segunda-feira, 3 de abril de 2017

Zorzanelli ENUMERA nove razões que Janot VÊ ! ! !

9 razões para acreditar que Janot está certo ao dizer que Gilmar Mendes tem ‘disenteria verbal’
Por M Zorzanelli

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A troca de pancadas mais bonita do país hoje está acontecendo em Brasília e você pode acompanhar pelos jornais: o ministro Gilmar Mendes contra o procurador-geral da União Rodrigo Janot.
Mendes acusou Janot de vazar informações da delação da Odebrecht para a imprensa. Dias depois, Janot voltou com tudo: num discurso, acusou o ministro de ter disenteria verbal e que este sofre de “decrepitude moral”. Barra pesada, né?
Resolvemos dar uma investigada no que Gilmar já disse desde que se sentou na cadeira de ministro do STF em 2002 para ver se ele tem mesmo a tal disenteria verbal.

1. “Feita por bêbados”

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Em agosto do ano passado, Gilmar, após assumir o cargo de presidente do Tribunal Superior Eleitoral, disse isso sobre a Lei da Ficha Limpa:
“Sem querer ofender ninguém, mas já ofendendo, parece que a lei foi feita por bêbados.”
Obviamente, muita gente se indignou, especialmente os juristas que elaboraram o projeto e o 1,6 milhão de brasileiros que assinaram petição pedindo que ela fosse aprovada. A resposta de Gilmar, alguns dias depois?
“Não queria ofender os Alcoólatras Anônimos, nem os bêbados.”

2. Vai acabar em pizza?

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Em 2013, uma sessão do STF decidiu por rever o julgamento de 12 dos 25 réus do mensalão. Voto vencido, Gilmar disse que o STF não é tribunal “para ficar assando pizza”. Depois, chegou a falar com uma jornalista:
“Vou recomendar uma pizzaria a vocês”.
Também disse que o STF estava se transformando num “tribunal bolivariano”. Agora, você sabe que aquele seu tio meio malucão não está sozinho quando fala em “bolivarianismo” no Brasil.

3. Heterodoxos

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Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski quase saíram no braço no ano passado, após Mendes chamar de absurda e heterodoxa a decisão de Lewandowski de não cassar os direitos políticos de Dilma após o impeachment. Veja só:
Gilmar: Vossa Excelência fez coisas mais heterodoxas aqui.
Lewandowski: Graças a Deus não sigo o exemplo de Vossa Excelência em matéria de ‘heterodoxia’. E faço disso um ponto de honra! Basta ver o que Vossa Excelência faz diariamente nos jornais! 
Gilmar: Faço, inclusive, para reparar os absurdos que Vossa Excelência faz.
Lewandowski: Absurdos, não! Vossa Excelência retire o que disse! Vossa Excelência está faltando com decoro e não é de hoje! Vossa Excelência, por favor, me esqueça.
Gilmar: Não retiro.
Ui!

4. AI-5

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Luz Fux anulou a votação das chamadas 10 medidas contra a corrupção, por julgar que a Câmara havia alterado demais o projeto original. Como esqueceu de perguntar a Gilmar o que ele achava, teve que ouvir o seguinte:
“É um AI-5 do Judiciário”
“O Supremo caminha para o mundo da galhofa”
“Então é melhor fechar o Congresso logo e entregar as chaves. Entrega a chave do Congresso ao (Deltan) Dallagnol (coordenador da força-tarefa da Lava Jato).”
Uia!

5. Cemitério cheio

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Quando apareceu na imprensa a notícia de que o nome do ministro Dias Toffoli poderia acabar na Lava Jato, Gilmar disse isso sobre os promotores e delegados da PF de Curitiba:
“Isso não vai prosseguir assim, a gente tem instrumentos para se colocar freios.”
“Isso já ocorreu antes no Brasil. O cemitério está cheio desses heróis”

6. Doido

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Como se esquecer da decisão, em dezembro, do ministro Marco Aurélio Mello de afastar Renan Calheiros da presidência do Senado? Como vocês se lembram, Renan deu um drible no oficial de Justiça e continuou presidente.
Gilmar saiu em defesa de Renan: disse que Marco Aurélio deveria sofrer impeachment por causa da decisão. E disse:
“No Nordeste se diz que não se corre atrás de doido porque não se sabe para onde ele vai”
Não se surpreende que ele tenha problemas no ambiente de trabalho como o do próximo item

7. “Capangas do Mato Grosso”

Em 2009, o ministro Joaquim Barbosa queria mais detalhes sobre um processo e Gilmar devolveu que Barbosa havia faltado à sessão que tratou do assunto. Joaquim não se segurou. “Não me trate como os seus capangas de Mato Grosso”. Confira o vídeo:

8. Bônus track

Algumas frases soltas:
Sobre os salários de juízes e magistrados:
“Devemos discutir com sinceridade, porque o país virou uma República corporativa em que cada qual, aproveitando dessa autonomia administrativa e financeira, vai lá e faz o seu pequeno assalto”
Sobre substituir Teori Zavascki na relatoria da Lava Jato:
“Ninguém deseja ser relator da Lava Jato. Isso tumultua a vida de todos”.
Sobre o PT querer o fim das doações de empresas para campanhas
“O partido que mais leva vantagem em razão da mais valia e dos métodos utilizados para captar recursos das empresas privadas, agora, como Madre Teresa de Calcutá, defende o encerramento das doações das empresas privadas. Eu quase que me emociono, quase que vou às lágrimas”

9. E uma curiosidade

Uma nota da revista Veja de 2002:
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Mandou carta ao STF pedindo que os juízes falassem menos com a imprensa. Ah, a ironia, sempre ela…

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