terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Paulão do PT de Alagoas: seu nome é TRABALHO ! ! !

Paulão diz que ‘derrota nas urnas não foi digerida’

Deputado Paulão acredita que PSDB tenta inviabilizar o governo Dilma Rousseff com a insistência de terceiro turno

O deputado federal Paulão (PT) assumiu este ano seu mandato para ficar os quatro anos. Em Brasília, após a eleição que reconduziu a presidente Dilma Rousseff (PT), o parlamentar alagoano tem sentido de perto a ira da oposição, assim como dos protestos que ecoam em todo o país por causa das medidas provisórias encaminhadas pela presidente ao Congresso Nacional. O parlamentar, em entrevista à Tribuna Independente, analisa o atual cenário da presidência e como a base aliada tem tentado fazer a defesa diante de uma oposição cada vez mais unida, ao menos neste primeiro momento. Além deste tema recorrente, o petista lembra que o partido não pode enfraquecer porque perdeu a presidência da Câmara Federal para o deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ). Quando o assunto é Alagoas, as eleições, ainda que distantes, despertam o interesse do Partido dos Trabalhadores em ter candidatura própria à prefeitura de Maceió.
Tribuna Independente - Em Brasília, a reeleição da presidente Dilma Rousseff parece não ter sido digerida pela oposição. Qual a situação na Câmara dos Deputados?
Paulão - Aqui (na Câmara Federal) tem dois momentos: o momento do Executivo que foi vitorioso no processo eleitoral e a presidente conseguiu compor uma base aliada com maioria no Congresso Nacional e o outro momento diz respeito à eleição da Mesa Diretora da Câmara, que foi um processo interno e que o Partido dos Trabalhadores lançou candidato, porém, não houve a vitória como era esperada. Na Câmara Federal tem se falado muito sobre as medidas provisórias enviadas pela presidente Dilma e existe sempre a desconfiança de que a presidente quer mexer nos direitos trabalhistas. Estas medidas ainda não foram analisadas pelos deputados porque tem uma vigência temporal. A presidente tomou medidas em que o movimento sindical reagiu com legitimidade, afinal, as centrais sindicais, têm como princípio básico a defesa da classe trabalhadora. Então, qualquer direito que tenha interferência, ele precisa ser questionado porque é legítimo na democracia. A própria presidente Dilma, em reunião com seus ministros, externou que nenhum direito seria mexido. Acredito que quando as medidas chegarem a este poder, defendo que seja importante preservar todos os direitos dos trabalhadores.
Tribuna Independente - O Partido dos Trabalhadores perdeu a eleição para o Eduardo Cunha. Qual peso desta derrota na Câmara para a base aliada da Dilma e para a própria presidente?
Paulão - Sem dúvida nenhuma. É sempre importante o partido ter a presidência da Câmara Federal. Foi uma derrota que precisamos fazer autocríticas. Será preciso superar este processo e passar a dialogar com o novo presidente da Casa, o deputado Eduardo Cunha, para evitar qualquer contratempo. Eu, particularmente, não acredito que o presidente esteja voltado aos pleitos do PT, e sim, para as demandas da sociedade brasileira. Acredito ainda que o Eduardo Cunha deva ter uma diplomacia com o governo, afinal de contas, ele é do PMDB, principal partido junto ao PT na presidência da República. Ele precisa ter responsabilidade com o desenvolvimento do Brasil.
Tribuna Independente - Estas críticas vorazes à presidência têm prazo de validade. Até um processo de impeachment já foi citado na Câmara.
Paulão - Isso sempre ocorreu. O único período em que não se discutia impeachment era no período da ditadura militar (1964-1985), afinal, se falasse do governo militar, a pessoa seria presa ou torturada. Com o processo democrático, este debate existe sim. O impeachment é previsto na Constituição e pode ser provocado por um cidadão ou uma organização partidária. Agora, se este instrumento terá acolhimento ou não, é outro passo. A gente avalia que existe um ranço muito forte por parte do PSDB que não compreendeu a derrota do candidato Aécio Neves, e ainda coloca em pauta a discussão do ‘terceiro turno’, com o intuito de inviabilizar o governo da presidente Dilma. Hoje estamos em um momento turbulento, mas, à medida que este processo vai sendo apurado, que o governo comece a colocar em prática os projetos e os avanços da economia, tenho certeza que a tendência é de atenuar estas questões.
Tribuna Independente - Qual a expectativa do deputado para seu mandato de quatro anos?
Paulão - Sendo titular do mandato, aumenta meu prazo de vigência e a responsabilidade. Espero continuar a minha atuação que desenvolvi, a qual já venho construindo há dois anos. Por ser parte do governo, irei legislar e estabelecer contato com o governo federal para viabilizar recursos para os municípios alagoanos, já que muitos deles são dependentes. Estarei mais vigilante para apresentar requerimentos, usando a tribuna, elaborando projetos de lei. Isso fez com que no ano passado o site políticos.org.br me elegeu como um dos deputados com maior desenvoltura e pretendo continuar neste ritmo. Um dos exemplos que posso citar aconteceu na última sexta-feira com a ministra Ideli Salvatti, quando ela entregou 20 kits para os conselhos tutelares sem contrapartida do estado. E destes 20 kits, 12 foram frutos de minha emenda parlamentar. Entendo que mesmo não sendo recursos vultosos, contribuí para o trabalho dos conselheiros nos municípios. Também estarei de prontidão nas questões culturais, assim como na educação.
Tribuna Independente - Eleição para prefeito ainda está distante. O PT pode disputar a prefeitura de Maceió?
Paulão - Acho legítimo. Afinal de contas, todos os partidos têm direitos de pleitear uma prefeitura que representa o sonho de qualquer organização que é a capital. O PT já teve oportunidade de ter candidatura própria em 1996, 2000, 2008 e estamos há oito anos sem lançar um nome. O partido tem se organizado para as eleições frequentemente e este debate em lançar um candidato à prefeitura de Maceió será feito. É bom lembrar que o Partido dos Trabalhadores cresceu, principalmente porque governa o Brasil há 12 anos e a sua militância sempre tem nos cobrado recorrentemente.
Fonte: http://www.tribunahoje.com

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