“Se eu pudesse, reunia toda a minha família para a gente poder fazer uma festa como em todas as casas, mas não posso. Nunca tive uma ceia com peru, nem roupa nova. Na véspera do Natal, a gente se reúne com o pessoal da própria comunidade. Eu poderia ir à casa da minha mãe, mas é até perigoso, porque se deixar o barraco sem ninguém é arriscado quando retornar não ter mais nada aqui”.
“A geladeira permanece quase vazia, com apenas alguns peixes que comprou ou recebi de vizinhos. Desta forma é a minha vida”.
“Nesta época tem muita gente que faz boa ação, vem aqui no bairro, traz cestas básicas, mas até isso as pessoas daqui não respeitam e tem gente que leva mais de uma, não chamam os outros. Mas a vida vai seguindo e nós contamos e acreditamos em Deus, de um dia as coisas serão diferentes”.
Maria Augusta dos Santos Batista, moradora de um barraco num bairro pobre da cidade de Maceió, capital do estado de Alagoas.
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