“Os
deputados paranaenses estão com as mãos
sujas com o sangue do adolescente Lucas Mota, que morreu dentro de uma escola
ocupada no estado”
Ana Júlia Ribeiro estudante secundarista de Curitiba,
capital paranaense
O
governador Beto Richa (PSDB) será
denunciado na próxima segunda-feira (31), em Brasília, na Comissão dos Direitos
Humanos do Senado e da Câmara, no MPF, e em agências internacionais como Unicef
– de proteção à infância e à adolescência — ligada à Organização das Nações
Unidas (ONU). A estudante Ana Júlia Ribeiro, de 16 anos, será a porta-voz das ocupações nas
escolas estão ameaçadas na capital paranaense por milícias fascistas que atuam
em conluio com o tucano.
Ana Júlia ganhou notoriedade internacional — sim, ela foi destaque em revistas como Forbes, CartaCapital (capa, inclusive) e jornais como El País, etc. — depois que humilhou deputados em antológio pronunciamento na Assembleia Legislativa do Paraná (clique aqui para assistir).
Integrantes do fascista MBL
– Movimento Brasil Livre – percorrem escolas ocupadas pelos estudantes, em
Curitiba, com objetivo de “desocupá-las” à força como se fossem uma milícia
privada do governador Beto Richa. Na semana passada, o tucano recebeu em
Palácio Iguaçu esses milicianos de extrema-direita para definir a estratégia de
enfrentar os adolescentes que tomaram cerca de 900 escolas no estado em
protesto contra a MP 746 (reforma do ensino médio) e contra a PEC 241
(congelamento de investimentos por 20 anos).
A Polícia Militar, presente
nos enfrentamentos, limita-se a assistir às hostilidades dos “tiozinhos” do MBL, conforme definição do deputado
estadual Tadeu Veneri (PT), membro da Comissão dos Direitos Humanos na
Assembleia Legislativa do Paraná.
Na madrugada desta
sexta-feira (28), milicianos do MBL, sempre amparados pelo poder público, tentaram à força desocupar os
colégios estaduais Leôncio Correia, Lysímaco Ferreira da Costa e Pedro Macedo.
Não obtiveram êxito em nenhum, pois o número de estudantes e pais favoráveis às
ocupações eram muito superiores. Houve muito corre-corre, bate-boca e
empurra-empurra nesses locais, mas a temperatura se eleva sem que Richa tome
providências no sentido de proteger os jovens e adolescentes nas escolas
ocupadas – o que é dever do Estado, como bem ensinou a aluna Ana Júlia em seu
histórico pronunciamento na Assembleia Legislativa.
Moradores e estudantes de
escolas na periferia da capital paranaense dizem que vão resistir, em legítima
defesa, “aos ataques dos playboys fascistas que nunca estudaram numa escola
pública”. Ou seja, se anuncia uma tragédia de proporções dantescas com a
omissão – ou seria associação criminosa – do governador Beto Richa. E é sobre
isso que Ana Júlia falará à ONU, Congresso Nacional, MPF e CNJ.
Nunca é demais recordar que
Beto Richa já foi denunciado à ONU, no ano passado, pelo massacre de 213
professores e servidores públicos que lutavam contra o confisco da poupança previdenciária
de R$ 8 bilhões.
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