Rodeado
de parentes e amigos, morreu na tarde de ontem (17), na Cidade do México, o
escritor colombiano Gabriel García Márquez. Ganhador do Prêmio Nobel de
Literatura de 1982, o escritor e jornalista morreu em sua residência, aos 87
anos.
Nascido
em Aracataca, na Colômbia, no dia 7 de março de 1927, García Márquez, que era
também jornalista, vivia atualmente no México. Entre seus livros mais
conhecidos, destacam-se Cem Anos de Solidão e O Amor
nos Tempos do Cólera.
“Mil
anos de solidão e tristeza pela morte do maior colombiano de todos os
tempos!", escreveu o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, em sua
conta pessoal no Twitter. Na mensagem, Santos manifestou solidariedade e prestou
condolências à família de García Márquez.
García nasceu na pequena cidade de
Aracataca, no extremo norte do país, onde o escritor nasceu, os moradores
fizeram uma vigília em frente à casa dele. Depois, participaram de uma missa em
homenagem ao escritor.
Em julho de 2012, o mais novo de seus dez
irmãos, Jaime García Márquez, revelou que o autor sofria de demência senil “há
alguns anos” e que estava lutando contra a perda de memória. O escritor era
casado com Mercedes Barcha Pardo desde 1958. Eles tiveram dois filhos: Rodrigo,
que nasceu em 1959, e Gonzalo, nascido em 1962.
Seu primeiro romance, “A revoada (O
enterro do diabo)”, foi escrito no início da década de 1950, mas publicado
apenas em 1955, por iniciativa de amigos, enquanto ele estava na Europa. Já
tendo como cenário a cidade de Macondo, que apareceria em outras de suas obras,
o livro tinha como narradores três personagens, um velho coronel, sua filha e o
neto, ainda criança. O sucesso internacional, no entanto, veio principalmente
após a publicação de seu romance mais famoso, “Cem anos de solidão”, em 1967.
Obra-prima de García Márquez, "Cem
anos de solidão" vendeu, até hoje, mais de 50 milhões de exemplares. É
considerado, ao lado de “Dom Quixote”, de Miguel de Cervantes, um dos livros
mais importantes da literatura em língua espanhola. Foi traduzido para 35
idiomas. Exemplo máximo do realismo fantástico – gênero característico do boom
latino-americano da segunda metade do século XX –, “Cem anos de solidão” se
passa na fictícia aldeia de Macondo e acompanha, ao longo de gerações, a saga
da família Buendía.
Márquez recebeu o Prêmio Nobel de
Literatura em 1982 pelo conjunto de sua obra. Foi o primeiro colombiano e
quarto latino-americano a receber o prêmio, e, na ocasião, agradeceu com um
discurso intitulado “A solidão na América Latina”.
“El Gabo”, como era conhecido na América Latina, continuou escrevendo até o final da década de 90, mas seu trabalho foi reduzido a partir de 1999, quando recebeu o diagnóstico de um câncer linfático. Em 2002, ainda em tratamento, publicou sua autobiografia, “Viver para contar”. A aposentadoria oficial do escritor foi anunciada em 2009 por agentes literários.
O corpo do escritor vai ser cremado hoje no México. O
ganhador do Nobel de Literatura era colombiano, mas se mudou para o México na
década de 60, onde viveu por quase 30 anos. Na segunda-feira, vai haver uma
cerimônia pública em homenagem ao escritor no Palácio das Artes.
O Presidente Colombiano, Juan Manuel
Santos, decretou três dias de luto. Disse que todos os prédios públicos vão
ficar com a bandeira a meio mastro e recomendou aos colombianos que façam o
mesmo.
Comentários sobre o falecimento de García
Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente do
Brasil, e Dona Marisa Letícia, em nota oficial
"Gabriel García Márquez foi um
extraordinário escritor, um exímio jornalista, um grande militante das causas
democráticas populares e um símbolo para todos nós da América Latina e do
mundo. Em seus livros ele retratou com grande talento a realidade e a magia do
povo latino-americano. Ele, que foi o primeiro colombiano a receber o Prêmio
Nobel de Literatura, representou a América Latina em suas obras e por onde
passou. Manifestamos nossa solidariedade aos parentes, amigos e milhões de
admiradores do nosso querido Gabo."
Dilma Rousseff, presidente do Brasil
"Foi com tristeza que soube da
morte do escritor colombiano Gabriel García Márquez. Dono de um texto
encantador, Gabo conduzia o leitor pelas suas Macondos imaginárias como quem
apresenta um mundo novo a uma criança. Seus personagens singulares e sua
América Latina exuberante permanecerão marcados no coração e na memória de seus
milhões de leitores."
Ferreira Gullar, poeta brasileiro
“Ele tinha uma grande originalidade.
Era a maior figura do realismo mágico. Ele tinha uma qualidade literária
excepcional, além do que está nos contando, além da magia da sua ficção. Ele
criou um mundo novo, como todo artista cria. A nossa América é outra coisa após
o realismo mágico e escritores como García Márquez.”
Gilberto Gil, cantor e compositor
brasileiro
"Aprendi que todo mundo quer viver
no topo da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma como
ela é escalada - G.Márquez."
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