domingo, 7 de agosto de 2011

Palacete é tombado pelo Patrimônio Histórico no Paraná!

Agência UEL




 
                                          Hoje o Palacete serve como sede de um banco
 
 
A avenida Higienópolis, de Londrina, que se destacou por concentrar as mansões dos “barões do café”, em tempos idos, foi mudando sua fisionomia com o passar dos anos. E a cidade foi assistindo, pacificamente, suas residências históricas sendo derrubadas para dar lugar aos edifícios comerciais e alguns poucos residenciais. Mas uma família correu a tempo e salvou um marco dos anos dourados londrinenses: o Palacete de Celso Garcia Cid, tombado pelo Conselho Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico Cultural do Paraná (CEPHA), em sua reunião de junho.
 
Foto do Palacete ainda em obras
 
O relator do processo de tombamento foi o professor Humberto Yamaki, do Departamento de Arquitetura da UEL, que junto com a professora Ana Maria Chiarotti de Almeida, do Departamento de Ciências Sociais, integram o corpo de 10 membros titulares do Conselho, nomeados pelo governador do Estado. Yamaki é um pesquisador de temas históricos e culturais londrinenses, com vários livros publicados, enquanto Ana Maria, que tal como ele já participou do Conselho em outras gestões, sempre lutando para defender o patrimônio histórico, artístico e natural da nossa região, é coordenadora na UEL do programa IPAC – Inventário e Proteção do Acervo Cultural de Londrina.
 
Segundo Humberto Yamaki “este é o quarto tombamento de um patrimônio da cidade. Os demais foram: o Teatro Ouro Verde, a antiga sede da estação rodoviária, hoje Museu de Arte de Londrina, e a Praça Rocha Pombo. A família Garcia Cid fez a solicitação do tombamento há dois anos”.

Yamaki avalia que patrimônio histórico e cultural “é uma atribuição que pode transcender a edificação, muitas vezes contemplando não o projeto arquitetônico, mas sua representação. É o caso do Palacete de Celso Garcia Cid, inaugurado em 1947. Sobre a residência histórica escreveu Domingos Pellegrini em “O Tempo de Seo Celso” : “Ele queria, além de morar no alto, ter a casa mais notável da cidade, onde futuramente um governador de Estado não se pejasse de despachar ou um presidente da República não se vexasse de pernoitar...”. “E por lá passaram mesmo muitos governadores, de Moisés Lupion a Paulo Pimentel, que não só visitaram a família mas despacharam no local, que foi palco também de grandes reuniões empresariais e econômicas. O presidente Juscelino Kubstichek foi recebido pela família nos anos 1960 com um banquete. Ele chegou a pernoitar no Palacete. Vale destacar que JK foi quem assinou a histórica licença de importação do gado Zebu, trazido da Índia por Celso Garcia Cid, que se notabilizou não só como empresário do setor de transportes, mas eternizou seu nome na pecuária nacional.

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