A prisão do ex-ministro da Casa Civil do governo Lula,
José Dirceu, detido pela Polícia Federal na manhã de ontem, segunda, 3, em
Brasília, na 17° fase da operação Lava Jato, batizada de Pixuleco, não se
justifica, segundo o ex-procurador de Estado, Márcio Sotelo Felippe.
“Preciso ser convencido de que não se trata de uma
arbitrariedade. Não há necessidade de prisão. Ele tem endereço certo. Não
conheço as provas. Falo sobre o aspecto das liberdades fundamentais. A prisão
preventiva de quem está cumprindo pena em regime semiaberto causa profunda
estranheza. Pode ser mais um capítulo desse espetáculo do Estado policialesco,
que vem criminalizando a política. Preciso ser convencido de que não se trata
de uma arbitrariedade”, frisa.
O jurista não descarta a hipótese de que a medida tenha
sido posta em prática para desviar a atenção do atentado à bomba contra o
Instituto Lula e ajudar na mobilização da manifestação convocada pela oposição
contra a presidente Dilma, marcada para o próximo dia 16. “São especulações
razoáveis.”
A decisão com a ordem para a prisão de Dirceu foi assinada
eletronicamente pelo juiz Sérgio Moro às 11h38 da segunda-feira passada, 27, há
exatamente uma semana.
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