Zé Eduardo e o Caixa 2 de FHC
Onde foi parar o dinheiro ? Debaixo do colchão é que não está !
O BLOG Conversa Afiada, do jornalista Paulo Henrique Amorim, reproduz post do Tijolaço do Fernando Brito:
ZÉ EDUARDO E O CAIXA 2 DE FHC
Do jornalista José Maschio, em seu Facebook:
O ex-ministro Zé Eduardo de Andrade Veira, o Zé do Chapéu, nunca perdoou o ex-presidente FHC pela perda de seu banco, o Bamerindus, para o HSBC. Esse ressentimento o levou a denunciar o esquema de Caixa 2 na reeleição de FHC. Eu chegava de viagem e, ainda no aeroporto de Londrina, sou comunicado pela direção do jornal (Folha de S. Paulo) que a pauta do dia era procurar Vieira. O assunto era a batalha do ex- ministro para recuperar o seu Bamerindus.
No trajeto do aeroporto até minha casa, na roça em Cambé, Vieira me atendeu por telefone. Gentil, não se negou a falar sobre as lutas para recuperar o banco e mais: contou o esquema de Caixa 2 na reeleição de FHC.
Cheguei em casa e liguei de volta para o jornal. Bateu desespero em Cleusa Turra, na época da Secretaria de Redação da Folha. A entrevista, por celular, não havia sido gravada. Turra temia que Vieira não reiterasse as denúncias depois de a matéria ser publicada.
Com a reportagem pronta, liguei novamente para Vieira e fui até a sede da Folha de Londrina, jornal que ele dirigia. Não só me atendeu como acrescentou novas informações e aceitou gravar novamente a entrevista feita antes por telefone. No outro dia, a manchete da Folha era o Caixa 2 do tucano.
Essa historinha mostra um pouco da personalidade do Zé do Chapéu, que morreu ontem aos 76 anos. Amado por uns, odiado por outros, arrogante, e às vezes suave, Vieira era um retrato da nossa classe dominante. Em julho de 2012, fiz minha última entrevista com Vieira, para o boletim da Faep, sobre os 20 anos do Senar.
Debilitado, não era nem sombra do Zé do Chapéu político. E, ao final da entrevista, fomos conhecer o seu orgulho na fazenda em Joaquim Távora (PR), a criação de bovinos de leite. Vieira aproveitou que Milton Dória (o Miltinho) estava a fotografar distante de nós, para perguntar. Eu conheço esse rapaz, quem é ele? Milton Dória havia sido, por anos, seu editor de fotografia na Folha de Londrina. Aliás, havia sido demitido pelo próprio Vieira, que achava um absurdo jornalista ganhar mais que bancário.
O jornalista Palmério Dória, no best-seller “O Príncipe da Privataria” relata no capítulo 8, “Sobra de campanha: 130 milhões de reais”, descreve como Serjão, o Sergio Motta, tucano, líder da campanha de Fernando Henrique, tomou dinheiro de José Eduardo:
“A gente tem despesas. Temos um grupo político”.
“Tá bom Serjão”, concorda José Eduardo enfim. “De quanto vocês precisam ?”
“Uns 100 milhões pra começar”.
“Serjão, sabe quanto é que essa campanha vai custar ? Todinha ? … No máximo 40 milhões. Se você repete essa história para alguém vai ficar mal pra você.”
Depois, numa entrevista, Andrade Vieira confirmou:
“Foram 30 milhões de caixa oficial e cerca de 100 milhões de reais de contribuições extra-oficiais, ou seja, sem recibo.”
Onde foi parar o dinheiro ?
“Provavelmente no exterior. Debaixo do colchão é que não está,” disse Andrade Vieira.
Vieira disse ainda que Sergio Motta cuidava das “compras e pagamentos do presidente”.
Os tucanos jamais processaram Andrade Vieira.
Cujo banco, o Bamerindus, foi trucidado pelo Presidente Fernando Henrique, provavelmente em retribuição …
Portanto, os necrológios do PiG sobre Andrade Vieira incorreram nessa irrelevante lacuna: como ele contribuiu com o Caixa Dois dos imaculados tucanos.
Não fosse o PiG, eles, os tucanos, não passavam de Resende …
Mudando de assunto, completamente: de que vive o Cerra ?
Paulo Henrique Amorim
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