O fascismo e as excrecências da Paulista
Só faltou desfilar suas representantes: Heloisa
Helena, Marina Silva e Martha SuplicyImagens de revolucionárias(os)
Os editoriais
da grande imprensa e na média da opinião dos comentaristas de política, há uma
clara percepção de que o movimento pelo impeachment, no último domingo, apesar
de ainda ser grande e barulhento, perdeu o viço, pois o alvo dos protestos
parece estar menos incomodado com o resultado das manifestações do que aqueles
que convocaram as pessoas às ruas. As manifestações foram um fracasso.
As manifestações mostraram que ao invés de ganhar adesão de setores populares descontentes com o governo, o movimento Fora Dilma sofreu uma debandada. Ainda que as redes sociais já sinalizassem o que estaria na avenida, manifestantes menos engajados ou aqueles com algum histórico de ativismo na esquerda ficaram assustados com as cenas explícitas de elitismo, agressividade, fascista, conservadorismo e ignorância das primeiras manifestações. Pularam fora do barco. Foi melhor “pegar” uma praia ou assistir ao jogo Palmeiras e Flamengo.
Um
instituto de pesquisa de São Paulo descobriu (?) o óbvio na Av.Paulista:
pessoas brancas de classe méRDia-alta e ideologicamente identificados com a
direita compõem o modelito básico dos manifestantes. Um perfil burguês, discriminatório
e fascista.
Cenas repugnantes
de gente pedindo a morte dos comunistas e hostilizando com violência física
quem pensa diferente; declamando ignorância política e desconhecimento
histórico; vociferando machismo e preconceitos de todo tipo; menosprezando os mais pobres; glorificando torturadores e
figuras execráveis de extrema-direita; gesticulando saudações nazistas e
apoiando uma intervenção militar.
Já o
movimento Fora Dilma convoca o povo às ruas tremulando uma única bandeira: a do
antipetismo
e, com base nela, pedem o impeachment, agora transfigurado (talvez por
reconhecimento da correlação de forças desfavorável) em um patético e risível
clamor pela renúncia da presidente. Educação, saúde, transporte, cultura,
direitos trabalhistas, respeito à diversidade? Nenhuma dessas pautas comparece
nas manifestações. E o patético Congresso Nacional ficou despercebido.
Além de não ter outra pauta que não seja o antipetismo, o movimento Fora Dilma, por sua própria contradição interna, também não oferece perspectivas de futuro na arena política. Ainda que a ampla maioria dos manifestantes se declare eleitores de Aécio Neves, nem mesmo a entrega do poder aos tucanos surge como alternativa para os líderes do movimento.
O que
fazer se Dilma deixar o governo? Qual agenda de mudanças deve ser defendida?
Quem deve compor o eventual novo governo?
O que dizer de figuras carimbadas pela corrupção e
tão
nebulosas como Eduardo Cunha e os senadores Ronaldo Caiado, Agripino Maia,
Aloysio Nunes e Aécio Neves? No fundo estão dizendo que corrupção é tolerável desde que seja
praticada por quem os apoia. Acontece que as lideranças do movimento jogam,
deliberadamente, no time do quanto pior melhor, de forma dissimulada, irresponsável e
perigosa para o País.
a imagem do revolucionário
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