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A questão
que salta aos olhos nestes “piores três primeiros dias de um ‘governo’ na
história do Brasil” é a surpresa com o fim de ministérios sociais, o desprezo
pela cultura e com a “expulsão da diversidade étnica e de gênero” do Palácio.
Nas duras críticas dos jornais estrangeiros – NY Times, Guardian etc. –
vemos que o “comando Temer” acabou antes de começar. É visto como esdrúxulo,
retrógrado, sexista e racista. Mas não deveria haver surpresa: isso é o que
temos de cardápio na direita brasileira.
Nos anos
90, na França, uma campanha do governo Chirac alertava aos trabalhadores para
não aceitar qualquer serviço indigno, reforçando a informação de que eles
tinham o RMT – uma espécie de bolsa família de lá – como proteção. Por aqui, a
lei do trabalho escravo deve ser flexibilizada no Congresso e sancionada por
Temer. Nem Le Pen ou Trump ousariam tanto.
Não tem paralelo. No vídeo abaixo, Jorge Pontual, muito gaguejante e sem graça, mostra a repercussão extremamente negativa do golpe. E completa com uma história. O novo primeiro ministro canadense teria respondido assim à pergunta de um repórter sobre o motivo de ocupar metade do ministério com mulheres: “Porque estamos no século 21”.
A direita
brasileira está um pouco mais atrás. No século 19.
Ou seja,
a gente não é esquerda porque concorda com tudo que ela faz (aliás, não há como
fazer vista grossa diante de muitas de suas práticas extremamente criticáveis).
Mas é porque quando defendemos causas que nem precisariam ser causas, de tão
óbvias que são, parecemos quase comunistas carbonários.
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