTOS POPULARES
Maristela Victor de
Mattos SECRETÁRIA DE MOBILIZAÇÃO
Anne Karolyne Moura de
Souza SECRETÁRIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Reginaldo Lázaro de
Oliveira Lopes SECRETÁRIO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Vivian Cristiane Gomes
de Farias SECRETÁRIA DE COORDENAÇÃO REGIONAL
Juliana Cardoso VOGAL
Luiz Paulo Teixeira
Ferreira VOGAL
Flora Izabel Nobre
Rodrigues VOGAL
Monica Aguiar de Souza
VOGAL SECRETARIAS SETORIAIS
Laisy Moriére Cândida
Assunção SECRETÁRIA NACIONAL DE MULHERES
Edmilson Souza Santos
SECRETÁRIO NACIONAL DE CULTURA
Elvino Bohn Gass
SECRETÁRIO AGRÁRIO NACIONAL
Gilney Viana SECRETÁRIO
NACIONAL DE MEIO AMBIENTE
Indalécio Wanderley
Silva SECRETÁRIO DE POLÍTICA SINDICAL
Jefferson F. Lima
SECRETÁRIO NACINAL DE JUVENTUDE
Nelson Murilo Padilha
SECRETÁRIO DE COMBATE AO RACISMO
FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO
Marcio Pochmann DIRETOR
Iole Ilíada
VICE-PRESIDENTA
Kjeld Jakobsen DIRETOR
Luciana Mandelli
DIRETORA
Fátima Cleide DIRETORA
Joaquim Soriano
DIRETOR
SEDE do PT em São Paulo Rua Silveira Martins,
132 - Centro CEP: 01019-000 Telefone: (11) 3243 1313; em Brasília Setor
Comercial Sul Quadra 2 - Bloco C - Edificio Toufic CEP: 70302-000 Telefone:
(61) 3213-1313
Nenhum comentário:
Postar um comentário