Veja as “manchetes” dos jornais LACAIOS
brasileiros
por Luis Nassif
Encontro
um banqueiro meu conhecido após o jogo da Copa. Ficou em um dos camarotes VIPs,
ao lado de personalidades como Gilmar Mendes.
Foi com a namorada ao Itaquerão. Ambos estavam impressionados
com a qualidade do estádio, com a limpeza dos banheiros, com a beleza e relevância do evento. Até Lázaro Brandão, o
todo-poderoso presidente do Conselho do Bradesco, esteve presente, me diz ele.
Tudo
funcionou a contento, disseram-me, o trânsito (que depende da Prefeitura), o
Metrô (que depende do estado), o estádio (cuja construção foi apoiada pelo
governo federal). Enfim, motivo geral para espalhar pelo mundo uma imagem mais positiva do país.
Apenas um dado falhou, para vergonha de São Paulo: o nível das vaias à presidente da República.
- Não era povão. Veio das alas VIPs e
foi constrangedor.
O momento mais baixo da Copa, o episódio que manchou a imagem do
país no mundo partiu daquele segmento que Cláudio Lembo chama de “elite branca”. Mas, como bem observou um de nossos comentaristas, não os
trate como elite. Elite pressupõe um estágio intelectual e moral superior. São Paulo tem uma elite intelectual,
médica, tecnológica.
Os que se manifestaram representam apenas a selvageria empetecada, os black blocs com
grife.
O caráter de um jornal é dado pela soma individual dos seus
colunistas e pela linha editorial.
Hoje, o episódio foi lamentado pelos maiores cronistas
esportivos, timidamente em suas colunas, mais acerbamente em seus blogs. Mas
são pontos fora da curva.
A baixaria contra uma presidente da República, uma mulher digna,
não mereceu condenação dos jornais, mas a celebração em suas manchetes. O
grito: “Dilma vai tomar no c…” torna-se, a partir de agora, o símbolo máximo do
enorme poder de que dispõe a mídia para influenciar o baixo clero da “elite branca”.
São incapazes de separar a crítica
ao estilo dos ataques pessoais. Não é por nada que tornaram José Serra seu
herói predileto. Qualquer coisa vale na disputa política, principalmente abrir
mão de ideias e recorrer aos ataques mais baixos.
flautista
levava os ratos para o rio e os afogava. Os jornais levam os ratos para o mundo - e os celebram.
Não foi por outro motivo que a parte do evento que mais
impressionou a colunista social do Estadão foram alguns banheiros
entupidos. Na verdade, havia pouco banheiro para a m… que jorrou dos camarotes,
estimulada pelos neoflautistas de Hamelin.
ATENÇÃO: as palavras na cor vermelha constam no texto, mas os destaques são deste BLOGUEIRO.
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