Hoje
vou à PF provar que eu e o juiz Moro somos inimigos
No final de fevereiro, recebi intimação para comparecer à Polícia
Federal nesta segunda-feira (3/4) para “prestar esclarecimentos no interesse da
Justiça”. Meu advogado, doutor Fernando Hideo Lacerda, designado pelo doutor
Pedro Serrano, foi ver do que se tratava e descobriu que o juiz Sergio Moro me
acusou de “ameaçá-lo”.
É um caso bastante
estranho. A suposta “ameaça” teria sido feita em 2015, no dia 21 de junho, em
postagem no Twitter na qual eu convidava os leitores a ler um post neste Blog
sobre política e economia. No artigo, eu dizia que a condução da Operação Lava
Jato pelo juiz Sergio Moro estava causando um desastre na economia.
Meses antes, em maio
daquele ano, eu representara o juiz ao Conselho Nacional de Justiça,
basicamente, por abuso de poder.
O que chama atenção
é que, dois meses após a representação, o juiz Moro me representou de volta. A
causa, a postagem no Twitter convidando minhas dezenas de milhares de
seguidores naquela rede social a lerem o tal a artigo sobre política e
economia. Veja, abaixo, a sequência de tuítes que ensejou a denúncia do juiz
federal em questão.
O tuíte que gerou a denúncia foi o quarto de baixo para cima. Mesmo
lido isoladamente seria impossível considerá-lo uma ameaça. Talvez fique meio
dúbio, mas no contexto em que foi feito não dá para confundir.
Como se pode ver, o quarto tuíte de baixo para cima – no twitter, a
sequência de postagens é de baixo para cima – fez parte de várias postagens
convidando as pessoas para lerem o mesmo artigo. Na verdade, o quarto tuíte de
baixo para cima foi uma continuação do terceiro tuíte de baixo para cima.
Juntos, eles ficam assim.
Se alguém tiver alguma
dúvida do que está sendo relatado acima basta clicar aqui e ir à postagem original do Twitter em 2015.
A acusação de que
ameacei o juiz é absurda, mas serve para duas coisas.
Primeiro, para
provar que não posso ser julgado por um inimigo capital em outro processo
absurdo, o qual afirma que publiquei neste Blog prova contra mim mesmo de que
tentei obstruir a justiça avisando o ex-presidente Lula de ação da Lava Jato
contra ele. Segundo, para provar que essa acusação encerra má fé, pois é
impossível alguém alfabetizado depreender que houve qualquer ameaça.
Há, também, um outro
fator. Por que fui representado em 2015 e só fui intimado em 2017? A representação
do juiz Moro contra mim por “ameaça” em 2015 teria sido motivada pela minha
representação contra ele dois meses antes?
É doloroso ver a
Justiça e a Polícia Federal, que têm tanto a fazer, perderem tempo com acusação
tão ridícula. Mas pior do que isso é a sensação que me assola de que sou alvo
de uma odiosa tentativa de intimidação. Aí tudo muda de figura. O Estado
estaria sendo usado para perseguir cidadãos por razões políticas. Coisa de
ditaduras.
Leia, abaixo, artigo
de minha autoria publicado nesta segunda-feira na página A3 da Folha de São
Paulo.
CarlosEDUARDOCairoGUIMARÃES
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