O PMDB
assumiu, na prática, a hegemonia e a liderança da Câmara dos Deputados e
do Senado Federal – neste último, de fato já exercia esse papel em sintonia e
aliança com o PT no apoio aos governos Lula (2003-2010) e Dilma (2011-2014). Na
Câmara com a eleição do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no início deste
mês para a presidência da Casa formou-se também uma maioria peemedebista que
pode se consolidar.
Salta a vista, ainda, o fato de que pela
primeira vez desde 2003 o PMDB se uniu em torno de um líder, o deputado Eduardo
Cunha. A agenda política do presidente da Câmara, do PMDB e da maioria agora
criada está colocada. É conservadora em matéria de comportamento com oposição
radical ao aborto e ao chamado casamento gay.
Deve ser, também, conservadora em matéria
econômica. Esta maioria, sem deixar de negociar até para atender a demanda das
centrais sindicais, deve apoiar a agenda do ministro da Fazenda, Joaquim Levy e
do governo com relação ao ajuste fiscal.
Pode apoiar, também, a PEC da Bengala –
elevação da idade de aposentadoria de ministros dos tribunais superiores de 70
para 75 anos – e a reforma política com a instituição do Distritão no sistema
de voto, o que põe fim às coligações proporcionais e dispensa a cláusula de
barreira. É uma maioria que tende a apoiar toda a reforma política nos termos
propostos pelo presidente da Câmara e pelo PMDB, dentre outros pontos, com o
fim da reeleição, a coincidência geral de eleições e de mandatos.
Instituir o voto facultativo e
manter o financiamento privado de campanhas
Também a manutenção do financiamento
privado e doações das empresas para campanhas eleitorais e, por fim, o voto
facultativo são outras duas propostas defendidas abertamente e com a simpatia
de novo da mídia de oposição que vê nelas um caminho para enfraquecer o governo
e o PT.
Na agenda política para o país, mais cedo
ou mais parte teremos as reformas tributária e da Previdência Social, onde as
propostas da equipe econômica do governo seguramente encontraram apoio no PMDB
que se credencia para ser o interlocutor dela (equipe econômica), do chamado
mercado e dos diferentes interesses empresarias e sociais que buscam o
Parlamento e pressionam ou demandam o atendimento de suas agendas e demandas.
Quem quiser ou
pretender influenciar essa agenda e formar maiorias, ou oposição a eles, aos
que compõem hoje maioria no Parlamento, tem que ter forca social e de
mobilização, propostas claras e alianças políticas. Eis o novo desafio do PT.
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