sábado, 8 de abril de 2017

Paulão JÁ "mostrando prá que veio" ! ! !

Presidente da CDHM repudia tentativa de censura à professora de Santa Catarina

NOTA PÚBLICA - A professora do curso de História da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Dra. Marilene de Fáveri, está sendo processada por uma ex-aluna. O motivo da ação, de acordo com informações veiculadas na imprensa, seria a abordagem do feminismo em um curso oferecido pela docente. Segundo a estudante, os temas tratados na aula estariam a constrangendo na sua condição de “cristã e antifeminista”.

O caso da professora catarinense não é o único. No Rio Grande do Sul, o professor da rede pública estadual José Mineiro foi afastado devido aos conteúdos tratados em suas atividades. Além deles, professores de História do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, também foram recentemente interpelados pelo Ministério Público Federal e respondem a processo administrativo por supostos delitos.
Diferentemente do que tem sido divulgado por movimentos que buscam cercear a liberdade de cátedra, adequar os assuntos ministrados pelo (a) professor (a) a valores e princípios particulares de algum aluno (a) ou de seus pais não é um direito, já que não pode ser universalizado. O ensino formal é serviço prestado pelo Estado à coletividade. Portanto, seria impraticável prestá-lo coletivamente se todos os alunos (as) ou pais pudessem censurar os conteúdos pedagógicos de acordo com seus valores.
Pelo contrário, a censura dos temas que podem ou não ser abordados na prática docente é ilegal, uma vez que violaria a garantia fundamental à liberdade de expressão assegurada na Constituição. Além disso, essa restrição atingiria a prerrogativa do Estado de oferecer ou regular a oferta privada da Educação formal em consonância com os princípios do pluralismo e da liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura. É o que consta na a Lei de Diretrizes e Bases e no Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos. Não há, portanto, fundamento para questionamentos judiciais dessa natureza.
É necessário considerar, principalmente, que os números de feminicídios, estupros, da violência doméstica e das diversas formas de discriminação contra as mulheres e em razão da orientação sexual ou da identidade de gênero ainda são alarmantes no Brasil. Ao considerarmos que os espaços educacionais são arenas privilegiadas de socialização e de debate, é fundamental que essas questões sejam discutidas nas escolas e nas universidades, com vistas ao combate dessas formas de violência.
Como Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, repudio quaisquer iniciativas que visem intimidar ou censurar o livre exercício da docência e impedir o combate à discriminação no âmbito da educação. Garantir a liberdade de expressão e combater todas as formas de discriminação e violência são deveres de quem visa o respeito à dignidade de todos e todas e a promoção dos direitos humanos.
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Paulão(PT/AL)
Presidente da Comissão de Direitos Humanos
e Minorias da Câmara dos Deputados - CDHM

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